“Convidamos a evitar os ódios, a sobre elevar a dor em paz e a caminhar para a convivência no meio das diferenças”, expressa o Conselho Evangélico de Venezuela.
O falecimento de Hugo Chávez, presidente de Venezuela, tem provocado diversas reações entre os evangélicos deste país e outros da América do Sul, onde sua figura tem se solidificado na política durante os últimos anos.
O Conselho Evangélico de Venezuela expressou em um comunicado suas palavras de condolência “aos familiares e a todos os venezuelanos”, fazendo um chamado “à reflexão, e à valorização daquilo que é realmente importante na vida. Como venezuelanos temos o desafio de enfrentar estes momentos particulares de nossa história com muita responsabilidade e fraternidade”.
Desde o CEV convida-se a “a evitar os ódios, a linguagem prejudicial, e as atitudes que nos enfrentam”. Pedem que se respeite o luto (convocado pelo Governo por uma semana no país) e animam “à unidade, à solidariedade, e a cultivar uma nação que de maneira pacífica e democrática tem o dever de caminhar para o ideal da convivência no meio das diferenças, e ao reconhecimento de todos, respeitando a constituição e as leis, e olhando a Deus como único doador de graça e verdade”.
Nos meses passados o CEV recorda que fez um “chamado à oração pela saúde do Presidente Chávez, pelos privados de liberdade, pelos meninos, e toda a família venezuelana (especialmente por quem mais sofre); hoje ratificamos o chamado à oração pela paz de Venezuela, pelo encontro com a esperança, e pelo compromisso com a vida”.
Esta organização evangélica finaliza o comunicado recordando as bem aventuranças expressadas por Jesus. “Jesus disse: “Bem aventurados os de limpo coração, porque eles verão a Deus”. Mantenhamos então o coração livre de maus sentimentos, para que assim vejamos a mão de Deus atuando em nossa nação”.
O presidente do Conselho, o pastor Samuel Olson (foto), explicou em uma entrevista a Balão que a morte do primeiro mandatário “nos traz uma nova realidade e uma profunda dor da família venezuelana, uma aproximação à família do Presidente que têm perdido a seu filho”.
“O país vive uma realidade totalmente nova e precisamos estar em paz, temos que ter tempo para refletir e pedir a Deus que dirija aos que dirigirão o país”, disse Olson. “Não é tempo de exaltações, é tempo de serenidade, é tempo também que o país volte e atue ordenadamente”.
Outras reações
O opositor ao governo de Venezuela, Henrique Capriles expressou através de sua conta de Twitter, suas condolências à família e seguidores de Hugo Chávez. “Minha solidariedade a toda a família e seguidores do Presidente Hugo Chávez, defendemos pela unidade dos venezuelanos neste momento”.
O governo de Colômbia expressou sua “profunda tristeza” pela morte do mandatário e recordou o apoio que deu ao processo de paz neste país.
“Sentimos uma profunda tristeza. Trabalhamos bem com o presidente Chávez. Acho que foi em dois anos uma muito boa relação, se avançou bastante bem”, disse a chanceler María Ángela Holguín. Chávez foi “um apoio muito importante para este processo de paz no que estamos (com a guerrilha comunista FARC). Oxalá encontre a paz, porque teve uma doença muito penosa e muito longa”, destacou a chanceler.
O Congresso do Brasil, por sua vez, guardou um minuto de silêncio em memória de Chávez. “Peço um minuto de silêncio em homenagem ao presidente Chávez, que foi sempre um grande amigo do Brasil, independentemente de seu pensamento político”, declarou o conservador Renán Calheiros, presidente do Senado.
Na Argentina a presidenta Cristina Fernández de Kirchner decretou três dias de duelo nacional pela morte de seu colega venezuelano, e confirmou que viajará a Caracas para participar em seu funeral.
Assim mesmo, o secretário geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, expressou suas condolências ao Governo e ao povo de Venezuela. Indicou no comunicado que as bandeiras e a OEA ondeiam a média e se convocará ao Conselho Permanente da OEA a uma Sessão Extraordinária em memória do Presidente Chávez.
Também tem tido vozes críticas com o mandato de Chávez, como a da organização Human Rights Watch (HRW) que criticou o legado autoritário que deixou Hugo Chávez em Venezuela depois de sua morte e lamentou a “aberta indiferença” do presidente pelos direitos humanos fundamentais.
“A presidência de Hugo Chávez (1999-2013) esteve marcada por uma alarmante concentração de poder e indiferença absoluta pelas garantias básicas de direitos humanos”, afirmou a organização em um comunicado de imprensa depois da morte do mandatário venezuelano.
HRW criticou a Hugo Chávez e a seus partidários por “despregar uma estratégia de concentração de poder” após sancionar em 1999 uma nova Constituição e de superar um “breve golpe de Estado” no ano 2002.
Fonte: Protestante Digital
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