domingo, 6 de novembro de 2011

A pregação do evangelho e a heresia tecnológica

Era um culto como outro qualquer, o pregador toma a tribuna e saúda a todos com a “paz do Senhor”. Até então, nada de anormal, quando percebo que suas mãos estão vazias, ele não trazia um livro preto, tão conhecido de todos nós como Bíblia Sagrada; o pregador (que pra mim é apenas um palestrante), solicita que os irmãos abram as suas Bíblias para lerem uma passagem do texto sagrado enquanto, simplesmente, tira do seu bolso um celular de última geração e começa a manuseá-lo procurando a passagem por ele mencionada.

A grande maioria dos irmãos é gente simples, com poucos recursos financeiros, no máximo possuem uma pequena Bíblia, talvez, já com aparência de velha, de tão usada (lida) que já foi. E essa gente humilde, sente-se constrangida ao notar este fato diante de seus olhos, e talvez questionam-se: “Será que estou atrasado? Será que pra ser um grande pregador e reconhecido preciso ter dinheiro e comprar um telefone deste tipo?”

Trabalho com tecnologia, aprecio muito a inovação tecnológica, mas levar isso ao púlpito, trocando o simples e poderoso livro Sagrado, é ignorar a simplicidade do Evangelho do Senhor.

Respondendo aos possíveis questionamentos que os irmãozinhos mais simples levantam, com toda a convicção eu digo: “NÃO!”, não é necessário ter um telefone de última geração, nem as melhores bibliotecas (não considero prioridade, mas necessário ter-se boas literaturas) para ser um grande pregador, pois a garantia de uma boa vida de ministrações da Palavra de Deus, foi, é e sempre será o jejum, oração e meditação da Palavra de Deus, conhecido como o “tripé” do poder do crente.

Esta tem sido a grande falha da grande maioria dos pregadores contemporâneos do Evangelho, menosprezando o “tripé”, sem a qual todo e qualquer cristão andará “mancando”. Perdem tanto tempo aprendendo como funcionam estes aparelhos, que este remido tempo não existe mais para a prática do “tripé”.

O pregador então lê o texto sagrado e solicita que todos fechem e guardem suas Bíblias, enquanto ele coloca seu aparelho sobre a tribuna, colocando toda sua confiança nele (no aparelho), que provavelmente já possui o esboço, ou porque não, todo o texto a ser pregado.

A prática do “tripé”, traria confiança no Deus da mensagem, aí começo então a entender o porque cada vez mais, a utilização da tecnologia é praticada nos púlpitos: sem “tripé”, precisam se agarrar em algo, confiar em algo que traga segurança na hora de pregar a mensagem.

Ao final da mensagem, é feito o apelo para aceitar Jesus, nenhuma alma. É feito então apelo aos que precisam de mais compromisso com Deus, apenas duas ou três pessoas, logo em seguida é feito o apelo àqueles que desejam prosperidade, a frente do púlpito então ficou pequena. Isso é uma triste realidade, enquanto àqueles que deveriam ser o “exemplo dos fiéis” estão se esbaldando em ostentações, a Igreja (organização, pois a Igreja organismo é mais que vencedora) definha em sua mesquinhez.

Oro para que a maléfica “teologia da prosperidade” morra e que a “prosperidade da teologia (conhecimento de Deus)” ressuscite.

Vivamos o “tripé” para que não corramos o risco de cair por falta de apoio.

Apenas um desabafo


Fonte: Cristianismo Bereano
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