Fiéis reunidos em balada gospel na rua Augusta
Se, de um lado, as igrejas neopentecostais barram comportamentos seculares em suas festas, de outro é nas noitadas tradicionais que buscam eventuais fiéis.
O produtor João Rodrigues, 33, o DJ MP7, diz ter feito um levantamento numa festa tradicional na Vila Olímpia, região badalada da capital: 30% dos frequentadores eram evangélicos.
“A gente pega casos de jovens que têm problemas de família, de comportamento, metidos com drogas e bebida. A gente não cobra dessas pessoas. A gente convida. É uma estratégia de evangelização”, explica.
O bispo Felipe Corrêa, 28, responsável pela festa Sky, da Renascer, conta: “A gente diz para os jovens convidarem um colega da faculdade, um vizinho do bairro”.
Ricardo Mariano, professor de sociologia da USP, afirma que a prática de buscar fiéis fora das igrejas vem sendo profissionalizada, mas é comum desde os anos 1980, quando a Renascer fazia excursões pela galeria do Rock, em São Paulo, em busca de músicos para converter.
O cantor Roger Pontes, 23, acredita que a igreja tem poder transformador. “Muitos gays frequentam as festas gospel para tentar mudar sua situação. E, em geral, conseguem.” Ele mesmo diz ter recorrido à igreja. “Eu ia nas baladas e bebia muito. Depois acordava péssimo, não queria sair da cama. Parei.”
O bispo Christiano Guimarães afirma que a Sara Nossa Terra não exige que seus membros deixem de beber, fumar ou qualquer outra coisa. “Deus diz: ‘Vinde a mim como estás’. A gente ensina, mas a pessoa é livre.”
Fonte: Folha
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