quinta-feira, 24 de março de 2011

Novo evangelismo ou à moda antiga mesmo?

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!” Mateus 23:15

Nada melhor do que podermos andar na Palavra do Senhor que é lâmpada para os pés e luz para o caminho, como bem disse o salmista (Sl.119:105). Entretanto, além de pouquíssimos lerem de fato, somente uma minoria deste já pequeno número que lêem as Escrituras, o fazem com os olhos e o coração abertos àquilo que a Palavra traz de implicações para a vida, e não somente ali para o texto. O Espírito faz esta Palavra se transformar em vida.

E creio que este versículo acima, que são palavras de Jesus dirigidas a pessoas que se diziam detentoras do conhecimento da vontade perfeita de Deus, traz o retrato fiel de algumas coisas que acontecem ao nosso redor, que às vezes incomoda, mas que nem sempre se sabe se é incômodo vindo da parte de Deus, da nossa carne, ou até mesmo do diabo, como me perguntou outro dia um amigo. Pois quando se fala de fariseus, escribas e hipócritas, para a maioria, isto soa apenas como algo histórico e não possível de se ver nos nossos dias. Mas, basta ser honesto com a Palavra e enxergar o meio e o momento que se vive, que vamos não só ler, mas percebermos que vivemos rodeados pelo mesmo espírito e mentalidade que assola a prática da chamada espiritualidade evangélica atual.

Ou será que, por exemplo, você nunca recebeu um convite do tipo: “Venha para a minha igreja”? É claro que aqui estou me referindo a quem já está integrado a uma congregação. Quem nunca recebeu este tipo de convite, mesmo já estando firme na sua igreja, certamente conhece quem já o recebeu. E as propostas de vantagem são muito parecidas como quem muda de companhia de telefone celular, com bônus de inúmeros minutos de crédito para quem já é assinante de outra empresa. Ou daquele plano de saúde que dá mais vantagens a quem também é cliente de outro plano, e compra inclusive o seu período de eventual carência. Daí, eu pergunto: Com qual objetivo, senão o de ter mais clientes e aumentar os lucros? E também fazer famoso e mais poderoso o nome da empresa e não o da comunicação via telefonia celular ou da saúde, mas sim da marca, do lugar que vende tal produto. Sendo que na maioria destas mudanças como cliente, é preciso que se assine um contrato de fidelidade com a nova empresa, sob pena de se perder as vantagens oferecidas. Qualquer semelhança com o que se vê em nome da fé nos nossos dias, não é mera coincidência e nem invenção da nossa época, está aí desde sempre e hoje é apenas uma sofisticação mal feita daquilo que o próprio Senhor Jesus viu em sua época aqui na terra.

Quem se converte ao Senhor Jesus, e à Sua Palavra. Quem crê no Evangelho da Graça, do Deus que nos reconcilia com Ele mesmo em Cristo, que perdoa os nossos pecados, apaga as nossas transgressões, nos dá um novo nascimento, que nos faz crescer e sermos transformados de glória em glória, que nos dá a certeza da vida eterna, pelo fato de crermos em Cristo Jesus, que fez esta obra completa. Quem assim crê não se sujeita a nenhum tipo de manipulação ou estratégia de marketing que pode parecer mais atraente. Quem se impressiona com este tipo de proposta, é porque acredita muito mais na marca e em quem apresenta o produto, do que no próprio produto. Ou seja, crê muito mais em estratégias e em homens, que agindo assim, querem é manipular números ao invés de relacionar com almas, do que crê Naquele que nos prometeu a vida em abundância. A Igreja de Jesus existe livremente em corações convertidos a Ele e não em lugares ou esquemas de homens fortes.

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!


Fonte: Pr. Gilmar Cardoso Santana no Portal MIBE
------------------------------------------------