O presidente do PRB Marcos Pereira, bispo da igreja Universal que apoia a candidatura à prefeitura de Celso Russomanno, se retratou nesta sexta-feira sobre críticas ao "kit-gay" - material didático de combate à homofobia - que seriam distribuídos na rede pública de ensino na gestão de Fernando Haddad como ministro da Educação, o que não ocorreu por uma decisão conjunta de Haddad e a presidente Dilma Rousseff - e por relacioná-lo à igreja católica no post "Qual o futuro da educação no Brasil?" em seu blog em 2011. Na página, ele postou que manifestou naquele momento uma opinião sem conotação política ou eleitoral. "Reitero o respeito que tenho pelos direitos individuais independente de credo, raça ou opção sexual", escreveu.
A manifestação veio após uma nota de repúdio em que Arquidiocese de São Paulo, a pedido do bispo d. Odilo Scherer, coloca dúvidas sobre a conduta do PRB, se Russomanno for eleito, e classifica o partido como "manifestadamente ligado à igreja Universal". "Lamentavelmente, se já fomentam discórdia, ataques e ofensas sem o poder, o que esperar se o conquistarem, mesmo parcialmente, pelo voto? É pra pensar!", versa a nota.
No texto publicado, Pereira disse que a igreja católica tem o controle das ações do governo federal, estadual e municipal. Ele responsabilizou a religião, de forma indireta, por distribuir o "kit-gay". "Dias de absurdos e depravações. Dias em que filhos e netos chegam à escola e recebem "kits" distribuídos pelos próprios professores lhes ensinando como serem gays ou como optarem por serem gays. É este o programa "educacional" que o Ministério da Educação planeja adotar nas escolas públicas do nosso Brasil, sem sequer perguntar aos pais se eles concordam ou apoiam a iniciativa. Simplesmente nos impõem a ditadura das minorias". Ele questionou: Agora, tentam nos impor os famigerados "kits gays". Até quando o Vaticano terá o controle das ações do governo, seja federal, estadual ou municipal?".
"Lamento que tal exercício de pensamento publicado há um ano e quatro meses seja usado de maneira indevida às vésperas da eleição para a prefeitura de São Paulo", afirmou o bispo. Russomanno disse após caminhada na Vila Nova Cachoeirinha, na tarde deste sexta-feira, que o presidente de seu partido colocou apenas a opinião como blogueiro e que ele não interferirá em sua gestão. "Quem vai governar São Paulo é o Celso Russomanno com o Flávio Borges D'Urso. Somos nós que vamos governar São Paulo e ponto final, não tem mais o que falar sobre isso", disse o candidato.
Fonte: Terra
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