Missa com novena chega a reunir até 2 mil pessoas, segundo paróquia.
Superintendente afirma que som ultrapassa limite de 50 decibéis na região.
Uma igreja de São José, na Grande Florianópolis, recebeu uma multa de R$ 3 mil por causa do barulho dos fiéis durante as quatro novenas semanais promovidas pela paróquia. O prazo para pagamento do valor e readequação da igreja às normas acústicas estabelecidas na cidade encerra na próxima semana.
De acordo com Ellinton Pedro de Souza, secretário da Paróquia Santo Antonio, no bairro Campinas, a missa com novena de Nossa Senhora Desatadora dos Nós chega a reunir até 2 mil pessoas por vez. As celebrações ocorrem todas as quartas feiras, às 15h e às 20h, e nas quintas, às 8h e às 20h. "Somando todos os dias, reunimos de 5 mil a 6 mil fiéis".
De acordo com o secretário, a igreja tem capacidade para mil pessoas sentadas, mas nos dias de novena são colocadas cadeiras extras, sem contar os fiéis que assistem à missa de pé. Não há música ao vivo, segundo Souza - é utilizado um aparelho de CD.
Notificação
A igreja foi notificada sobre a multa no dia 8 de abril e tem 20 dias para pagar o valor, após moradores do bairro fazerem reclamações por meio da ouvidoria da prefeitura, conforme a Fundação.
A igreja já havia recebido um auto de infração em meados do ano passado. "Colocamos vitrais mais grossos, trocamos todas as caixas de som para melhorar a regulagem, não soltamos mais foguetes. Mas o povo canta com a alma mesmo. E isso não tem como controlar", diz o secretário paroquial.
Segundo a Fundação Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de São José, em 2014 houve reunião com 40 líderes religiosos para que as igrejas, templos e centros de matrizes africanas fizessem adequações acústicas, após o Ministério Público notificar a Prefeitura e São José devido às reclamações relacionadas à poluição sonora na cidade.
"A legislação estabelece que naquela região o limite é de 50 decibéis e uma medição, às 20h17, apontou 65. São 15 a mais e temos que cumprir a lei", disse Eduardo Bastos Moreira Lima, superintendente da Fundação.
A igreja afirma que não vai pagar a multa e que não dispõe de recursos para fazer a reforma acústica exigida pela prefeitura. "Querem me levar pra cadeia, podem levar. Nunca passei tanto trabalho na minha vida. Quem manda na minha paróquia sou eu. O povo está do meu lado", afirmou o padre Hélio da Cunha.
Fonte: G1
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