
A mensagem de salvador dele não tem assim nada de novo - toca na sensibilidade, traz um toque de cristianismo, vem misturada com empatia poderosíssima -, mas a maneira como é transmitida é radicalmente diferente da ideia melosa de sentir a dor do outro, tão comum com os adeptos da autoajuda. Ele é tão sincero que chega a desarmar, tem aquela beleza típica de surfista e tão genuíno que consegue transformar o anarquista mais preconceituoso e incrédulo em um suplicante chorão.

"Minha ideia nunca foi abrir uma instituição de caridade", Jamie diz, enquanto bebe água em um intervalo nos autógrafos na tenda da TWLOHA no Warped Tour. "Nem dar início a um movimento. Mas todos nós nos identificamos com a dor. Em um nível simples, o que dizemos é o seguinte: 'Isto faz parte do fato de sermos humanos'."
Quando sobe ao palco, ele parece humilde, tímido, quase retraído. Veste jeans ou short e camisetas de bandas. A cadência dele se parece com a da poesia falada: entrecortada, abafada, hipnótica. Ele é absurdamente bonito - 1,90 metro, olhos pequenos e fundos, lábios carnudos e um ar de androginia nada ameaçador. Na tenda, um fluxo contínuo de meninas e um punhado de meninos fazem fila, à espera de sua vez de desfrutar da companhia de Jamie. Eles saltitam e se agitam, soltam gritinhos de ansiedade. Uma menina de biquíni se inclina para a frente com o peito arrebitado. "Você dá autógrafo em seios?", ela pergunta a ele.
Jamie não se deixa levar por tanta atenção. "Na verdade, o negócio não é comigo", ele diz, enquanto assina o braço da menina. "A garotada só me associa a uma coisa que tem alguma importância para eles. Se você pensar no que está em jogo, é compreensível o fato de as pessoas reagirem como reagem. Parte do que fazemos é acreditar que a nossa história pode ter um final mais feliz."
Fonte: Ogalileo
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