quinta-feira, 14 de março de 2013

Em duas semanas, filme "Colegas" leva 96 mil pessoas aos cinemas

Protagonizado por um trio de atores com síndrome de Down, o filme brasileiro "Colegas", de Marcelo Galvão, foi visto nos cinemas por 96 mil pessoas ao longo de duas semanas em cartaz. No último final de semana, teve a sétima maior bilheteria --o ranking foi liderado pelo estreante "Oz, Mágico e Poderoso".

Segundo informações do Filme B, portal que monitora o mercado cinematográfico do país, "Colegas" obteve no último final de semana um público 28,5 mil pessoas e uma renda de R$ 354 mil. O filme é exibido atualmente em 132 salas. Enquanto isso, "Oz" arrecadou R$ 8,6 milhões e um público de 604 mil pessoas, em 732 salas de cinema.

Ariel Goldenberg, ator do longa "Colegas", ficou conhecido nas redes sociais pelo vídeo da campanha em que pedia a presença do ator Sean Penn na estreia. O vídeo "#vemseanpenn" foi visto por 1,4 milhões de pessoas, fato que gerou expectativa em torno do público que iria assistir ao filme no cinema.

O estudante Marcelo Szpigel Dzialoszynski, 21, lamenta que o filme seja lembrado apenas pela campanha. "O filme é muito mais que isso, e acho que muitas pessoas compartilharam o vídeo mais por 'peninha' do que pelo mérito do ator."

Rita Pokk, Breno Viola e Ariel Goldenberg em cena da comédia nacional "Colegas", de Marcelo Galvão

Para ele, o personagem Stallone é um "avatar" da integração social. "Ele dirige, fala outras línguas, faz sexo e lidera um grupo -- coisas que a gente costuma excluir da vida de quem tem down", afirma.

Vitoria Steinberg, 57, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional que trabalha no Rio de Janeiro com bebês e crianças que têm síndrome de Down, diz acreditar que a mensagem do filme é importante para as famílias de que cuida.

"Algumas mães de crianças com down vão ficar chocadas com o mundo adolescente retratado no filme, mas é bom para que vejam que o importante, no final das contas, é a felicidade dos filhos", afirma. Steinberg estava ansiosa para ver "Colegas" e comentar com seus pacientes.

O estudante Renato de Almeida, 21, se disse decepcionado com o longa. "Senti como se o filme estivesse preocupado demais em me dizer que os deficientes intelectuais são iguais, quando tudo o que eu queria era a chance de aceitar que são diferentes e que isso pode ser bonito", diz.


Fonte: Folha
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