
Heinz Müller ocupava uma cadeira do terminal de passageiros do aeroporto com seus pertences: um laptop, a pasta com documentos, uma mala de roupas, uma impressora e um saco de roupas sujas. Ele disse que estava com apenas R$ 10 no bolso e que comia apenas quando alguém lhe oferecia alimentos.

Heinz conta ter nascido em uma cidade perto de Munique. Diz que foi soldado durante 11 anos e, depois, piloto de avião. Müller afirma ter pilotado no período que morou no México e na Alemanha. O alemão mostra, inclusive, fotos dele com roupas de comandante e de soldado – ele conta que se aposentou em 2004. Depois disso, descobriu que tem Mal de Parkinson. O grande objetivo de Müller agora é conseguir acesso à internet para conversar com Josiane.

A diarista conheceu o alemão em um portal de relacionamento e passou um ano trocando mensagens. A paquera evoluiu para juras de amor e planos de casamento. Mas, para a moça, o papo na internet com o alemão era apenas uma brincadeira. Ela nunca imaginou que Müller estivesse levando a conversa a sério. E, principalmente, que tivesse coragem de viajar até o Brasil. Pois ele veio mesmo. E chegou justamente na época em que a moça reatava o relacionamento com o pintor.

De acordo com a Infraero, uma equipe de oito pessoas, entre elas uma médica e um assistente social, esteve no aeroporto e constatou que Müller apresentava “componentes psiquiátricos” que justificavam a remoção.

A Doença de Huntington, desordem neurológica que hipoteticamente acomete o alemão Heinz Müller, é rara, com uma prevalência de 3 a 7 casos por 100 mil habitantes. Recebe o nome do médico norte-americano George Huntington, que a descreveu em 1872. Os sintomas mais óbvios da doença são movimentos corporais anormais e falta de coordenação, que afetam habilidades mentais e alguns aspectos de personalidade. Por ser uma doença genética, não tem cura. Mas os sintomas podem ser minimizados com a administração de medicação.
Fonte: G1/ UOL