Jovens luteranos encontram-se em Doha, onde pressionam representantes de governos reunidos em Catar na Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – COP 18, ora em andamento até o dia 7 de dezembro. Eles exigem ações concretas e soluções tangíveis que possam ser aplicados em suas comunidades de origem.
“Os governos precisam tomar decisões que irão beneficiar toda a humanidade, e olhar para além dos interesses nacionais”, disse uma das coordenadoras da delegação da Federação Luterana Mundial (FLM), Tsiry Rakoto, de Madagascar. “Estamos pedindo um comprometimento sério para a redução de gases de efeito estufa e para o uso de fontes de energia limpa”, agregou.
Tsiry enfatizou a necessidade do apoio aos países pobres, cujas comunidades já vivem os efeitos catastróficos das mudanças climáticas. “Na maioria das vezes, esses países não têm recursos para se recuperar das perdas e da destruição”, disse.
A delegação da FLM é integrada por nove jovens, com idades de 21 a 29 anos, que vêm de igrejas membro da Argentina, Brasil, Canadá, Alemanha, Índia, Madagascar, Noruega, Papua Nova Guiné e Polônia. Raquel Kleber, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana, é a representante brasileira na delegação.
O grupo participa na qualidade de observador, em eventos paralelos de incidência política, juntamente com outros representantes da Aliança ACT, do Conselho Mundial de Igrejas e de delegações globais de jovens.
Warime Guti, de Papua Nova Guiné, acredita que mudanças climáticas é o tema mais importante para a sua geração. “Minha dúvida é se os países realmente vão assumir e honrar os compromissos, pelo bem comum – tanto em palavras quanto em ações, para países desenvolvidos como para países pobres”, disse.
As negociações em Doha tratam de uma série de questões, incluindo os preparativos para um novo tratado, em substituição ao Protocolo de Kyoto, que finaliza em 2015. O Protocolo de Kyoto é o único acordo jurídico que obriga os países signatários a reduzirem as emissões de gases de efeito estufa.
A conferência também vai promover a discussão sobre os mecanismos de financiamento do clima, como o Fundo Verde do Clima, para ajudar os países afetados pelas mudanças climáticas. "Países-chave ainda precisam apresentar novos números-limite de emissão e de redução para este novo tratado renovado. Outros países se comprometeram com metas extremamente modestas", disse Tsiry Rakoto.
Os jovens são a representação luterana no encontro de Doha. "Como uma comunhão de igrejas, tomamos a decisão clara de colocar os/as jovens na frente e no centro do nosso movimento de incidência sobre as mudanças climáticas, porque eles e elas são atualmente líderes em nossas igrejas e são os herdeiros daquilo que as gerações anteriores deixarem para trás”, explicou o secretário geral da FLM, pastor Martin Junge.
Fonte: Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)
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