
Um texto assinado pelo chanceler Augustus Nicodemus Gomes Lopes, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, uma das mais tradicionais do país, vem gerando polêmica ao se colocar contra a aprovação do PL 122, que criminaliza a homofobia no Brasil.
Intitulado "Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia", o texto, publicado no site da universidade, foi replicado em blogs e acabou no "boca a boca" das redes sociais --um grupo, via Facebook, planeja uma manifestação na porta do Mackenzie no próximo dia 24.
O texto já foi retirado do site da universidade. Nele, o chanceler, cargo máximo da universidade, recomenda à comunidade acadêmica a se orientar pelo que pensa a Igreja Presbiteriana do Brasil, associada vitalícia da instituição de ensino.
"Os cristãos se guiam pelos referenciais morais da Bíblia e não pelas mudanças de valores que ocorrem em todas as culturas", afirma Lopes, antes de dar parênteses ao que diz a igreja.
A Folha tentou ouvir o chanceler, mas não teve sucesso. A assessoria do Mackenzie afirmou que "o pronunciamento sobre o PL 122 é da Igreja Presbiteriana do Brasil, Associada Vitalícia do Mackenzie, feito em 2007". No entanto, o texto foi colocado no site da universidade na semana passada, antes das agressões contra homossexuais ocorridas no fim de semana --um em São Paulo e outro no Rio.
Segundo a assessoria, o Mackenzie "se posiciona contra qualquer tipo de violência e descriminação", e "contra qualquer tentativa de se tolher a liberdade de consciência e de expressão garantidas pela Constituição".
No manifesto da igreja, endossado pelo chanceler, a instituição diz que é contra à aprovação da lei "por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia".
Fonte: Folha Online
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