Com medo de se assumir gay, Elizabeth Lowe, de 14 anos, se suicida na Inglaterra
Uma adolescente britânica se enforcou porque temia dizer a seus pais, cristãos devotados, que achava que era gay, segundo um inquérito da polícia.
Elizabeth Lowe, de 14 anos, tinha contado aos amigos mais íntimos que poderia ser lésbica e que estava lutando para conciliar seus sentimentos com a sua própria fé. Ela também estava preocupada com ter que contar a seus pais sobre sua orientação sexual. O pai, porém, disse que o receio da filha era completamente infundado e que a notícia teria sido recebida pela família com “amor e aceitação”.
A preocupação com o estado mental da estudante de Manchester começou quando ela enviou uma mensagem a um amigo, na noite de 10 de setembro, que terminava com as palavras: “Mantenha-se forte. Sinto muito”.
O amigo então alertou a mãe de Elizabeth, que, por sua vez, chamou a polícia. Infelizmente, os oficiais não chegaram a tempo e Lizzie foi encontrada enforcada em um parque da cidade. A autópsia concluiu que a menina não tinha drogas ou álcool em seu corpo no momento de sua morte. Ela também não tinha qualquer doença mental diagnosticada.
Um dos colegas de Lizzie contou à polícia que a amiga tinha dúvidas se seus pais aceitariam bem sua orientação sexual. A adolescente também havia falado sobre suicídio com os amigos e já tinha se automutilado no passado, o que chamava de “mecanismo de defesa”. Outro conhecido disse que ela estava “encontrando dificuldade para se conectar com Deus, porque achava que estava mentindo para ele”.
Lizzie era uma das melhores alunas da escola Parrs Wood High School, integrante do grupo de escoteiros e também tocava em uma orquestra cristã.
Após a investigação, o médico-legista Nigel Meadows disse que, claramente, Lizzie era uma menina muito inteligente e amorosa.
“Ela era uma ótima estudante que estava enfrentando questões complicadas com a chegada da maturidade e a descoberta da sua sexualidade, e também estava encontrando dificuldade para conciliar isso com sua fé. Ficou claro que ela estava sofrendo e que vinha falando sobre isso com outras pessoas”, comentou Meadows. “Ela nunca teve a oportunidade de conversar sobre suas preocupações com seus pais, mas tenho certeza de que eles teriam apoiado a filha”.
O legista também fez um apelo para que todos os adolescentes falem com um adulto sobre quaisquer questões ou preocupações.
Fonte: O Globo
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