segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Paulo Romeiro – Teologia da Prosperidade



Manipulação da Mente

Por Paulo Romeiro

Um breve estudo sobre o processo de seduçãonos novos movimentos religiosos

Qualquer pessoa que se mantém informada com o que se passa ao seu redor vai perceber, sem dificuldades, que a presente época é também marcada por uma explosão de misticismo e novos movimentos religiosos.

Nas últimas décadas, uma avalanche de pessoas, em sua maioria, jovens, foi seduzida por diferentes seitas e grupos religiosos. É, de fato, surpreendente, que, numa época como esta, depois de ter feito tanto progresso tecnológico, depois de todo fantástico desenvolvimento da ciência, o ser humano ainda continue disposto a se tornar escravo, espiritual e mentalmente, um de outro. Como isso acontece e o que leva uma pessoa a comportar-se assim, é o tema deste artigo.

Este trabalho fará uma breve análise sobre o emprego do termo seita, terminologia esta bastante controvertida nos dias atuais. Depois, o papel do líder no processo de manipulação. Por último, algumas formas de controle e manipulações produzidas por alguns grupos, além das considerações finais e uma bibliografia sobre o assunto.

O TERMO SEITA

De acordo com a Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, o termo “seita ‘vem do latim, secta, derivado do particípio passado de secare (cortar, separar) ou de sequi (seguir), e tem o sentido de partido, escola, facção (...) A palavra seita tem sido normalmente usada para referir-se a grupos que se separam de outros já existentes, como foi o caso dos primeiros cristãos que se separaram do judaísmo (...) Nos círculos evangélicos, porém, o termo seita tem adquirido o sentido de grupo herético”. Para Van Baalen, seita é “qualquer religião tida por heterodoxa ou espúria”. Walter Martin define seita como “um grupo de indivíduos reunidos em torno de uma interpretação errônea da Bíblia, feita por uma ou mais pessoas”.

Margaret Singer, conhecida autoridade sobre os novos movimentos religiosos na América do Norte, prefere usar a frase “cultic relationships” (relacionamentos de seita) para explicar mais precisamente os processos e interações que acontecem dentro do grupo.

Para ela, isso acontece quando “uma pessoa, intencionalmente, induz outras tornarem-se totalmente ou quase totalmente dependentes dele ou dela para quase todas as principais decisões da vida e inculca nesses seguidores a crença de que ele ou ela tem algum talento, dom ou conhecimento especial”.

Para a senhora Singer, o rótulo seita tem a ver com três fatores:

A origem do grupo e a figura do líder.
A estrutura de poder, ou o relacionamento entre o líder (ou líderes) e os seguidores.
O emprego de um programa coordenado de persuasão (chamado de reforma de pensamento, mais conhecido como lavagem cerebral).

Margaret Singer comenta ainda:

O que é rotulado como seita por um pesquisador, pode não ser identificado como tal por outro. Por exemplo, alguns pesquisadores consideram apenas os grupos de cunho religioso, descartando a miríade de grupos formados ao redor de uma variedade de doutrinas, teorias e práticas.

Usando os três fatores de líder, estrutura e reforma de pensamento permitem-nos avaliar a natureza cultual de uma situação ou de um grupo em particular, independente do seu sistema de crença.

Na conferência da American Family Foundation em 1985, em Los Angeles, vários eruditos e representantes da polícia americana, adotaram a seguinte definição de seita:

"Um grupo ou movimento exibindo grande ou excessiva devoção ou dedicação a alguma pessoa, idéia, ou coisa, e empregando técnicas manipuladoras antiéticas ou coercitivas de persuasão e controle (ex.: isolamento de antigos amigos e da família, debilitação, uso de métodos especiais para elevar a sugestionabilidade e subserviência, poderosas pressões do grupo, gerenciamento de informações, suspensão da individualidade ou julgamento crítico, promoção de total dependência do grupo e medo de sair dele), destinadas a alcançar os alvos dos líderes do grupo, num possível detrimento dos membros, suas famílias ou da comunidade".

O LÍDER NO PROCESSO DE MANIPULAÇÃO

Geralmente, o líder da seita é dotado de carisma, magnetismo irresistível, aparência de vencedor, demonstrando grande entusiasmo pela causa que defende ou pelo produto que vende. Em seu livro Ensaios de Sociologia, Max Weber traz um comentário interessante sobre o fator carisma:

A expressão “carisma” deve ser compreendida como referindo-se a uma qualidade extraordinária de uma pessoa, quer seja tal qualidade real, pretensa ou presumida. “Autoridade carismática”, portanto, refere-se a um domínio sobre os homens, seja predominantemente externo ou interno, a que os governados se submetem devido a sua crença na qualidade extraordinária da pessoa específica.

O feiticeiro mágico, o profeta...o chefe guerreiro...o chefe pessoal de um partido são desses tipos de governantes para os seus discípulos, seguidores, soldados, partidários, etc. A legitimidade de seu domínio se baseia na crença e na devoção ao extraordinário, desejado porque ultrapassa as qualidades humanas normais e originalmente considerado como sobrenatural. A legitimidade do domínio carismático baseia-se, assim, na crença dos poderes mágicos, revelações e culto do herói.

O fascínio e poder que um líder pode exercer sobre seus adeptos pode ser notado também nas observações de Michael Green:

Os fiéis, na verdade, endeusam o líder; ele é supremo e a sua vontade term que ser obedecida. De fato, sua posição corresponde quase que exatamente àquela do imperador romano que exercia completo poder político sobre o mundo conhecido e era adorado por seus subjugados.

Da mesma forma Hitler declarou ser o emissário do Todo-Poderoso e o fundador do reino de mil anos. Os nazistas morriam invocando o seu nome e sua personalidade era considerada transcendente.

O mesmo aconteceu com Mao. Ele não era apenas um líder; ele era divindade. Ele foi adorado. As pessoas se ajoelhavam diante dele. Elas recitavam seus pensamentos. Elas acreditavam que ele as curava através das mãos de um cirurgião. Ele tomou o lugar de Deus.

Os fiéis do Tabernáculo da Fé seguem os ensinos de William Marion Branham, um controvertido pregador de cura divina nos Estados Unidos, já falecido. Branham declarou ser o anjo do Apocalipse 3:14 e 10:7 e que o arrebatamento da Igreja e a destruição do mundo aconteceriam em 1977.

Seus seguidores exibem, com muito orgulho, uma foto de Branham tirada em Houston, Texas, em 1950, em que aparece uma auréola de luz sobre a sua cabeça, enquanto falava do púlpito. Depois de falecer, em 1965, seus devotos acreditavam que ele ressuscitaria. Alguns de seus discípulos criam ser ele o próprio Deus, enquanto outros afirmavam que ele havia nascido através de uma virgem (nascimento virginal). Alguns oravam a ele e outros batizavam em seu nome.

Um dos exemplos mais chocantes do relacionamento doentio entre um líder e seus seguidores pôde ser constatado no grupo Ramo Davidiano, de David Koresh, em Waco, Texas, nos Estados Unidos.

Em abril de 1993, o FBI cercou, por vários dias, o rancho onde Koresh e seu grupo estavam reunidos, enquanto a sociedade acompanhava os fatos pela mídia, aguardando um final feliz. Infelizmente, o final feliz não aconteceu.

Depois de perceberem que a polícia invadiria o local, Koresh e seu grupo preferiram transformar o rancho em chamas do que entregar-se ao FBI. No dia 19 de abril de 1993, cerca de 80 pessoas morreram, incluindo aproximadamente 25 crianças, sacrificadas por causa da agenda e megalomania de um líder doentio. Nove pessoas sobreviveram.

Dois autores dão mais informações sobre o caráter de David Koresh:

No seu cartão pessoal estava impresso “Messias” e ele é citado como tendo declarado em inúmeras ocasiões: “Se a Bíblia é verdade, então eu sou o Cristo”. Alguns acreditaram nele. Ele foi capaz de convencer os maridos a entregarem-lhe suas esposas, famílias a entregarem-lhe dinheiro e filhos. Seu estilo de vida paradisíaco permitiu-lhe viver da renda dos outros. Em 19 de abril de 1993, havia quase cem pessoas dispostas a morrer com ele pela promessa de uma vida no céu após a morte.

Outros grupos já provocaram tragédias parecidas, apresentando padrões de liderança mais ou menos parecidos, tais como Heaven’s Gate, Aum Shinrikio e seu guru Shoko Asahara.

Entretanto, de todas as tragédias envolvendo seitas, a mais notória até agora aconteceu no fim de 1978, nas selvas da Guiana.

Na ocasião, o líder do Templo do Povo, Jim Jones, levou mais de 900 pessoas a um suicídio coletivo. Um repórter que acompanhou os fatos constatou vários aspectos nocivos da personalidade de Jim Jones e os relatou assim:

O Reverendo Jim Jones, nos dias finais da colônia do Templo do Povo na selva da Guiana, era um personagem que poderia perfeitamente ter sido criado por Joseph Conrad. Era o messias paranóico de uma congregação aterrorizada, mas devota, cujo fim ele previa todas as noites, pelas forças das trevas e ameaçadoras que os cercavam: CIA, Ku Klux Klan, racismo, fascismo, holocausto nuclear...

Declarava às vezes ser o herdeiro espiritual de Cristo e/ou Lenin. Pregava uma doutrina de socialismo apostólico ao mesmo tempo em que se apropriava para o seu Templo de um tesouro de milhões de dólares em bens imóveis, dinheiro, cheques de seguro e assistência social do rebanho. Nos últimos anos de sua pregação em São Francisco e depois na Guiana, Jones tornou-se um dos mais macabros líderes de cultos religiosos da história americana. Se houvesse alguma atenção nacional à sua mensagem e aos brados de alerta dos primeiros membros que romperam com a seita, talvez fosse possível prever o trágico desenlace na Guiana e se tomar alguma providência para evitá-lo.

Um outro exemplo vem do mormonismo. O testemunho de um mórmon sempre vai incluir uma reverência ao fundador do movimento, Joseph Smith. Geralmente, o adepto, ao dar o seu testemunho, no púlpito ou fora dele, dirá: “Creio que a Igreja Mórmon é a igreja verdadeira e que Joseph Smith é um profeta de Deus”. Os mórmons rendem louvores ao seu fundador com o hino 108 do seu hinário oficial, intitulado, “Hoje ao Profeta Louvemos”!

No livro intitulado O Império Moon, um jornalista francês, Jean-François Boyer, fez uma análise da agenda econômica e política da Igreja da Unificação do Reverendo Moon. Boyer faz revelações impressionantes sobre o relacionamento doentio de Moon com seus adeptos:

Logo que aceito na “família”, o novo membro só tem uma preocupação: provar que ama Moon mais do que a si próprio; pois o “Novo Messias” jamais escondeu que ele esperava muito de seus filhos. Há mais de vinte anos que se dirige a seus fiéis e tem delineado, de discurso em discurso, o retrato falado do moonista perfeito. “Se vocês me amam, mostrem-me que vocês me amam”, diz em 1977 a seus fiéis americanos. E cada um busca nos textos sagrados - uma coletânea de locuções em inglês intitulada “O Mestre fala” - a fim de procurar saber sobre as regras de conduta que farão deles filhos dignos do amor do “Pai”.

Na Seita Moon, existe até mesmo a perspectiva de dar a vida pela igreja e pelo líder, como pode ser observado nas palavras do “Pai”:

“Procurar sempre o mais difícil é uma maneira de pensar”, diz Moon, por ocasião de um seminário teológico em 1979. “Vocês poderiam mesmo se perguntar”, acrescenta à sua atenta platéia, “quando o reverendo Moon vai me pedir para morrer? Pois nada é mais difícil do que isso”. E um dos principais pregadores, Ken Sudo, vai ainda mais longe. Diante de uma platéia extasiada, composta por jovens casados naquele mesmo ano pelo “Pai”, diz: “Agora é minha vez de dar a vida pelo ‘Pai’... Sou voluntário para morrer... Se você sente verdadeiramente que é uma alegria morrer pelo ‘Pai’, não somente em palavras, mas em atos, isso é formidável!”
Pelas pesquisas de Boyer, pode-se notar que a Seita Moon não propõe à humanidade um ideal para a eternidade como a maioria das religiões, mas um projeto em curto prazo: a instauração de uma teocracia. Moon deve estabelecer o reino de Deus sobre a Terra antes de morrer, senão terá falhado em sua missão, como o fez Cristo a quase dois mil anos.

O projeto Moon não foi feito para ser efetivado em longo prazo. A Igreja da Unificação é uma igreja apressada; ela tem necessidade, então, de um sem-número de pessoas, prontas a se sacrificarem pelo profeta, mas não poderia vencer sem o aliciamento rápido e decisivo de pessoas importantes nas cidades a serem conquistadas: magistrados, advogados, professores, jornalistas e políticos.

Os discípulos do Rev. Moon carregam consigo uma foto do líder para garantir a proteção dos anjos e do bom mundo espiritual (revista Mundo Unificado, maio/junho de 1984, p. 8). As orações no grupo são feitas em nome dos verdadeiros pais, isto é, o Rev. Moon e a sua esposa. Moon se intitula o Senhor do Segundo Advento.

Os aspectos negativos da figura do líder dentro de um grupo religioso aparecem bastante também na figura e no comportamento de David Berg (chamado de Moisés Davi ou Mo), fundador do grupo Os Meninos de Deus, conhecido, hoje, como A Família. A própria filha de David Berg, Deborah (Linda Berg) Davis, que viveu muitos anos dentro da seita e saiu chocada com os ensinos e o estilo de vida de seu pai, escreveu um livro revelador, expondo os abusos dentro do grupo. Por várias vezes, no livro, Deborah cita um professor de sociologia, Roy Wallis, da Queen’s University de Belfast, que estudou David Berg e os Meninos de Deus sob a perspectiva do carisma.

Wallis examina a dinâmica do carisma na liderança, a necessidade que as pessoas têm de aceitação, e a disposição de prestar toda a devoção e apoio a um homem como seu pai:

Tornar-se carismático não é algo que acontece de uma vez e para sempre. É uma característica crucial do carisma que ele exista somente no seu reconhecimento por outros. Ele deve ser constantemente reforçado e reafirmado ou deixa de existir.

O líder carismático, e aqueles ao seu redor, devem encontrar, constantemente, meios de garantir a reafirmação requerida. Berg obteve este reconhecimento contínuo da mesma forma que ele o produziu originalmente, isto é, através de um sistema de trocas.

Berg selecionava as pessoas que seriam alvo de atenção especial, afeição e elogios; elas também acreditavam estar alcançando o que aspiravam, isto é, dedicar suas vidas ao serviço de Deus. Tendo rejeitado os padrões mundanos, somente através da aprovação de Berg elas poderiam ter certeza de que estavam fazendo a vontade de Deus. Lisonjeadas por receberem tanta atenção e cuidado por parte do profeta, elas, por sua vez, estavam muito dispostas a aceitar o status que lhes foi proposto, e assim confirmar o status de Mo como oráculo de Deus, reafirmar o conceito que ele tinha de si mesmo, apoiar suas aspirações, e encorajá-lo em qualquer situação em que ele se sentisse desanimado, mal sucedido, ou quando surgia na sua mente que as coisas não aconteceriam como ele havia pensado.

Pelas informações relatadas acima, pode-se observar que os líderes de seitas são pessoas autoritárias, gananciosas, gostam de controlar os outros e garantem que possuem uma missão especial para desenvolver na terra.

CONTROLE E MANIPULAÇÕES

O desenvolvimento da tecnologia e da mídia tem fornecido as seitas tantas ferramentas sofisticadas que se tornou quase impossível para qualquer pessoa escapar de suas propagandas ou manipulações.

A Enciclopédia de Psicologia define manipulação como:

O gerenciamento e a direção dos seres humanos pelo uso hábil de seus desejos e qualidades com o propósito de controlá-los com fins sociais, científicos ou políticos, contrários as suas próprias escolhas.

Pode ser dito que a sociedade hoje não está sujeita apenas às manipulações sociais, científicas ou políticas, mas bastante vulnerável às manipulações religiosas e espirituais em todas as partes do mundo.

No filme “Deceived”, Mel White mostra como Jim Jones usou várias técnicas de manipulações para alcançar seus alvos: o abuso do tempo, de dinheiro, disciplina e intimidade, foram largamente usados a fim de manter seus seguidores sob controle, mesmo até a morte. Houve, nas últimas quatro décadas, uma multiplicação de grupos religiosos, dos quais muitos tornaram-se nocivos ao indivíduo, à família e à sociedade em geral, representando, ao mesmo tempo, um desafio para as igrejas históricas tradicionais.

Por que tais grupos alcançam tanto sucesso? Como conseguem tantos adeptos? Como vários novos movimentos religiosos tornam-se, política e financeiramente, tão poderosos? É óbvio que tais grupos possuem diversos recursos que são estratégicos para o crescimento, principalmente, numérico. Uma das táticas é o assalto que os líderes de tais seitas fazem à mente humana, manipulando-a para a sua própria vantagem.

A posição de Jim Jones e o seu poder de manipular e controlar as pessoas em sua igreja foi contada, num livro, por dois jornalistas do jornal San Francisco Chronicle. A agenda política de Jim Jones, sua vida sexual promíscua, seu relacionamento com a imprensa e, praticamente, todos os atos de Jones são chocantes.

Em tudo havia abusos, terror, desonestidade. A hierarquia funcionava assim:

No topo do império estava, naturalmente, Jones, cujo poder era incontrastável. O conselho jamais votaria contra ele. E ninguém tinha a pretensão de demover Jones de uma decisão qualquer, uma vez tomada. Em torno dele havia talvez entre uma dúzia e vinte pessoas, que constituíam o seu círculo imediato. Na sua maioria eram mulheres.

Abaixo desse segundo escalão, vinha o terceiro, a comissão de planejamento, composta de uma centena de dignitários da igreja. No seio desse grupo havia uma elite, cerca de 12 “secretários” ou “conselheiros”. Reuniões da comissão de planejamento, ou P.C. (planning comission) constituíam o centro da vida do Templo. Eram sessões de estratégia, realizadas à noite, em dias de semana, e presididas por Jones, do alto do seu pódium. Nos primeiros anos da década de 1970 essas reuniões já se haviam transformado em verdadeiras maratonas que duravam a noite inteira. Nessas reuniões, Jones passava a maior parte do tempo presidindo sessões de “catarse”: longos interlúdios em que os membros da P.C. eram dissecados emocionalmente - uma experiência extenuante. Por que a senhora usa essas roupas novas, quando há tanta gente faminta? Não é exato que o senhor quis conquistar a mulher de outro homem? Admita-o! Como poderá qualquer um queixar-se de trabalhar até de madrugada quando o Pai se sacrifica tanto por todos?

Por várias vezes, Jim Jones serviu bebida, supostamente envenenada, às pessoas ao seu redor, como se fosse um ato de brincadeira. Ele chegou a fazer isso com a sua comissão de planejamento. Depois que obedeceram, Jones disse-lhes que haviam tomado veneno e que estariam mortos dentro de 45 minutos. Quando o tempo se esgotou, disse-lhes que não se preocupassem, pois estava apenas testando a fé de cada um deles. Sem dúvida, essas “brincadeiras” prepararam o caminho para a grande tragédia que aconteceria anos depois.
Os Meninos de Deus são conhecidos por exercer intensa pressão e atividade grupal sobre os convertidos em potencial. Palestras, estudos bíblicos, cultos longos e muitas horas assistindo vídeos contendo os ensinos do movimento, são parte de uma constante atividade para envolver o adepto na sua nova vida. De acordo com os depoimentos de ex-adeptos das seitas, algum tipo de privação sensorial acontece - normalmente, dietas com poucas proteínas e poucas horas de sono a cada noite, diminuem as defesas físicas e psicológicas da pessoa, tornando-a receptiva à nova doutrina.

Flo Conway e Jim Sigelman comentam:

Sob pressões cumulativas de controle físico, emocional e intelectual, o autocontrole e crenças pessoais cedem. Isolado do mundo e cercado de armadilhas exóticas, os convertidos absorvem os estilos alterados de pensamento e da vida diária da seita. Em pouco tempo, antes de perceberem o que está acontecendo, os novos adeptos entram num estado mental em que não são mais capazes de pensar por si mesmos.

Através da história grupos extremistas têm aplicado, com muito sucesso, esse tipo de ataque à mente e às emoções, adquirindo assim, o controle sobre membros de tribos, sociedades e até nações inteiras, reduzindo o valor da personalidade individual do ser humano.

Um ex-adepto de uma seita informa:

As seitas destroem a mente por completo. Elas destroem a sua habilidade de questionar as coisas, e ao destruir a sua habilidade de pensar, destroem também a sua habilidade de sentir. Pensar, para o membro de uma seita, é exatamente como ser apunhalado no coração. É muito doloroso, pois foi-lhe dito que a mente é Satanás e pensar é uma maquinaria do Diabo.

Quando alguém se junta aos Meninos de Deus, a pessoa é completamente separada o mundo exterior. Não lhe é permitido ir a qualquer lugar sem a companhia de um irmão ou irmã do grupo.

Qualquer pessoa de fora da seita é classificada como um “sistemista” (de sistema). Moisés Davi, ou Davi Berg, o fundador, sempre usou um rosário de adjetivos pejorativos para descrever os de fora: “sistemistas”, servos de Satanás, podres, decadentes, decrépitos, hipócritas, etc.

Um outro aspecto intrigante desse grupo é que o adepto adota um novo nome, geralmente da Bíblia. No início, ele é chamado “bebê”. Após três meses, ele é admitido no treinamento de liderança. A forma como ele chega à liderança é sendo o que a seita quer que ele seja, sem qualquer reclamação ou questionamento, fazendo exatamente as coisas que são esperadas dele.
As seitas destroem a individualidade da pessoa e o seu senso crítico.

Um dos meios que Moisés David usou para fazer isso foi através de suas cartas, chamadas “Cartas de Mo”, como informa sua própria filha:

Ao declarar tais cartas como a Palavra de Deus, ele sufocou os poderes mentais criativos de seus seguidores. Eles não precisam mais pensar por si mesmos, ler a Bíblia e aplicá-la, dinamicamente, às suas vidas pessoais, ou fazer qualquer oração criativa. A única função deles é ler as cartas de Mo, deixar que Mo faça toda a comunicação com Deus, e seguir o que Mo escreve. É simplesmente uma questão de obediência. Suas mentes devem ser como computadores, e ele é o programador. Todos os novos dados e informações entrarão em suas mentes apenas através do seu trabalho. Eles são um pouco mais do que robôs incapazes de criar.
Depois de entrar na seita, o novo discípulo é protegido de toda informação negativa que circula do lado de fora sobre o grupo. O uso de termos especiais é empregado para facilitar a manipulação dos membros. Quase todas as seitas estimulam seus membros a não pensar, praticam o controle da mente ou alguma forma de manipulação mental como parte de uma atividade.

Para neutralizar os questionamentos de seus adeptos, o Reverendo Moon declarou:

“Eu sou um pensador. Eu sou seu cérebro”.

O império financeiro da Seita Moon é de fato impressionante. A Igreja da Unificação tem feito um grande sucesso na América Latina, principalmente no Uruguai. Os moonistas referem-se à cidade de Montevidéu como Moontevidéu. Possuem ali o melhor jornal, a melhor estação de rádio e o melhor hotel do país. Moon é tão sutil que, no primeiro semestre de 1996, conseguiu levar mais de 800 pastores do Brasil para suas reuniões no Uruguai.

A Igreja da Unificação tem sido muito criticada pelos seus métodos de levantamento de fundos. Normalmente, um moonista arrecada entre 100 e 500 dólares por dia, vendendo canetas, flores, envelopes e papel de carta. 200 dólares é a média. É dito, muitas vezes, que o dinheiro será usado na recuperação de viciados em droga, menores abandonados ou alguma outra obra filantrópica. É comum o moonista começar bem cedo as suas atividades e trabalhar até depois da meia noite. Nenhum membro pode questionar o destino do dinheiro. Por outro lado, muitos adeptos da seita sabem que a família Moon vive no luxo.

A mente é um dos alvos principais das seitas, pois o seu controle garante o sucesso do grupo. Steve Hassan, (ex-adepto do Reverendo Moon), um conhecido pesquisador de seitas nos Estados Unidos, define assim o controle mental:

Na realidade, o controle mental é um conjunto de métodos e técnicas, tais como hipnose ou interrupção de pensamento, que influencia como uma pessoa pensa, sente e age. Ao ser empregado por seitas destrutivas, o controle mental procura nada menos do que desfazer a identidade autêntica de um indivíduo - comportamento, pensamentos, emoções - e reconstruí-la na imagem do líder da seita. Isso é feito controlando, rigidamente, a vida espiritual, física, intelectual e emocional do membro.

O controle mental da seita é um processo social que encoraja obediência, dependência e conformidade. O processo desencoraja autonomia e individualidade ao imergir os recrutados num ambiente que reprime a livre escolha. O dogma do grupo torna-se a única preocupação da pessoa. Qualquer coisa ou qualquer pessoa que não se encaixe na sua realidade reformada torna-se irrelevante.

A Ciência Cristã ensina aos seus adeptos que o pecado, a doença e a morte são todos ilusões da mente que precisam ser corrigidas pela maneira correta de pensar. Mary Baker Eddy, a fundadora, cunhou uma frase interessante que dizia: “Não existe realidade na dor e nem dor na realidade”. Seus ensinos enfatizam também a negação da existência física.

Para ela, tudo o que existe é uma ilusão da mente. Dr. Walter Martin informa:

Existe na Ciência Cristã uma supressão da mente, uma expulsão consciente da mente da pessoa de certas coisas que são desconcertantes para a configuração total dos padrões psicológicos de condicionamento. Os adeptos da Ciência Cristã são condicionados a crer na inexistência do mundo material, ainda que os seus sentidos testifiquem de sua realidade objetiva.
Os novos movimentos religiosos procuram atrair os seus convertidos em potencial com uma grande quantidade de atenção e afeição.

O sentimento, e não a razão, é a armadilha. Há uma estratégia usada pelas seitas que os estudiosos chamam de “love bombing” (bombardeio do amor), como informa o jornalista Jean-François Boyer:

Para acolher os candidatos nas melhores condições psicológicas possíveis - na calma, longe da família, dos amigos e tentações - a igreja necessita de casas afastadas, espaçosas e, se possível, atraentes...Isso explica o porquê de o Movimento possuir em todo o mundo e em tão pouco tempo um rico patrimônio imobiliário. Como recusar um convite com tudo pago ao castelo de Mauny, a um dos pequenos castelos campestres da região de Lyonnais, ou mesmo a um casarão na zona sul de Paris, que tem como ornamento o parque de Sceaux? Como recusar um retorno quando, à beleza da paisagem, se soma o calor da acolhida? Pois, retomando uma fórmula do reverendo Moon, os novos chegados devem ser “bombardeados de amor”. E eles o são!

Os sentimentos ou emoções não se constituem em critérios válidos para se analisar uma seita. Um mórmon, por exemplo, afirma saber que o Livro de Mórmon é a palavra de Deus porque, orientado pelo bispo da igreja, ele perguntou para Deus, em oração, se tal livro é inspirado por Deus. De acordo com o mormonismo, se a pessoa perguntar com fé e sinceridade, ela vai sentir um arder no peito. Dali em diante, ela permanecerá cega e surda às evidências históricas, arqueológicas, literária, ou qualquer outra, que denuncie a falta de confiabilidade do Livro de Mórmon e outras obras oficiais do mormonismo. Existem mórmons que chegam a afirmar que se eles soubessem, sem qualquer sombra de dúvida, que Joseph Smith, o fundador da Igreja Mórmon, foi um falso profeta, que a Igreja Mórmon é falsa, mesmo assim, eles não deixariam o mormonismo. Pode-se perceber que não se trata mais de uma questão da razão, mas da vontade. Não que não entendam, ou que não saibam, mas porque não querem. Assim, de uma forma surpreendente, tais devotos conseguem colocar a vontade e o sentimento acima da razão.
Em várias seitas, após a mente do novo adepto ser neutralizada, inicia-se o período de doutrinação. Para garantir o sucesso do programa, emprega-se uma série de mecanismos, entre eles, a privação quanto às necessidades básicas do ser humano - pouca comida com baixa caloria e horas de sono bastante reduzidas, são algumas delas. Em seguida, o iniciado torna-se mentalmente, emocionalmente e espiritualmente dependente da seita para sua sobrevivência, decisões e direção. O quadro ameaçador pintado pela liderança da seita sobre o mundo exterior, um mundo inseguro controlado por Satã e condenado à destruição pelo juízo de Deus, força o novo adepto a permanecer na seita para sua própria segurança.

Logo no início, os laços que o prendem aos seus pais, irmãos ou qualquer outro parente, são bastante danificados. Muitas vezes, é dito ao novo discípulo que as pessoas que Satã mais vai usar para tirá-lo do novo e verdadeiro caminho que lhe foi revelado por Deus são as pessoas mais íntimas de sua família. Apesar de hoje adotar o nome A Família, os Meninos de Deus já separaram muitos casais e filhos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No encerramento da conferência da American Family Foundation, em maio de 2001, na cidade de Nova York, o Dr. Langone, diretor executivo da organização, declarou, com razão, que as seitas chegaram para ficar. De fato, elas são protegidas pelo sistema legal de muitos países, arrecadam somas imensas de dinheiro, tornando-se grandes impérios financeiros.

Seria bom que as autoridades governamentais prestassem mais atenção à problemática dos novos movimentos religiosos, criando legislação que possa coibir os abusos de tais grupos, evitando assim danos à pessoa ou à sociedade em geral, a exemplo de vários países europeus como Alemanha, Bélgica e França, que já o estão fazendo.

As igrejas também precisam fazer a lição de casa, incluindo o estudo sobre os novos movimentos religiosos na programação de suas atividades, promovendo a conscientização dos seus membros quanto às investidas de tais grupos. É preciso alertar principalmente os jovens, muitas vezes, presas fáceis desses movimentos que atuam também no ambiente estudantil.

Conversões Abortivas: Culpa Nossa ou de Satanás?

Por John White

O Evangelismo não é uma Lavagem Cerebral

A primeira vez que vi a “lavagem cerebral” evangelística foi na Inglaterra, em 1945. Eu havia recebido a tarefa de ajudar uma jovem que “viera à frente” na noite anterior, mas que acordara no dia seguinte reconhecendo haver caído em uma armadilha que a levara a tomar uma decisão apressada. Sua angústia e confusão perturbaram-me profundamente.

Alguém poderia argumentar que a conversão da jovem foi genuína e que sua reação subseqüente foi inspirada por Satanás. Lembro-me de que naquela ocasião adotei esta opinião. Agora, porém, estou mais inclinado a pensar que sua conversão foi psicológica e não espiritual.

Deixe-me definir meus termos. Em certo sentido, toda conversão é psicológica. Toda conversão inclui uma decisão e uma mudança de perspectiva. Ora, decisão e mudança de perspectiva são fenômenos psicológicos. Mas, enquanto as alterações emocionais de uma conversão espiritual resultam da ação de Deus, em uma conversão puramente psicológica tais alterações resultam de uma técnica empregada ou de uma pressão emocional. Não representam um milagre da graça.

Esta distinção começou a resplandecer em minha mente quando ouvi falar sobre as técnicas de “doutrinamento” usadas pelos comunistas chineses, logo depois da revolução na China. Eles organizavam grandes concentrações com testemunhos pessoais, coros, oradores “dinâmicos”, apelos e obreiros pessoais — tudo comunista. Imitação fraudulenta do diabo? Não exatamente. Pelo contrário, era a maneira chinesa de empregar, aberta e deliberadamente, as técnicas que alguns evangelistas (talvez de modo inconsciente) usam para obter convertidos.

Nossas mentes estão sujeitas a determinadas leis e, em grau limitado, estão abertas a manipulações. Se, em uma multidão numerosa, me fizerem rir e, depois, chorar; e, em seguida, rir e chorar novamente; ese, em adição a isso, repetirem certas frases com insistência e, alternadamente, me falarem e me consolarem, a minha mente, se eu não estiver vigilante, se tornará cada vez mais flexível nas mãos daqueles que assim agem para comigo.

Poderei chegar a um ponto em que farão comigo o que desejarem. Meu juízo perde a sua sensibilidade, minha consciência se inflama, minhas emoções fazem tudo parecer diferente. Se, em tal condição, eu tomar a decisão que desejarem que eu tome, não importando qual seja esta “decisão”, provavelmente experimentarei alívio, alegria e paz. Este é um fenômeno psicológico bem conhecido. As suas técnicas também são bastante conhecidas. Ainda que eu permaneça alerta, talvez seja difícil resistir, pelo menos temporariamente.

A conversão espiritual autêntica é muito mais profunda. Possui uma dimensão imaterial, não-psicológica. É acompanhada por uma alegria e uma paz mais do que temporária. A conversão autêntica dá lugar à mansidão, à fome e sede de justiça, à humildade de espírito e a todos os frutos da justiça.

Se você é um pregador do evangelho, compete-lhe saber o que está fazendo. Tenha cuidado para não utilizar suas habilidades como pregador na realização de psicoterapia coletiva. Lembre-se de que está colaborando com o Espírito Santo. Você deve ter cautela em almejar grandes números de conversões, para que não tente realizar a obra que compete ao Espírito Santo. Seu trabalho, como pregador, consiste em explicar a Palavra de Deus, mostrando como ela se aplica. A obra do Espírito Santo consiste em fazer a Palavra arraigar-se na consciência do homem, a fim de que este permaneça sob o efeito da convicção. Portanto, não brinque com a consciência do pecador, relatando-lhe histórias espantosas. Permita que o Espírito Santo realize a convicção e desperte o temor. As histórias servem para esclarecer pontos obscuros da mensagem, não para produzir calafrios na congregação.

Isto significa que todas as técnicas de evangelismo estão erradas? Não, não penso assim. É impossível fazer qualquer coisa sem alguma técnica. Precisamos de técnicas para comunicar a verdade com clareza. Prefiro dizer que as técnicas se tornam imorais quando, consciente ou inconscientemente, nós as utilizamos para manusear a vontade, as emoções ou a consciência de outrem; quando adquirem maior importância, em nossos pensamentos, do que o Espírito de Deus; quando os resultados se tornam mais importantes do que as pessoas.

Emoções falsas

Não sou contra as emoções na pregação, e sim contra o emocionalismo. Não me declaro contrário à persuasão fervorosa, e sim contra os truques utilizados para levar um homem a mudar de opinião. Paulo pleiteava com homens e mulheres, chorando enquanto os exortava. Uma atitude magnífica! Porquanto o evangelho de Jesus Cristo não consiste de uma inexpressiva proposição intelectual, e o destino de um homem impenitente não é uma questão de simples interesse acadêmico.

Por conseguinte, que haja lágrimas e não os que “arrancam lágrimas”; que haja persuasão e não as técnicas persuasivas. Em áreas não- espirituais, quando tratamos sobre algo que nos preocupa, lemos livros e manuais para aprender técnicas persuasivas, a fim de levarmos os indivíduos a tomarem decisões. Porém, na pregação, prefiro mais um pregador que chora e uma congregação de olhos enxutos do que o contrário. O pregador tem algo a respeito do qual pode chorar. Ele enxerga, ou deveria enxergar, como as pessoas realmente são, e sua tarefa consiste em transmitir o que vê. E neste processo talvez não seja capaz de controlar suas emoções.

O perigo das manipulações psicológicas não se limita às grandes concentrações de pessoas. As técnicas de evangelismo pessoal podem ser igualmente perigosas.Vocês já se encontraram com pessoas que lhes perguntaram: “Oh! Será que passei pela experiência?” Ao questioná-las, vocês descobriram que elas haviam “aceitado o Senhor”, quando algum evangelista pessoal excessivamente zeloso apenas as pressionou demais. É verdade que alguns desses “convertidos” podem ser pessoas regeneradas que estão se afastando do Senhor. Mas estou igualmente certo de que a maioria destes casos resulta da “lavagem cerebral” evangelística aplicada por certos “obreiros pessoais”.

Parte de nossa dificuldade se origina de nosso desespero em busca de resultados. Os pastores que trabalham de “tempo integral” têm de provar que estão labutando de tal modo que merecem seu salário. São obrigados a obter resultados e se desesperam por desejarem ser bons agentes de vendas do seu produto. Os que estudam para o ministério evangélico tentam provar seu desempenho cristão (como alguns guerreiros índios provam sua masculinidade) arrancando alguns escalpos.

Ora, os resultados nos deixam perplexos. Não estou dizendo que não devemos ficar preocupados, quando as pessoas ao nosso redor não se deixam levar à salvação. De fato, neste caso deveríamos ficar extremamente preocupados. Entretanto, os resultados precisam ser genuínos, a fim de que tenham qualquer valor. É a regeneração que torna o pecador apto para o céu, e não a manipulação de uma conversão psicológica.

O que posso dizer sobre os motivos que tenho em mente, quando busco resultados? Eles se originam de um sincero interesse pelo meu próximo? Originam-se do amor de Cristo que me constrange? Anseio pela glória de Deus? Ou simplesmente estou procurando comprovar algo?

Motivos falsos

Outro problema que está por trás de nossa paixão por resultados é que pertencemos à cultura do agente de vendas. O verdadeiro representante de nossa época não é o cientista, nem o herói do espaço, e sim o vendedor. Este é o homem que realmente mantém as rodas girando.

Ora, o sucesso de um vendedor é medido pelo número de coisas que ele pode vender. Se estiver vendendo, então, ele é sucesso.Muitos vendedores são assaltados por dúvidas secretas quanto à qualidade do produto que vendem. Têm de reprimir essas dúvidas, usando as técnicas nas quais foram treinados. Na realidade, as grandes companhias têm as suas próprias técnicas que visam manter em alto nível a moral dos vendedores.

O vendedor deve vestir-se bem e dirigir um automóvel. Isto cria uma aura de sucesso; e isto gera mais sucesso. O vendedor deve estar interessado nos seus clientes, e seu interesse deve ser “genuíno”. (Todavia, qualquer interesse pode ser genuíno quando o motivo final é uma venda, a comissão e o sucesso?) O vendedor tem de mostrar não apenas a virtude de seus produtos, mas também que o seu produto é exatamente aquilo do que seu cliente necessita.

Vivendo em um mundo de vendedores que batem de porta em porta, em um mundo de seus parentes mais sofisticados: os comerciais de rádio e televisão, a propaganda de revistas e os milhares de truques publicitários, é natural muitos imaginarem que o evangelho é apenas mais alguma coisa a ser vendida. Por isso, muitos ensinam abertamente que o evangelismo é uma questão de boa técnica de vendas.

As comparações são óbvias. Na realidade, possuímos algo do que o mundo inteiro necessita. Temos a responsabilidade de levar o conhecimento desse Algo (ou Alguém) a toda criatura. O fator tempo é importante. Homens e mulheres deveriam estar fazendo decisões favoráveis por nosso Produto (desculpem esta palavra tão repugnante).

No entanto, há certos perigos nesta comparação. D. Maria pode (devido às técnicas do vendedor) comprar vassouras, para mais tarde perceber que isso não era o que ela queria. Até certo ponto, embora muito sutilmente, ela foi vítima de “lavagem cerebral”. Isso poderá deixá-la perturbada, mas não será uma grande tragédia. Muito mais trágica é uma decisão de seguir a Cristo que representa apenas a anuência do decidido à “técnica de vendas” do evangelista.

Esperança falsa

Em primeiro lugar, se o Espírito Santo não tiver agido em seu coração, esse indivíduo não terá nascido de novo. Sua “fé” não será a fé que conduz à salvação. Terá uma esperança falsa.Se, por outro lado, ele reagir contra a sua “conversão”, sua resistência ao evangelho aumentará muito no futuro. Em todo o mundo, existem grandes multidões que estão duplamente vigilantes contra o evangelho, por haverem passado por uma experiência espúria de conversão.

Acrescente-se a isto o fato de que a filosofia de vendedor está repleta de precipícios morais. É contrária à própria natureza do testemunho do evangelho. Vestir-se bem? Para quê? Para impressionar? Por amor ao testemunho? Será que o testemunho consiste de um terno impecável e roupas bem passadas? Ou estaremos confundindo testemunho com reputação e “imagem pública”?

E, o que é pior, você é um daqueles que está procurando exibir uma aparência vitoriosa, “para atrair pessoas a Cristo”? Isto, naturalmente, é o equivalente espiritual das roupas bem passadas. Você sorri (ou pelo menos espera-se que o faça), visto que o crente é um homem cheio de alegria. Você tenta ser semelhante a Cristo, embora não tenha uma idéia clara do que significa ser semelhante a Ele.

Faz parte da técnica. Você deve atrair pessoas a Cristo. E, se isto significa que deve suprimir uma parte do seu verdadeiro “eu”, desempenhando um grande papel em público, isto faz parte do testemunho. Mas o seu verdadeiro “eu” surge repentinamente no dormitório, onde não há ninguém, exceto Deus, para vê-lo. E, quanto a Ele, isso não tem importância. Ele não é um cliente; Ele já se encontra do lado certo.

Nunca lhe passou pela mente que a essência do testemunho (parte importantíssima da evangelização) é apenas honestidade franca? Você é sal, quer sinta isso, quer não. A Bíblia não ensina que o crente deve agir como sal, somente declara que ele é sal. Você é luz. Deus realizou algo em sua vida. Não tente brilhar. Permita que resplandeça a luz que Deus colocou ali.

Existência honesta

Ora, para que a luz do crente brilhe, nada é mais importante do que a honestidade. Temos de ser honestos perante os incrédulos. De fato, essa honestidade, por si mesma, constitui noventa por cento do testemunho. O testemunho não consiste em levantar uma fachada cristã com o propósito de convencer possíveis clientes. Testemunhar é ser honesto, é ser veraz quanto ao que Deus nos fez, tanto em nosso falar como em nossa conduta diária.

Tal honestidade exigirá que você fale a respeito de Cristo aos incrédulos com quem estiver conversando. O fato de que, no passado, você teve de criar oportunidades para falar sobre assuntos espirituais comprova que, no subconsciente, você estava evitando as oportunidades que lhe eram constantemente apresentadas.

Todos nós ocultamos a nossa verdadeira personalidade por trás de uma fachada. Para preservarmos a imagem que criamos é necessário que falemos e nos comportemos de determinada maneira. Nossa conversa é designada a criar certa impressão nas pessoas com quem falamos, a fim de que edifiquemos ou preservemos a nossa própria imagem, que desejamos vender. Ora, para muitos de nós, o “testemunho” significa adicionar determinadas características cristãs a essa imagem.

O verdadeiro testemunho, por outro lado, consiste em abandonar a fachada por trás da qual nos escondemos, e não em modificar tal fachada. Viver por trás de uma fachada é o mesmo que ocultar a lâmpada debaixo de um balde. E a falsidade é opaca em relação à luz divina.Ora, se você é honesto, ao menos parcialmente (a honestidade total é rara e difícil), na conversa que tiver com o incrédulo, descobrirá que é extremamente difícil não falar sobre coisas pertencentes ao cristianismo bíblico. Você diz que é difícil testemunhar? Eu lhe asseguro, porém, que com um pouco de honestidade é quase impossível não testemunhar.

Ignorância honesta

Ora, a honestidade também exige que admitamos não saber tudo. Um bom vendedor jamais fica sem resposta. Mas você não foi chamado para ser um vendedor, e sim uma testemunha. E isto significa que você deve ser franco a respeito do que sabe e do que tem experimentado.

Você está esperando até que tenha todas as respostas, antes de começar a testemunhar? Não o faça. De todos os modos, busque meios de responder às questões, mas não adie seu testemunho até que obtenha todas as respostas. Esteja preparado para dizer que não sabe isto ou aquilo. Ninguém ficará surpreendido. Deus não depende dos poderes de argumentação dos crentes.

Há algum tempo, estudantes do Instituto Bíblico Moody tiveram uma reunião na Universidade de Chicago. Durante o período de debate, foram apresentadas algumas perguntas difíceis. Os estudantes do Instituto Moody tiveram o bom-senso de admitir que não podiam responder certas inquirições. A honestidade deles fazia parte integral do seu testemunho.

E isto cumpriu o seu propósito. Um membro do corpo docente da Universidade de Chicago expressou publicamente seu interesse por ouvir mais. Afirmou que, pela primeira vez, havia encontrado crentes que admitiam não saber tudo. Ele afirmou que isto, ao invés de diminuir sua confiança neles, na realidade, despertou-a.

Avaliação honesta

A honestidade também exige que reconheçamos nossos fracassos. Fracassar é algo ruim, mas enganar a respeito do fracasso é muito pior. O fim nunca justifica os meios.Não quero dizer com isto que a honestidade consiste em extravasar os nossos piores instintos. Afirmo, porém, que admitir a própria indignação é melhor do que fingir não estarmos indignados. Também afirmo que admitir o fracasso, em nossa vida cristã, ao invés de ser prejudicial ao nosso testemunho, pode até constituir uma parte dele. Nossa própria honestidade é um testemunho. É mister grande graça e coragem espiritual para admitir o fracasso. Somente o homem que não se preocupa consigo mesmo, nem com sua imagem pública, tendo em vista exclusivamente o seu Senhor, será capaz disso.

O pecado e o fracasso não expõem Cristo ao opróbrio? É verdade. No entanto, o opróbrio não é removido quando encobrimos o pecado. É evidente que ninguém pode cuidar deste problema, enquanto não for suficientemente honesto consigo mesmo e, quando necessário, com seus semelhantes no que diz respeito a este assunto.

Não espere até ser perfeito para testemunhar de Cristo. O testemunho envolve a franqueza em todas as ocasiões, inclusive agora. Jamais encubra uma fraqueza sua com a finalidade de testemunhar. O que o mundo espera ver não é um crente perfeito, e sim o milagre da graça de Deus agindo em um crente fraco e imperfeito.

Muitos crentes de nossos dias têm a trágica e errônea idéia de que desempenham um papel extremamente importante na conversão de um pecador. Devemos exortar o pecador, não porque nossa exortação seja capaz de salvá-lo, e sim porque não podemos agir de outra maneira. Fazendo isto, seremos autênticos em relação ao que o Espírito Santo está fazendo em nós. O Espírito Santo é Aquele que verdadeiramente tem a incumbência de cuidar de uma alma recém-nascida. Desempenhar o papel dEle é perigoso, imoral e blasfemo.

Acredito que, no evangelismo moderno, tanto público como pessoal, estamos trocando nosso direito de primogenitura por um prato de lentilhas. Julgamos estar seguindo o Espírito Santo, quando, na realidade, estamos seguindo apenas uma psicologia barata. Não estamos apresentando uma Pessoa, e sim promovendo um símbolo. Fomos chamados à glória e à honra de sermos testemunhas do Senhor da História e do Redentor da humanidade, porém temos apenas produzido confusão por meio de todas as nossas técnicas que visam “obter decisões”.

É tempo de abandonarmos nossos enganos blasfemos, permitindo que nossa luz brilhe diante dos homens, a fim de que glorifiquem nosso Pai, que está no céu.

Como identificar uma seita pseudo-cristã


Como identificar uma seita pseudo-cristã, se seus ensinos muitas vezes parecem ser baseados na Bíblia?

Por que para muitos é tão difícil diferenciar seita de igreja cristã?

Sabemos que seita é grupo de pessoas que praticam desvios doutrinários, os quais são chamados de heresias. Tais desvios doutrinários não são mero equívocos de interpretação, mas uma afronta às doutrinas centrais do Cristianismo.

Entre elas, veremos que as seitas usam livros além da Bíblia.

Negam que Jesus seja Deus e o rebaixam de posição.

Defendem a salvação pelas obras, a fim de submeterem seus membros a trabalho árduo na divulgação de suas heresias.

A maioria das seitas são exclusivistas, ensinando serem os únicos detentores da verdade. Convido você a ler as heresias a seguir e orar a Deus, perguntando a Ele como você pode ajudar pessoas que crêem dessa forma a serem libertas desses enganos.

1. AS SEITAS USAM, ALÉM DA BÍBLIA, ESCRITOS “INSPIRADOS"OU TÃO IMPORTANTES QUANTO A BÍBLIA.

2. AS SEITAS NEGAM A DIVINDADE OU A HUMANIDADE DE JESUS, OU O REBAIXAM DE ALGUMA FORMA (o líder passa a assumir o papel de Deus para seus seguidores)

3. AS SEITAS ENSINAM QUE AS OBRAS TAMBÉM SALVAM, A FIM DE QUE A PESSOA TRABALHE ARDUAMENTE PARA O CRESCIMENTO DE CADA SEITA

4. AS SEITAS SÃO EXCLUSIVISTAS – JESUS É O CAMINHO, ELAS O ATALHO.

Conclusão

Se todos os cristãos estudassem as doutrinas cristãs com afinco seriam capazes de desmascarar as heresias ensinadas por líderes dessas seitas. Mas há um fator agravante: A argumentação errônea que as seitas usam baseada na Bíblia faz com que seus ensinos se pareçam com os nossos, ou seja, que eles são bíblicos. As seitas ensinam verdades, e ainda usam textos bíblicos mal interpretados para criar suas doutrinas. Por que o Diabo faz assim? Uma excelente reposta foi dada pelo pastor Paulo Sérgio Rodrigues Batista, apologista e evangelizador de adeptos de seitas há vinte anos, quando ele perguntou:

"Por que as seitas se parecem com as igrejas cristãs? Já viu alguém falsificar uma nota de cem dólares e colocar a foto do Mickey Mouse?"

Assim, precisamos estudar as doutrinas fundamentais cristãs e sermos bons conhecedores de Cristologia. Se você não souber isso, será como um americano vir pela primeira vez ao Brasil, e sem conhecer nossa moeda, receber uma nota de 1 Real com a estampa do "Seu Madruga". Teria ele a mesma facilidade que nós em reconhecer a fraude? É necessário, então, identificarmos os erros das seitas para prevenir os recém-convertidos, os estagnados na fé ou então os cristãos em crise com as besteiras praticadas dentro de nossas igrejas. É como um infectologista que sabe higienizar sua casa, mas procura ensinar os outros a fazer o mesmo, de duas formas: Primeiro, por conscientizar as pessoas do que significa higienizar e ser limpo (Doutrinas Cristãs). Segundo, por mostrar fotos ampliadas de vírus, germes e bactérias, bem como o modo como eles atacam. (heresias) Está disposto a ser um infectologista da fé, por ensinar as pessoas a verem quão infecciosas para a sua fé são as heresias das seitas mencionadas acima?

Fonte: http://iacs33.blogspot.com/

Neobesteiras das Igrejas

O modelo de Igrejas em Células, conhecido por G-12 (Grupo de 12) ou Visão Celular, foi criado pelo pastor colombiano Cézar Castellanos Dominguez, da Missão Carismática Internacional (MCI), no ano de 1991. Após visitar à Igreja Central do Evangelho Pleno na Coréia, do pastor David Yonggi Cho, a maior do mundo, e que funciona com o sistema de células, o pastor colombiano deu início a formatação desse modelo para a sua igreja. A visão institui que a igreja deve ser subdividida em grupos que se reúnem nas casas (células), onde participam de estudos previamente estabelecidos num manual sob a coordenação de um líder, o qual obrigatoriamente deve ter feito o “encontro”. Assim que a célula atinge a meta de 24 membros, ocorre então a divisão, ou seja, são formadas duas células de 12 membros cada, e assim por sucessivamente. Para aqueles que adotam o G-12, a visão é uma estratégia para multiplicação em breve espaço de tempo, ou seja, rapidamente os templos se enchem e o número de membros triplica. O alvo da visão é ganhar, consolidar, discipular e enviar as pessoas, formatando-as no modelo dos 12.
O G12 é um governo que se multiplica através das gerações:Primeira geração: os 12;Segunda geração: os 144;Terceira geração: os 1.728;Quarta geração: os 20.736

Em agosto de 1998, o brasileiro Renê Terra Nova, da Igreja Batista da Restauração de Manaus, participou de um encontro em Bogotá, Colômbia, e, inspirado no trabalho do apóstolo Cézar Castellanos, fundou o Ministério Internacional da Restauração (MIR), do qual é presidente. No final de março de 2005, Terra Nova se desligou do G-12, quando rompeu com Castellanos e adotou para si e sua igreja uma nova nomenclatura – Visão Celular (Movimento Celular, M12).

O modelo dos 12 segue dividindo opiniões, gerando controvérsias, jogando pastores contra pastores e alimentando uma série de versões desencontradas. Há uma “aura mística” em torno do número 12 e uma forte ênfase no crescimento, e não no pastoreio.. preocupação apenas em multiplicação, como se o ministério pastoral tivesse metas de produtividade a atingir. Não há nada de errado em dividir a igreja em células. O que me preocupa são essas aberrações teológicas.

O movimento segue as tendências contemporâneas de interpretação, mais especificamente a subjetividade e relatividade na interpretação e aplicação dos textos bíblicos. De fato, tanto o Modelo como o Encontro parecem bíblicos, se considerarmos o volume de citações e alusões a textos bíblicos neles contidos.

Todavia o “Encontro” nada mais é do que uma forma de transicionar ou receber a visão. Naturalmente, os participantes e proponentes do modelo também afirmam que a sua base teológica é a inerrância das Escrituras, que são aceitas como regra de fé e prática. A diferença está em seus princípios de interpretação. Três princípios podem ser observados. O primeiro implica na ambigüidade do entendimento dos textos. Em outras palavras, os textos são tratados de forma relativa, podendo adquirir significados múltiplos. Não se trata de um sensus plenior da passagem, mas de diversos sentidos dados a uma mesma passagem, que é entendida, assim, de forma ambígua. Por exemplo, em Habacuque 2.2 a palavra visão é entendida de diferentes maneiras, significando ao mesmo tempo a visão recebida pelo profeta Habacuque, visões literais recebidas atualmente pelas pessoas, e visões não-literais, mas que implicam em um desejo ou uma forte convicção, frutos da capacidade de projetar o futuro. Estes dois últimos sentidos são usados e justificados pelo texto de Habacuque e outros. Portanto, não é simples entender o que significa adquirir a visão conforme propõe o movimento. Pode significar o entendimento correto da Escritura, bem como desenvolver a capacidade de buscar objetivos ainda não concretizados ou, finalmente, abraçar a visão recebida por César Castellanos.

O Encontro e suas fases não são só para os novos crentes, mas também para líderes que querem implantar a visão de células de multiplicação e de grupos de 12. Para essa visão é necessário uma grande disciplina, disposição e acima de tudo experiência com o Senhor Jesus.

O povo acaba assimilando a idéia e a colocação é a seguinte: que em três dias você resolve o problema todo da sua vida. O cristianismo não é para três dias ou três anos, é para a vida toda. As verdades bíblicas são aplicadas na vida, à medida que a pessoa vai entendendo e aplicando. Se isto não aconteceu, pode passar até 20 anos e nada vai mudar. Crescimento não acontece de uma hora para outra. É como uma criança, tem que passar por todas as fases. A visão do G12 é totalmente imediatista, mas a visão bíblica é progressiva.

Os participantes do encontro são crentes evangélicos desviados, na sua esmagadora maioria. Voltam, quase todos, dizendo que viram Deus, nasceram de novo e que agora são cristãos de verdade, entram na estatística do movimento como sendo novas almas conquistadas e exemplo de inferno saqueado.

Qual inferno foi saqueado se a maioria esmagadora dos encontristas eram membros das igrejas evangélicas? Como se pode ver, já são pessoas de igrejas, salvas, libertas, salvo exceção. Não foram pessoas resgatadas lá no mundo sem Deus. São pessoas da própria igreja ou de igrejas co-irmãs. Conheço isso de perto. Uma Igreja super tradicional com costumes enraizados, e, dentro de poucas semanas (eu disse poucas semanas) implanta tudo da visão e diz: à partir de hoje não sou mais Pastor de crentes, sou Pastor de discípulos. Vamos ganhar toda a cidade para Jesus e vai ser com a Visão Celular. Tudo que aprendemos até agora era arcaico e retrógrado.

O negócio agora são as multidões. Escola Dominical? Já era! Agora em seu lugar será Escola de Líderes. Cultos Domésticos? Já era! O negócio agora são células! Coral? É arcaico! O negócio agora é música gospel de qualidade! Todos são obrigados a ir ao Encontro. Quem não for é porque é desobediente e não passa de um religioso. Quem quiser ficar, à partir de agora, com esse novo modelo, amém! Quem não quiser é livre para tomar sua decisão! RESULTADO? Todos já sabemos. Depois de algum tempo volta o Pastor ferido, machucado, Igreja dividida, membros escassos, e a cúpula principal da Igreja??? Humm!!! Essa cai arrebentando! De quem é a culpa? DO TAL DO G12! O PROBLEMA SÃO OS HOMENS E NÃO O MODELO.

Encontros: o Encontro torna-se um equívoco quando as pessoas colocam nele suas esperanças de que verão Deus face a face.
Não preciso ir ao encontro para analisar o que é certo ou errado. Se vou a um lugar onde Deus haverá de manifestar-se, isto gera uma visão pagã sobre Ele, gera idolatria e uma falsa teologia. Creio em um Deus que não brinca de esconde-esconde e que não se revela através de segredos esotéricos. Ele se manifesta integralmente e totalmente a cada um de nós. Não marca encontro em algum lugar, mas se revela onde nós estamos.

Células: célula passou a ser a única forma de uma igreja trabalhar e crescer. Alias o Espírito Santo passou a ser secundário , pois criam-se se células e estabelecem alvos numéricos de crescimento, quem converte é o método. Lamentável. Outra anomalia é a oferta na célula contrariando a palavra que diz:

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céue não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.” Ml 3:10

Preparação dos líderes: Incutem uma paixão cega por uma visão, acreditando que possui a melhor revelação de Deus, a melhor visão, a melhor estratégia. E movido por essa paixão procura persuadir cada pessoa a ser um líder, com a idéia de que a mesma tem um “chamado” pra ganhar uma cidade, uma multidão. Separar um líder é mais do que tornar alguém apto para cuidar de uma célula, é mais do que uma questão de conhecimento teológico, ser líder é atender ao chamado de Deus e negar a si mesmo!

Nem todos recebem de Deus este chamado, nem todos estão preparados. Na realidade os “discípulos” não são apenas preparados para pregar a Cristo, mais são treinados principalmente para divulgar a “visão” da igreja, é como o treinamento de vendedores de um produto, desconsiderando um dito popular: “A pressa é inimiga da perfeição!”. Algumas visões estão impregnadas de costumes e práticas anti-bíblicas visando um crescimento rápido, embora este crescimento seja doentio.

Geralmente o líder de células possui pouco conhecimento teológico. Uma igreja em células exige um rigoroso planejamento de forma a ser muito bem elaborado, com muito acompanhamento, muito controle, muito critério, do contrário o fracasso será inevitável. Se os líderes não forem bem instruídos, bem acompanhados, bem discipulados, nada feito. Qualquer pessoa é líder, desde que participe dos encontros e da escola de líderes e, claro, permaneça fiel à visão. O chamado de Deus para o ministério é desprezado. É como se ignorassem a escolha de Deus.

Nas células não há liberdade de pregação livre, pelo fato de o líder estar obrigado a usar o formato da visão, que está no manual. Percebe-se o quão perigoso é este negócio de transformar pessoas em líderes! Em menos de dois meses uma pessoa está apta para “abrir” uma célula, sendo que este tempo pode ser reduzido se o mesmo fizer um intensivão. É um absurdo, pois um novo convertido não vai ter experiência para ministrar uma célula, lidar com vidas.

Esse tipo de líder começa com pouco conhecimento da Palavra de Deus e termina num profundo analfabetismo bíblico tendo em vista que após ter um crescimento “explosivo” pouco tempo terá para se dedicar ao estudo da Palavra e sim se aperfeiçoar na visão. A visão acaba por jogar as pessoas no fogo! Com informações precárias, eles ensinam o básico do básico e depois te obrigam a abrir uma célula cobrando toda hora o crescimento: a célula tem que romper! Ela tem que crescer, tem que multiplicar senão torna-se uma célula doente.
Veja o exemplo dos discípulos de Jesus, estes tiveram o privilégio de passar 3 anos num curso intensivo de Teologia Prática e Experimental.

Vitimas alvos da visão: as vítimas são geralmente aquelas com problemas de auto-estima. Quando dão início a subida da escada do êxito começam a sentir-se importantes. Afinal passam a pregar numa célula em curto espaço de tempo tornando-se líderes, sendo honrados por seus seguidores.

O alvo é a formação de líderes todavia a bíblia diz que o Corpo de Cristo é formado por uma grande diversidade de dons, sendo assim todos tem de ser líder de célula?? Há uma supervalorização dos líderes, onde se tem a impressão de que se você não é líder é um crente inferior e até inútil. Aqueles que por alguma razão não desejarem ser líderes serão fatalmente excluídos tendo em vista que muitas programações são feitas apenas para líderes. Isto tudo é totalmente anti-bíblico. Cabe lembrar que o foco maior está nos incrédulos, ou seja, naqueles que jamais se converteram. Temem a membralizar crentes desviados de outras igrejas, pois estes ao “entrarem de coração na visão” tendem a dar início aos questionamentos. O modelo perfeito é o do crente formatado na visão.

Metas: A igreja tem adquirido uma mentalidade empresarial e organizacional onde todos precisam gerar resultados, caso contrário tornam-se insubstituíveis. Precisam trabalhar e atingir metas mesmo que estejam exaustos espiritualmente. E os líderes que deveriam ser alicerces e ajudadores, tornaram-se muitas vezes arbitrários e desalmados porque não conseguem ver as necessidades das pessoas, apenas vêm as metas e alvos.

Alguns parecem tratores: passam por cima de pessoas para atingir metas. Ao mesmo tempo essas pessoas que fazem parte da igreja tornam-se individualistas e competem entre si para mostrar seus resultados para o "líder" e provar que são melhores e merecedoras de uma "promoção".

Alguns chegam ao ponto de difamarem seus "concorrentes" para tirá-los da jogada. Não importa se seremos reconhecidos por isso. É preferível ser o samaritano que curou o corpo de um homem mutilado com azeite e vinho e pagou o preço por isso e que ninguém saberá o nome, a ser o conhecido "fulano de tal" que faz barulho e não tem frutos.

As “metas” estabelecidas pelos líderes têm transformado os crentes, em verdadeiros gladiadores, que cometem atrocidades para “crescerem” sem chegarem aos ideais prometidos por eles. As técnicas modernas de crescimento instantâneo se proliferam nas igrejas, cada uma com uma proposta e com um argumento, aparentemente, mais convincente que o outro. Para isto, utilizam-se de todos os meios disponíveis para que seus objetivos pessoais ou organizacionais sejam alcançados.

Brigas e Rompimentos: Em março de 2005, Castellanos revelou aos seus seguidores que, a partir daquele momento, ia querer receber um determinado valor das igrejas que usassem a marca G-12. Por isso é comum hoje encontrarmos igrejas que não mais usam o termo G-12, mas continuam aplicando os mesmos ensinamentos, ou melhor, distorções doutrinárias aprendidas enquanto seguiam o colombiano. Hoje, é natural ouvir falar em M12, Visão Celular, Igreja em Células, que se utilizam dos mesmos ensinamentos originais do G-12.

No final de março de 2005, o então Apóstolo René Terra Nova que era um dos doze do pastor colombiano Cesar Castelhano, saiu da sua cobertura por motivo de poder, desligou do G-12, e adotou para si e sua igreja uma nova nomenclatura – Visão Celular (Movimento Celular, M12). Ele pediu para as igrejas jogarem fora todas as apostilas e livros do pastor Cesar Castelhanos. Lançou o Resgatão, ou seja, um tipo de encontro onde resgata tudo aquilo que o inimigo tomou, inclusive resgatar do G12 para o M12. Acreditem, agora o G12 é seu inimigo, palavra do próprio apostolo quando do Resgatão no Japão.

No Brasil, outras duas lideranças significativas, o bispo Robson Rodovalho, fundador da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, e a apóstola Valnice Milhomens, da Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo, também abraçaram a visão celular.

Visão que aliena: as pessoas envolvidas com a visão são alienadas, deixam de cuidar de suas vidas, deixam de conhecer a palavra de Deus na sua essência e vivem apenas das pregações e doutrinas dos líderes, em razão de viverem em função de uma agenda lotada de compromissos e reuniões.

É comum não terem tempo pra assistir jornais e ver TV. Algumas pessoas tomam conhecimento de notícias apenas meses depois. Exercer um mínimo de razão é condição fundamental para libertação do homem das amarras que o prendem, sobretudo da dominação e tirania religiosa. É pela razão que o homem se liberta do mundo dos medos, das superstições, das punições, conduzindo-se ao domínio de si.

Depoimentos de vitimas da visão celular:

“Em 2000 comecei a frequentar uma igreja bem conceituada em minha cidade. A igreja crescia, e estava com 150 membros. Respeitável número para uma obra que tinha apenas 3 anos. Após a adoção do G12 apenas 23 membros restaram. Não faço parte dos 23 que ficaram por motivos óbvios, e o mais triste é que boa parte dos que saíram nunca mais buscaram outra igreja. Tais pessoas eram, em sua maioria, novatos na Fé , sem nenhuma referência anterior de como deve proceder uma igreja protestante. me perdoe mas vou falar a real : O G12 é uma fábrica de fanáticos e isso os líderes do terror islâmico já fazem com competência. Portanto não precisamos do G12. Obediência cega ao pastor ??? - Não, obrigado. Cansei de ver abusos emocionais e até famílias destruídas por causa dos métodos do G12, que não têm nada de espiritual e sim de condicionamento emocional proporcionado pelos "encontros", que aliás foi uma das experiências mais tristes que já tive na vida.

Vi uma igreja desmoronar por conta das "confissões de pecados" que os pobres membros faziam aos seus líderes. Os líderes ouviam as confissões e saíam por aí contando tudo o que ouviam. Por Deus, a Igreja de Cristo não pode se transformar em um covil de fofoqueiros !!! - As pessoas que foram "confessar" o fizeram inocentemente e com o coração aberto. Imagine qual foi a decepção destas pessoas ao serem vítimas dos amados "pastores". Aliás, isso não aconteceu apenas na igreja que citei.

“Estou destruída por causa dessa visão... não sei nem mais em quê acreditar... Estou me sentindo enganada, usada... Fui da igreja XXX... hoje já não me considero mais, apesar dos líderes me ligarem direto... era 12 direto de pastor... eu obedecia, fiz o que pude e o que não pude, mas pra eles nunca estavam bom... sempre queriam mais... tinha metas pra levar para igreja... teve até um congresso em que minha meta era levar 10 pessoas, como levei 9 tive que pagar a uma que não levei... nos encontros tinha metas também... se não batesse a meta, pagava!PAGAVA... PAGAVA... PAGAVA...Minha vida, minha conta bancária, minha família está destruída...”

“O G12 foi criado para formar cabos eleitorais localizados, para angariar de votos para representantes da igreja ou pessoas que vão receber o apoio da igreja. A visão do G12 é completamente política e eleitoreira, foi criado para isso”.

G 12: Encontrou ou Desencontro?

"O Encontro é Tremendo!" Este é o chavão mais ouvido ultimamente entre os evangélicos, sejam eles pentecostais ou tradicionais. Para os que ainda não foram atingidos pela nova "onda", trata-se do componente principal do "Modelo dos Doze" (G-12), a nova visão para a igreja em células, disseminada pelo Pr. César Castellanos Dominguez, da Colômbia. Castellanos diz que "Deus lhe falou" que este será o modelo para crescimento da igreja para o futuro. No Brasil o G-12 encontrou forte representação nas vozes dos pastores Valnice Milhomens e René Terranova e agora se espalha por todo o país. O G-12 é basicamente uma variante dos diversos modelos de crescimento de igreja que existem no mundo, com ênfase em números.

Como os outros, ele alega ser bíblico e segundo a visão neotestamentária da igreja de Atos. Nesse modelo, os membros potenciais são enviados a um "Encontro" num lugar isolado, para ali serem "ministrados" e confrontados com a nova visão de discipulado.

Como funciona?

A promessa de um "encontro" face a face com Deus é feita repetidamente. O segredo quanto ao conteúdo do "encontro", guardado a sete chaves, o torna mais atraente e desejado. Antes do encontro é necessário passar pelo pré-encontro, o qual consiste de quatro palestras preparatórias. Durante estas palestras, é pedido a todos sigilo absoluto quanto a tudo que irão ouvir e ver a partir daquele momento.

No dia do "encontro", o clima é de grande festa. São dadas recomendações quanto ao comportamento, incluindo a proibição de comunicação interpessoal.

Numa série de palestras os participantes são induzidos a pensar em sua condição de pecador perdido diante de Deus. Pessoas que já faziam parte de igrejas há anos, conscientes do seu novo nascimento em Cristo Jesus, dizem que depois de terem ido ao "encontro" tudo mudou. Será que isto é verdade?

Sabemos que quando alguém recebe a Cristo como Senhor e Salvador de sua vida, recebe a salvação mediante a fé. Será que Deus mudou o seu poder ou o modo de agir? Seu poder diminuiu ou ficou desatualizado? Se ainda precisamos passar por um "encontro" para que todas as maldições sejam quebradas, para recebermos o perdão de nossos pecados do passado, para sermos libertos de todas as amarras, então o sacrifício de Jesus na Cruz aceito por nós anteriormente não teve efeito algum! A própria idéia de um "encontro" com Deus não seria algo deliberável pelo homem, porque Deus é Soberano. Ele é quem decide se haverá ou não um encontro. Como pode alguém deliberar que o verdadeiro encontro com Deus deva ocorrer em determinada época, precedido de um pré-encontro e sucedido por um pós-encontro tudo devidamente planejado pelo homem?

Heresias e controle da mente

O G-12 é um movimento de perfil neopentecostal, que tem assumido práticas esotéricas e espíritas, tais como regressão psicológica e "liberação de perdão a Deus". Além disso, os conceitos teológicos postulados pelo G-12, tais como suas crenças quanto à revelação, o Homem diante de Deus, Pecado, Igreja, Santidade e a Doutrina sobre o Espírito Santo, não condizem com o ensino bíblico ortodoxo. O G-12 também emprega diversos métodos psicológicos de mind control (controle da mente) para moldar a personalidade dos "encontristas" e fazer com que eles se encaixem na "visão". Veja mais sobre o controle mental abaixo.

O movimento é extremamente perigoso, porque pode trazer muitos problemas psicológicos a médio e longo prazos aos participantes, além de produzir uma quantidade enorme de falsas conversões (crentes fajutos). O G-12 usa métodos muito semelhantes aos usados em outros movimentos abusivos, como a Igreja de Cristo Internacional.

Sídrome de "superioridade", acusação e tendência a divisão são comuns nesses movimentos. Eles consideram que os crentes de igrejas convencionais estão mortos espiritualmente. Problemas de manipulação excessiva dos membros, demasiada ênfase em dízimos e ofertas, metas de conversão impostas, encontros a serem realizados etc. provocam muitas desistências a longo prazo.

Pessoas que eventualmente deixarem o movimento vão sair esgotadas, feridas e vão se sentir "usadas". A maioria pode desistir do cristianismo no futuro. Pastores que sentem-se complexados por liderarem igrejas sem projeção, podem ser presas fáceis para a metodologia do G-12.

À primeira vista, a proposta de um crescimento explosivo parece um convite irresistível. Porém, a estrutura do G-12, bem como sua filosofia não passam de uma bem elaborada estratégia de marketing e gerenciamento de recursos humanos. Não há nada de sobrenatural nisso. É um esforço humano para o recrutamento de adeptos. Mas, isso não significa que estas pessoas estejam nascendo de novo.

Quando se pensa que o novo nascimento pode ser produzido através da manipulação mental ou emocional, não há limite para as invenções humanas. Por outro lado, quando se entende que o novo nascimento é obra do Espírito Santo, que Ele realiza de acordo com o propósito e graça do Deus Trino, não há por quê tentar manipular as pessoas para conseguir o que só Deus pode fazer.

O D. M. LLoyd Jones já exortava a igreja a não confundir conversões psicológicas com conversões espirituais. O que as pessoas precisam é ouvir o Evangelho puro e simples, compreender o estado miserável de pecado em que se encontram, saber que a ira de Deus repousa sobre elas, ouvir que a graça de Deus é dispensada àqueles a quem Deus quer salvar e que a única maneira de se achegarem ao Deus santo é pelo arrependimento e pela fé no que Jesus Cristo realizou de uma vez por todas no Calvário.

Confundir metodologia mercadológica com evangelho é uma aberração, e é isso que está acontecendo nos ambientes onde o G-12 está ganhando espaço. Se um crente não participou do "Encontro", não está liberto ainda. Se não pertence a uma das "células castellanas", não pertence ao Corpo de Cristo, porque as células são o Corpo. Quanta tolice e pretensão!

Uma pergunta que nos causa profunda preocupação é a seguinte: Se qualquer pessoa pode ser líder de uma célula, e com o tempo tornar-se até supervisor de várias células, e se as pessoas sob o seu comando o consideram um guia, apesar de não ter necessariamente recebido qualquer treinamento teológico consistente, o que poderá acontecer se este líder decidir romper com a estrutura vigente e abrir uma seita de qualquer espécie? E se isso acontecer em vários lugares ao mesmo tempo, quem é que vai arbitrar sobre isso? O que pode acontecer é uma explosão de novos grupos religiosos, com as mais diversas heresias. Que ninguém seja ingênuo: a maioria das seitas pseudo-cristãs saíram dos meios evangélicos, e com o G-12 a porta tornou-se muito mais larga.
CONTROLE DA MENTE

Conheça a metodologia usada para a conversão psicológica em movimentos de discipulado "Lavagem cerebral" tem se tornado quase um termo familiar nas últimas décadas. Em 1961, Robert J. Lifton escreveu o livro definitivo sobre o assunto, Thought Reform and the Psychology of Totalism (Reforma do Pensamento e a Psicologia do Totalitalitarismo), despois de estudar os efeitos do controle mental sobre os prisioneiros de guerra americanos pelos chineses comunistas. Lifton esboça os oito principais fatores que podem ser usados para identificar se um grupo é uma seita destrutiva ou não.

Qualquer religião autoritária poderia ser trazida à luz para determinar quão destrutiva é sua influência sobre seus membros. Julguem por si mesmos.

Controle de Ambiente

As seitas são capazes de controlar o ambiente à volta de seus recrutas de várias maneiras, mas quase sempre usando uma forma de isolamento. Os recrutas podem ser fisicamente separados da sociedade, ou podem ser advertidos sob ameaça de punição a ficar longe do mundo da mídia educativa, especialmente quando ela pode provocar o pensamento crítico. Quaisquer livros, filmes ou testemunhos de ex-membros do grupo, ou mesmo qualquer crítico do grupo devem ser, sob todas as formas, evitados.

A informação é cuidadosamente mantida sobre cada recruta pela organização-mãe. Todos são vigiados, a menos que eles fiquem aquém ou muito além do pensamento da organização. Porque parece que a organização sabe tanto sobre tudo e todos, eles acabam parecendo oniscientes aos olhos dos recrutas.

Manipulação Mística

Nas seitas religiosas, Deus está sempre presente nos trabalhos da organização. Se uma pessoa sai da seita por qualquer razão, acidentes ou inimizade que possam acometê-la são sempre atribuídos ao castigo de Deus sobre ela. Pelos fiéis, diz-se que os anjos estão sempre trabalhando, e histórias circulam sobre como Deus está verdadeiramente fazendo coisas maravilhosas entre eles, porque eles são "a verdade." À organização é dada, portanto, uma certa "mística" que é muito fascinante.

Exigência de Pureza

O mundo é descrito como "preto e branco", com pouco espaço para tomar decisões pessoais baseadas numa consciência treinada. A conduta da pessoa é modelada pela ideologia do grupo, conforme ensinada em sua literatura. Pessoas e organizações são pintadas como boas ou más, dependendo de seu relacionamento com a seita. Tendências universais de culpa e vergonha são usadas para controlar indivíduos, mesmo depois que eles saem. Há uma grande dificuldade em entender as complexidades da moralidade humana, uma vez que tudo é polarizado e exageradamente simplificado. Todas as coisas classificadas como más devem ser evitadas, e a pureza é alcançada através da imersão na ideologia da seita.

O método da Confissão

Pecados sérios (conforme definidos pela organização) devem ser confessados imediatamente. Os membros devem ser delatados se forem encontrados andando de forma contrária às regras.

Há freqüentemente uma tendência para se tirar proveito da confissão de auto-degradação. Isso ocorre quando todos têm que confessar seus pecados diante dos outros regularmente, criando um tipo intenso de unidade dentro do grupo. Isso também permite que os líderes exerçam autoridade interna sobre os mais fracos, usando seus "pecados" como um chicote para conduzí-los.
O "Conhecimento Sagrado"

A ideologia da seita se torna a visão moral última para a organização da existência humana. A ideologia é também "sagrada" para ser questionada, e uma reverência pela liderança é exigida. A ideologia da seita faz uma alegação exagerada de possuir uma lógica hermética, fazendo-a parecer absoluta verdade sem contradições. Um sistema tão atraente oferece segurança.

A Criação de uma nova linguagem

Lifton explica o prolixo uso de "chavões que limitam o pensamento", expressões ou palavras que são designadas para encerrar a conversa ou controvérsia. Os chavões são facilmente memorizados e prontamente expressos.

Eles são chamados de "linguagem de não-pensamento," uma vez que a discussão é encerrada, não permitindo considerações posteriores. Entre as Testemunhas de Jeová, por exemplo, expressões como "a verdade", a "organização-mãe", o "novo sistema", "apóstatas" e "mundano" carregam com elas um julgamento sobre os de fora, deixando-os indignos de maiores considerações.

Doutrina acima da pessoa

A experiência humana está subordinada à doutrina, não importando quão profundas ou contraditórias tais expressões pareçam. A história da seita é alterada para encaixar-se em sua lógica doutrinária. A pessoa só é valiosa enquanto se conforma com os padrões da seita. As percepções do senso comum são desprezadas se forem hostis à ideologia da seita.

Arbitragem sobre a existência

A seita decide quem tem o "direito" de existir e quem não o tem. Eles decidem que perecerá na batalha final entre o bem e o mal. Os líderes decidem que livros de história são exatos e quais são parciais. Famílias inteiras podem ser excluídas e os de fora podem ser enganados, pois não merecem existir!

Amway e o Capitalismo Carismático

A Amway é uma empresa de marketing multi-nível que fatura muito dinheiro as custas do empenho de seus seguidores com a venda de produtos. Cada novo adepto deve levar o maior número de pessoas para a Amway para dar continuidade ao processo de crescimento, e assim sucessivamente.

Os líderes basicamente trabalham enaltecendo o poder do pensamento positivo, exibindo símbolos de prosperidade, discursando sobre “você-pode-ser-um-vencedor”, tudo isso sendo anunciado num estilo missionário, essa empresa familiar continua a prosperar, estando presente em mais de 70 países. No Brasil, a Amway conta com mais de 150.000 distribuidores.
A revista ISTOÉ no ano de 1994 publicou um artigo intitulado “Religião Amway” mencionando o crescimento da rede Amway no Brasil através da distribuição de produtos, prometendo enriquecimento rápido, classificou a Amway de “culto moderno, que usa técnicas de arregimentação quase religiosas”.
Na verdade, tem causado perdas financeiras, perda de tempo, arruinado carreiras, levado pessoas à ruína, causado a perda de bens e destruído famílias por todo o mundo. A verdade sobre suas operações e seus terríveis resultados financeiros são escondidos daqueles que são abordados.
Os cursos de treinamento, seminários e fitas são muito caros e aumentam o prejuízo crescente. A maior parte do dinheiro que eles ganham vem da venda dos livros e seminários. Os líderes desses distribuidores dizem que eles devem investir mais dinheiro em treinamento e nos seminários, livros e fitas motivacionais. Em razão disso empenham-se em participar dos seminários.

Nos seminários ostentam seus relógios, jóias e carros caros. Mostram suas mansões luxuosas e contam a respeito de viagens exóticas, todas ganhas, com eles falsamente sugerem, da venda de produtos Amway. Políticos importantes e até líderes religiosos são pagos regiamente para falar nas reuniões de recrutamento, dando ao esquema todo o seu apoio e bençãos.

Portanto, quando os recrutados finalmente desistem e se desligam, perdendo anos de esforços, a maioria acredita no que lhe disseram: foi tudo culpa deles mesmos.

Os críticos da Amway a têm comparado a uma seita cujo principal produto é a própria Amway. Seus membros lembram devotos religiosos em alguns aspectos. Eles possuem grande fé em sua companhia, nos produtos dela e na esperança de riqueza e aposentadoria precoce. Participam de seminários e reuniões que lembram encontros de evangélicos, onde o poder do pensamento positivo substitui (ou acompanha) a fé em Jesus.

Em lugar de um desfile de almas curadas pela fé os fiéis da Amway são doutrinados com testemunhos de aposentadoria precoce, com dinheiro farto. Embora tenham havido acusações de perseguição aos que abandonaram o rebanho, em geral a devoção à Amway parece bastante inofensiva. Ela não parece ser tão diferente de outras grandes e zelosas empresas que pregam o pensamento positivo sobre o negócio dos negócios em intermináveis seminários de motivação e retiros, livros, fitas, revistas, entre outras coisas.

Em muitos casos, o que acontece é que a fé dos envolvidos vai se misturar com crenças da AMP (Atitude Mental Positiva) e da confissão positiva, que são atualmente assuntos constantes nos congressos e seminários de motivação e sucesso. Dave Hunt e T.A. McMahon, autores norte-americanos, comentam sobre o perigo de tal envolvimento: “A grande jogada hoje em dia é o sucesso. A capacidade de exercer ‘o poder da mente sobre a matéria’ não é mais considerada algo estranho e oculto, e sim parte de um potencial humano natural, normal e infinito, que pode ser experimentado por qualquer pessoa que siga certas supostas ‘leis de sucesso’”.


domingo, 30 de agosto de 2009

Herbalife: "Perca seus amigos agora mesmo, pergunte-me como"

Quem já não foi assediado por um distribuidor da Herbalife? Ou quem já não os viu com aquele boton enorme com o slogan: “Perca peso agora! Pergunte-me como".

A Herbalife é uma empresa multinacional norte-americana, fundada em 1980 por Mark Hughes, baseada na exploração do próximo e vem se espalhado por todo o mundo através de sua rede de promessas de milagres impossíveis, testemunhos duvidosos e solidariedade suspeita. Para a multinacional o negócio é excelente pois não mantém nenhum vínculo empregatício com o distribuidor independente.

Escada do Sucesso na Herbalife??


Relato de um ex distribuidor da Herbalife:

“Fiquei tão enfeitiçado com a Herbalife que passei a assediar as pessoas de meu círculo de relacionamento com esse assunto o tempo todo. Eu respirava Herbalife. Somos treinados a fazer listas de pessoas que convivemos em todas as etapas da nossa vida...pro sistema, são só números...então somos treinados a chamar todos a ir ver a "oportunidade do século"...ainda não acredito que eu fiz isso! Pessoas que eu não conversava há anos, e eu ligava pra falar (decorado), que eu estava muito bem de vida em um negócio e lembrei dele pois o achava uma pessoa empreendedora e de visão, e gostaria que ele fosse em uma apresentação do negócio...ao invés de realmente me importar como elas estavam, e o que aconteceu nesses anos de perda de contato! Eu tinha certeza de que o mundo todo estava errado e que meus parentes e amigos eram 'cegos' por não enxergarem as maravilhas dos produtos e as vantagens da oportunidade de negócios da Herbalife. Afinal eu estava convencido de que estava lutando por um mundo melhor, que estava trabalhando para a melhor empresa do mundo, que tinha os melhores produtos e a melhor oportunidade de sucesso. Toda a credibilidade que desenvolvi durante anos de carreira e convívio social começou a ser destruída, passei a ser evitado pelos amigos e parentes. Já era conhecido como 'aquele chato da Herbalife' ou o 'Herbabaca'. Quando perdi meu emprego, ainda fui arrogante o suficiente para dizer a todos que 'melhor assim, pois agora poderei me dedicar 100% a Herbalife'. Imaginei que agora sim, trabalhando em tempo integral, meu sucesso seria astronômico. Só que eu já estava trabalhando a tempo integral e não sabia, pois falava de Herbalife no trabalho, nos passeios, com a família.. Ao perder o emprego não ganhei nenhum tempo adicional para a Herbalife e não tive nenhum incremento no ritmo de meus trabalhos. Meus gastos mensais com Herbalife eram enormes, e por mais que eu ganhasse algum dinheiro com a Herbalife, tudo ia para continuar girando o negócio. No começo, uma maravilha, mas aos poucos a pessoa vai descobrindo as verdades que são escondidas. Minha esposa que até então suportou e até ajudou em muitas de minhas loucuras, agora já não estava tão contente. Tive que colocar as crianças em uma escola muito inferior. Tudo isso somado ao pouco tempo que eu dedicava à família por estar sempre ocupado com a Herbalife, que acabou por afetar até meu casamento. Deve tá cheio de presidente querendo me matar já neste momento...e medo? Não !!! Eles me tiraram muito, e o fazem com muitos...não vou descansar jamais de lutar contra a forma em que a Herbalife é feita!”.

Estratégias

Visitas: é a forma mais eficaz de recrutar pessoas. Uma pessoa indica alguém para o distribuidor fazer uma hidratação ou uma degustação dos produtos, tudo com muito treinamento, inclusive para questionamentos e "nãos" nessa visita. Para convencer os participantes é mostrado um vídeo de pessoas ganhando dinheiro, dizendo que é muito fácil, com suas Mercedez e Iates. Comprando ou não, a pessoa é chamada para ir nos eventos, e aí entra a matemática do negócio de novo: 1 em cada 5 visitados vai nos eventos, e lembrando que nos eventos, 1 em cada 4 vira supervisor, portanto, a pessoa fazendo 40 visitas por mês ( que é a quantidade proposta pelo plano pra virar presidente), 8 irão nos eventos, e assim 2 virarão supervisores!

Contatos: o distribuidor começa a listar o maior número de pessoas que conviveu durante todas as etapas de sua vida para visitar e manter contato. Em razão disso é comum você receber uma ligação daquele amigo que não vê faz tempo e de repente aparece perguntando o seu endereço para fazer uma visitinha. Esses insistirão muito mais quando ouvirem suas queixas por estar desempregado ou endividado.
Aparência: usam aqueles botons e seus carros são plotados com o slogan da Herbalife: “Perca peso agora! Pergunte-me como". Os distribuidores são treinados a aparecer e transparecer felicidade e sucesso, caso contrário não recrutará ninguém. A aparência é a alma do negócio por isso há pessoas ganhando pouco e comprando um carrão para convencer que estão mudando de vida.Clientes: em geral são as presas mais fáceis e as que provavelmente terão um relativo sucesso na Herbalife, pois já gostam dos produtos, vêm tendo resultados, e atraindo atenção, o que faz pessoas perguntarem o que ela está tomando e as faz querer vender pra lucrar com isso também.
Seria esse seminário tremendo???
Seminários de um dia e Extravaganzas (STSs): dizem respeito aos seguintes matizes: PNL (Programação Neurolingüística), hipnose (uma de suas formas de difusão diz respeito às mensagens subliminares). Quanto mais forte o estímulo de impacto, mais estabelecida fica uma crença e um valor. Um valor é um estado mental que acreditamos ser importante para nós. Pois estas mensagens vão diretamente, sem censura, para a parte mais antiga do cérebro na qual está alojado o centro emocional e instintivo: o sistema límbico. Como exemplos temos: “nossa, esse trabalho fará com que eu tenha um ESTILO DE VIDA invejável”, “antes de ver o evento e ler o livro ‘Pense e enriqueça’, como eu pensava como pobre....”, “ser pobre é melhor do que ser rico, “cuide da sua vida que eu cuido da minha”, ”cada um por si e Deus pra todos”, “cada um com seus problemas” - ou seja, suposições baseadas em crenças e novos valores reforçados ou instalados na mente. Sim, pois para o FOCO ser mantido, crenças não podem ser eliminadas, mas sim substituídas. O vazio deixado pela crença velha é substituído por uma nova crença, por novos valores.

Ilustrando isso, a frase “Você terá sucesso nesse negócio se for ensinável”, com o apoio das técnicas de persuasão, sugestão e manipulação mental, induzem o indivíduo a crer e aceitar quase tudo que ouve sem questionar. E quando uma crença cria raízes profundas na mente, cria-se uma dependência total com mais traços de temor do que de amor, na qual a evidência do engano não é suficiente para extraí-la, e mesmo quando isso é possível, é perigoso tirá-la sem deixar outra no lugar.
Para influenciar uma pessoa, é necessário reprogramar a forma de união dos neurônios, ou seja, modificar a intensidade das ondas cerebrais. Isso pode ser conseguido através de técnicas naturais, como certos tons de voz, toques e gestos corporais, ou por jogos de luzes e sons. Ao se mudar a intensidade consegue-se diferentes estados de consciência, que concentram o foco da atenção. Por exemplo a música “Simply the Best”, da Tina Turner, que é tocada nos STSs e demais eventos, geralmente após um palestrante intervir, ou então para chamar a platéia pra adentrar na sala após um intervalo (neste intervalinho, passam mais pela mente e corpo da pessoa sentimentos e sensações do que uma a preponderância da análise racional).

O que essa música tem que provoca uma sensação tão agradável nas pessoas que a escutam? Alguns padrões hipnóticos por ela carregados! Reparem: o arranjo é progressivo, até chegarmos no refrão, momento de êxtase da música que traduz-se no relaxamento posterior por parte de quem a está ouvindo (eita endorfinas geradas por um estímulo externo, heim?). Contudo, o desvio intencional da atenção se dá pelo pano de fundo monótono, com a repetição, em intervalos de tempos iguais, do ritmo da música. Pra comprovar isso, basta marcar esse ritmo com palmas.

Por conta disso, características como a atenção, a memória, a visualização e a vontade irão estar acessíveis num nível de atividade e não em outro. Quando o nível de atividade do cérebro cresce, a adrenalina é liberada em maiores quantidades (ondas GAMA). Quando decresce, existe uma troca na dominância entre norepinefrina e acetilcolina. Quando a norepinefrina cai e a acetilcolina sobe, as imagens visuais se tornam mais vívidas e cai a capacidade de prestar atenção e exercer a vontade.

As pessoas geralmente estarão sentadas na cadeira, com as mãos nas pernas apontadas para o palco, com as mãos cruzadas sobre o colo ou com uma das mãos na cadeira ao lado, além dos pés e joelhos voltados para o palco. Na esmagadora parte desses casos, podem notar que o telespectador estará de peito aberto em direção ao palco. Nesses casos, a sugestão conseguida através do desvio intencional da atenção está penetrando de forma intensa na sua mente, no seu subconsciente.Pode-se encontrar também pessoas que estejam de peito aberto, mas com os pés virados para os lados, ou então pessoas que estarão de braços cruzados. Nesses casos, muito possivelmente significará que aquilo que elas estão vendo, ouvindo e sentindo está deixando-as desconfortáveis. Em outras palavras, está havendo um choque de crenças, suposições, modelos de mundo e valores nesse momento. No caso do cara de braços cruzados, então, aí descaradamente é indicativo de que aquilo não está o agradando de maneira alguma, e o conflito da nova crença com sua maneira particular de ver o mundo se mostra intensa.

Outro indicativo de que o transe hipnótico está surtindo efeito é aquele em que os ombros estão inclinados para o palco, assim como a respiração e a expressão facial (provavelmente estará havendo alteração no ritmo dos batimentos cardíacos). Quando se está sob o efeito de um estado alterado de consciência, como o transe hipnótico, as pupilas se dilatam, o olhar fica inexpressivo, as bochechas ficam um pouquinho caídas, a respiração torna-se lenta e baixa e a pessoa tende a ficar um pouquinho boquiaberta. Nesse estado, a pessoa perde por alguns instantes ou por um tempo mais prolongado a noção do que está ocorrendo no mundo externo à sua volta: a atenção volta-se para si mesma e para os efeitos no subconsciente que determinada sugestão provoca. Ou seja, o pêndulo deixa de lado a perspectiva exterior para passar à esfera interior.

Bem, em outras palavras, quando uma atividade é imaginada de forma vívida, o sistema interno do corpo reage como se a atividade realmente estivesse sendo executada, ou vivida. Para se entregar a ela, primeiro é necessário determinar com precisão o que se deseja atingir (condicionamentos bem-estar, ficar rico, “ajudar pessoas” etc). Logo, imagina-se fazendo a tarefa, executando a atividade, entregando-se à atividade com total êxito. Também terá que se imaginar experimentando as recompensas de seu sucesso. Com isso, tem-se a primeira parte de uma equação na qual o resultado é a hipnose: imaginação X motivação = fé em você mesmo!!
Com a expectativa, a “equação” fica mais completa: imaginação X motivação = fé + expectativa. Se nós somamos a isso o DESVIO INTENCIONAL DA ATENÇÃO e à técnica de PNL ASSOCIAR NO TEMPO, ao mesmo tempo estando DISSOCIADO da realidade, a hipnose é muito mais poderosa e atinge mais diretamente a mente subconsciente, que induz e aceita as sugestões, sem questionar. É como se a pessoa tivesse vivendo aquele cenário naquele momento.
Daí podemos inferir que a sugestão, como aceitação de uma idéia sem prévia análise crítica, se torna mais poderosa.

Se você envolve nisso tudo laços de confiança e de amizade, melhor ainda, pois mais poderosa se torna a solicitação (a despeito do que poderá acontecer com a amizade em seguida. Mas isso é só “um mero detalhe”).Em segundo lugar, fazendo parte desse contexto psicológico, temos a escassez: se objetos de valor são e/ou mostram-se menos disponíveis, seu valor aumenta. “Oportunidade de ouro não dá em árvore”, diria um recrutador.Em terceiro lugar, elenco a questão da autoridade, que traz consigo o “brilho” profissionalista, de conhecimento sobre o assunto, de experiência e de CREDIBILIDADE, que aumentarão o poder de solicitar em qualquer situação (ex. ligado aos eventos: enaltecer a participação do convidado VIP como um vencedor e/ou ele próprio se mostrar um vencedor, digno de confiança, que exala sinceridade pelos poros!! Uma declaração possui mais poder quando pronunciada por alguém que tenha autoridade para fazê-lo.

A influência é sinônima de prestígio, crédito, ascendência, PODER, entusiasmo, motivação e animação. Essas duas últimas, por sua vez, induzem a uma disposição mental favorável para a prática da hipnose. E o que o evento faz? Aumenta a eficiência do poder da influência, mexendo com a imaginação do potencial recruta!!É importante deixar registrado que a solicitação e a oferta são características da comunicação ligadas à esfera da sugestão, persuasão, influência e manipulação que estão ao mesmo tempo envolvidas pelas técnicas de PNL e manifestação destas últimas.

Então, a sugestão e a resposta à sugestão serão facilitadas com a utilização dos movimentos corporais, da inflexão da voz e o significado implícito dos termos empregados na frase emitida. Com a ajuda de âncoras auditivas e visuais, além de inúmeras técnicas não comentadas aqui, seu potencial é elevado às alturas!! Quanto mais o potencial recruta se concentra nas imagens, vídeos, sons e palavras do recrutador, mais ele responde de maneira exata e específica às sugestões, principalmente se estas estão de acordo com seus desejos e necessidades, que possuem residência nas suas crenças e valores.
Por tudo isso, a PNL e a hipnose são utilizadas para deixar a mente do potencial recruta aberta, favorável à implantação e/ou “facilitação, empurrãozinho” de crenças, valores, sonhos e desejos (ou seja, sentimentos, sensações), aproximando-o de um mundo novo, que estaria à disposição de TODOS, e que poderia ser prontamente TOCADO!!

Sim, tocado, com toda a força dos desejos, sonhos, do pensamento, do plano de trabalho, da persistência e da consistência!! Para isso, basta ter todas as qualidades do vencedor/campeão!! Se não tiver estas qualidades não há problema: se esforce e adquira-as!! Mas adquira-as dentro dos treinamentos da empresa!

Se o recruta estiver indeciso, Lair Ribeiro nos ensina que, “temos de lavar uma panela enquanto ela está quente. Pergunte a qualquer dona-de-casa que ela saberá isso”. Senão não adianta todo o trabalho de eliciar um estado mental favorável ao “mundo Herbalife”, “mundo OMNI”, “mundo AGEL” etc se na hora H o potencial recruta é acometido por uma espécie de remorso, do tipo “só preciso pensar um pouco mais”. Se não ficar de cima, esfria. Com isso, temos um recruta que é seduzido, persuadido, manipulado a entrar na herbalife ou outra empresa com treinamento que se utiliza das mesmas técnicas baseado no que viu e ouviu em um fim de semana no evento. Seria isso tremendo??
LAVAGEM CEREBRAL

Um site americano anti-herbalife define a 'Herbalife como uma armadilha emocional e financeira'.
Distribuidores da Herbalife são como ovelhas. Os líderes são lobos que, antes de comê-las, as ensinam a trazer mais ovelhas. Dessas novas, eles comem algumas e ensinam as outras a trazerem mais, e assim por diante. Os lobos não precisam sequer sair da toca. As próprias ovelhas irão trazer mais ovelhas. Se uma dessas ovelhas for bastante eficiente e trouxer centenas de outras ovelhas, poderá um dia transformar-se em lobo, e também passará a comer ovelhas.
É por isso que a liderança raramente se expõe. Suas ovelhas são seus 'testas-de-ferro' , descartáveis e substituíveis. A liderança não precisa vender produtos, nem entregar panfletos, nem fazer spam na internet, muito menos ouvir insultos ou levar calotes dos clientes. Eles tem um batalhão de ovelhas fazendo tudo isso pra eles, e cada um usando seus próprios recursos. São mais que escravos, são empregados que pagam para trabalhar.
Alguns líderes da Herbalife ainda obtém um lucro adicional, vendendo para seus subalternos livros, CDs, camisetas, broches, adesivos e outras quinquilharias. Mas não de forma natural e sim compulsória, afinal 'quem não comprar hoje 20 camisetas não está comprometido com o negócio'. Na Herbalife tudo funciona assim, 'rápido, rápido, rápido', sem tempo pra pensar. Eles lhe dirão que o momento é agora, que só trabalham seriamente com pessoas de decisão rápida e que esse é um dos fatores da 'seleção'. Que piada! Na verdade eles não querem que você tenham tempo pra pensar, analisar e investigar.

Tenho certeza de que muitos distribuidores da Herbalife, novatos ou veteranos, estão me amaldiçoando ao lerem essas palavras. Eles defendem a Herbalife como uma religião, como um time de futebol. Não há mais espaço para a razão, apenas para um emocionalismo inflamado como se fosse uma seita de fanáticos. Não é raro ver pessoas dignas, senhoras e doutores, dançando músicas do Village People nos palcos dos eventos da Herbalife, pois de acordo com a liderança 'Quem não dança o YMCA não vira presidente!' . São completamente manipulados. É o
cúmulo da degradação da dignidade humana.