Crenças particulares sobre a sexualidade humana, promovidas também por igrejas, não podem constituir critério imposto a toda a população, expressa carta do presidente da Igreja Luterana Costarricense (ILCO), bispo Melvin Jiménez (foto), enviada à Sala Constitucional do país.
Os luteranos reconhecem que numa sociedade democrática e que respeita os direitos humanos, o Estado deve garantir uma educação sexual segundo padrões internacionais.
“Nossa Igreja considera que a sexualidade humana é um dom de Deus, que deve ser exercido responsavelmente por cada pessoa, de acordo com sua própria orientação sexual, mas sempre no marco do respeito à dignidade, à liberdade e à responsabilidade entre as pessoas", expressa o texto.
A carta, enviada à presidente da Sala, Ana Virgínia Calçada, é um posicionamento da ILCO em relação aos recursos interpostos por cidadãos, autoridades eclesiásticas católicas e evangélicas, à execução do Programa "Educação para a Afetividade e a Sexualidade" (MEP).
O Estado, escreve Jiménez, não pode condicionar nem impor aos pais o sistema de valores com que desejam criar os filhos, nem pode o enfoque religioso, ou a-religioso, ditar a formação intrafamiliar ou intraeclesial. "Isso seria, obviamente, inconstitucional", afirma.
“Mas também não podemos, os pais e menos ainda as igrejas, pretender que o Estado deixe de cumprir com seu dever de educar desde critérios éticos e científicos em aspectos fundamentais para o são desenvolvimento e para a sã convivência entre os cidadãos. A sexualidade, sem dúvida, é um desses aspectos fundamentais”, sugere o documento da ILCO.
Os luteranos manifestam plena confiança de que a Sala Constitucional saberá dar o melhor dos encaminhamentos aos recursos que recebeu, segundo as normas do Direito. Eles esperam que essa medida também contribua para o retrocesso da intolerância e do fanatismo.
Fonte: Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)
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