Por Antônio Ayres
“A Paz do Senhor Jesus!
Li e sua matéria no site a respeito da masturbação e achei muito interessante, gostei muito! Meus parabéns!
Contudo ainda tenho algumas dúvidas que gostaria de compartilhar contigo. Você é uma pessoa muito preparada e usada por Deus para tratar dessas questões eu o admiro muito!
Bom a minha dúvida ainda é acerca da masturbação. Eu e minha esposa somos evangélicos, somos casados há mais de 4 anos, não temos filhos, eu tenho 25 anos e ela tem 34. Ela é a minha primeira mulher, ou seja perdi a virgindade com ela. No início do nosso casamento fazíamos mais amor que hoje, mas não era tanto assim era moderado, e hoje fazemos muito pouco mesmo. Ela tem alguns problemas de saúde dentre eles: tireóide, que segundo fiquei sabendo, diminui a libido da mulher, e ela tem um problema também de enxaqueca, cujo doença ela tem há 13 anos e ela faz tratamento desde quando nós casamos, mas até hoje os médicos ainda não descobriram um medicamento que cuide e alivia essas dores de cabeça. Ela já passou por vários médicos, já tomou diversos medicamentos e até hoje nada. Ela inclusive já fez acompanhamento pastoral. Mas estamos orando e creio que em breve ela será curada. Ela sente dor de cabeça todos os dias, dia após dia, ela dorme a acorda com dor de cabeça. As vezes a dor está fraca e as vezes muito forte, dando crises de vômito, é terrível! No início do nosso casamento ela não tinha muitas crises de dores fortes, mas a cada dia que passa a dor tem aumentado gradativamente. Sendo assim conseqüentemente esse problema tem afetado e muito em nossa relação sexual, pois tem vezes que fazemos amor 1 a 2 vezes por mês no máximo. Não posso cobrá-la e nem muito menos culpá-la por isso, mas em contrapartida, eu um rapaz de 25 anos, cheio de desejo sexual, fico sem sexo e muitas vezes acabo recorrendo à masturbação. E mesmo com esses problemas dela, sinto que ela não gosta muito de sexo, pois quando fazemos amor uma noite, na noite seguinte, por mais que a dor de cabeça dela esteja fraca, ela diz que não está afim de fazer amor porque nós já fizemos na noite anterior e ela está satisfeita. Aí eu espero pra próxima noite, mas não fazemos devido a dor de cabeça ter aumentado, emendando com o período de menstruação que no caso dela leva 1 semana, e assim vai passando os dias, quando nos deparamos já tem quase um mês que não fazemos amor.
Nos outros aspectos temos uma vida normal, ou seja, dificilmente brigamos, ela é uma esposa muito dedicada no quesito de cuidar bem da casa, ela é uma mulher muito caprichosa com a casa, ela não trabalha fora, enfim tirando essa questão sexual eu considero nós um casal normal.
Quero saber como proceder? Devo continuar a me masturbando? Como lidar com essa situação?
Preciso do seu aconselhamento.
Desde já eu agradeço muito pela atenção! e fico aguardando seu aconselhamento!
Fique na Paz de Cristo!”
“X”
RESPOSTA
Prezado “X”
Em primeiro lugar, desejo externar-lhe minha admiração por sua sensibilidade às questões de saúde de sua esposa. Você demonstra amadurecimento, com essa atitude.
Aliás, acho que procurar amenizar esse problema deve ser o seu foco principal.
Eu sei que pode parecer-lhe uma solução difícil, pois desconheço onde você mora, mas, se estiver em São Paulo, creio que deve procurar os setores especializados do Hospital das Clínicas: os que tratam dos problemas de dor crônica e de distúrbios da sexualidade, além de, claro, da Endocrinologia.
Este seria o principal passo.
Em seguida, temos de pensar o seguinte:
O sexo é uma atividade auto-motivadora; ou seja, quanto mais o casal faz sexo de qualidade, mais quererá fazer.
O contrário também é verdadeiro: quanto menos o casal fizer sexo, menos desejará fazer. Entendeu?
O grau de interesse dependerá também dos níveis de testosterona no homem e de progesterona/estrogênio na mulher. Daí, a minha recomendação à endocrinologia.
Depois de dito tudo isso, vamos à segunda parte:
Não creio que esteja pecando, ao satisfazer suas necessidades pela masturbação. Principalmente, em suas circunstâncias.
Existem muitos homens cristãos casados que, por força de seu trabalho, ficam semanas fora de casa. Pense nos que viajam para dar treinamento, nos que trabalham como vendedores e têm que cobrir vastas regiões geográficas; nos que trabalham nas plataformas de extração de petróleo em alto mar, apenas para dar alguns exemplos. Todos eles têm que recorrer à masturbação.
Agora, preciso ser totalmente sincero com você. Então, a questão passa a ser a seguinte:
Em que medida, você pode estar usando a doença de sua esposa para se masturbar e; em que medida ela pode estar usando a sua doença para esquivar-se do relacionamento mais frequente.
Isso também pode estar acontecendo e, nesse caso, é preciso que vocês conversem a respeito e, se for o caso, procurem ajuda profissional.
Não desejo julgar e, sim, ser realista e objetivo, em função daquilo que já tenho observado.
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