As igrejas no Brasil têm um percentual alarmante de rotatividade entre os membros. É com muita freqüência e, pode-se dizer que já se tornou comum, isto é, aceitável entre os frequentadores de templos a ideia de pertencer ou não a uma determinada “igreja local” não tem tanta importância. Talvez seja por causa da influência pós-modernista que banaliza tudo que antes se tinha algum apreço. Mas se os motivos parasse somente por ai, nossos problemas seriam consideravelmente bem menores.
Há relatos de diferentes motivos pelo qual se comete o êxodo constante. Não há uma preocupação em se migrar para outro templo ou de experimentar algo novo em uma nova denominação deixando lacunas para trás.
Queixam-se os líderes que seus membros não têm carinho suficiente para se doar em prol do Evangelho, abrindo mão de seus afazeres como: trabalho, família, lazer e finanças e algo mais que se possa explorar. Queixam-se os membros que seus líderes não lhes dão atenção suficiente ou que os resultados por seus esforços não lhes renderam retornos esperados.
Nesta briga entre o martelo e a bigorna está a Igreja Verdadeira, Ela tem sofrido com ataques de saqueadores ideológicos por conta de líderes inescrupulosos que não pregam, mas martelam só pensando em resultados a qualquer custo. Para eles a igreja tem que crescer numericamente em pouco tempo, mesmo que a verdade tenha que ser ocultada ou distorcida. E recebendo o impacto, como se fosse uma bigorna insensível, estão os membros, decepcionados com o sistema religioso, devolvem com a mesma energia - em forma de criticas e abandono - os impactos sofridos nesta batalha cruel que só resulta em morte espiritual.
A atual perspectiva do evangelho tem o foco muito diferenciado do que Jesus ensinou a seus discípulos. Esta é a causa de muito sofrimento e decepção no ceio da Igreja. A simplicidade foi envolvida pela sofisticação. Muitos membros se portam como mariposas em vôos circulantes em torno de uma luz que tende se apagar, porque seu brilho não é eterno.
A prova disto é que a maioria dos crentes decepcionados é ou foram líderes em algum momento. Ou ainda pessoas que mantiveram contato estreito com algum líder. A escalada da fé deve ser feita de Glória em Glória e não de cargo em cargo. A fama, por menor que seja, pode infra o homem. E a maioria das pessoas não está preparada para suportar tamanho apelo do próprio ego. Facilitando as decepções e frustrações e somando-as, resultam em aflições.
Jesus disse que no mundo teríamos aflições, e quando o mundo entra na Igreja, as aflições vêm com ele. Não se pode desvincular o mundo das aflições, onde o mundo estiver estará também as aflições. É fato que a Igreja está no mundo, o por isso teremos aflições imposta pelo mundo. Mas quando o mundo entra na Igreja, as aflições são impostas pelos os que se dizem igreja. É ai que a Igreja se torna decepcionante. Ovelhas são afligidas dentro do aprisco por lobos transvestidos de pastores. Pastores são afligidos – mordidos – dentro do aprisco por lobos transvestidos de ovelhas.
Será que já não está na hora de revermos nosso modelo de cultuarmos a Deus? Toda está infra-estrutura se faz necessária para alguém gritar com maior ímpeto que Jesus é o Senhor para a Glória do Deus Pai? Ou estamos gritando com tanta veemência que Jesus é o Senhor para a glória da nossa denominação?
A igreja decepciona por deixar de ser o que deveria ser. Não só como lideres, mas também como membros. A verdade é que os líderes que decepcionam são porque estão decepcionados. Seus esforços para galgarem cargos “maiores” parecem ter criado barreiras impedindo a verdadeira devoção. A intimidade com Deus. São trabalhadores dignos de salário, mas que estão recebendo sua recompensa por aqui mesmo. Não sendo capazes de fazer menção da coroa incorruptível que os aguardam na eternidade. E isto é decepcionante por não satisfazer a alma e nem aplacar o desejo de ser bem aceito pela igreja.
Os membros que estão decepcionados são os que colocaram suas expectativas em recursos de estruturas terrenas que ruem com o tempo. Objetivando seus anseios pessoais e não buscando o que é dos outros, para oferecer alívios e compaixão com os demais.
Por que a igreja tem a tendência de ser decepcionante? Porque temos a tendência de esquecermos que a Bíblia nos ensina a não buscar nossos próprios interesses, mas sim o de outrem; a não ser pedra de tropeço, mas sendo agradável para que muitos sejam salvos (I Cor.10:23 a 33).
Fonte: Edson José Durval em Ultimato
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