A Procuradoria dos Direitos do Cidadão, do MPF-SP (Ministério Público Federal em São Paulo), abriu inquérito civil público para apurar a denúncia segundo a qual o livro “A Estratégia – O plano dos homossexuais para transformar a sociedade” difunde ódio contra os gays.
O livro foi escrito pelo reverendo americano Louis P. Sheldon e, no Brasil, é editado pela editora do pastor Silas Malafaia, a Central Gospel.
Parecer do procurador Sergio Gardenghi Suiama acatou pedido da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) para a abertura do inquérito, porque trata-se de uma obra que “perpetra uma inegável incitação ao ódio, ao preconceito e à discriminação contra os homossexuais”.
A ABGLT disse que “The Agenda” (o nome do livro em inglês) é uma cartilha adotada nos Estados Unidos por igrejas evangélicas fundamentalistas que combatem a homossexualidade como se fosse coisa do diabo.
Na documentação que enviou ao Ministério Público, a associação transcreveu alguns trechos do livro, como este: “O problema não é simplesmente o tipo de sexo preferido pelos homossexuais, mas o estilo de vida que abraçam. Doenças, infecções, vícios em drogas e álcool, e ferimentos são comuns”.
Suiama concordou que o livro atinge os “direitos fundamentais à honra e à dignidade” de todos os gays. “As ofensas contidas no livro não estão voltadas a esta ou àquela pessoa, mas a toda a coletividade de homossexuais masculinos e femininos”, disse.
A Central Gospel ainda não se manifestou sobre a decisão do MPF-SP. Contudo, o pastor Malafaia negou em outra oportunidade que a sua editora tenha livro que promova ódio e preconceito.
O site da editora informa que “A Estratégia" encontra-se esgotado. Com 288 páginas, ele estava sendo vendido a R$ 32,21. Uma resenha informa que o livro trata da família que está sendo implodida não só pelo divórcio, mas também pela “estratégia gay, que visa erradicar a estrutura moral da sociedade e promover relações promíscuas”.
A decisão do MPF é polêmica porque poderá ser interpretada como uma tentativa de impor a censura a um livro, contra a Constituição, que garante a liberdade de expressão.
Fonte: Paulopes com informação Spresso SP e do site da Central Gospel
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