terça-feira, 18 de setembro de 2012

O coração e a saudade

Não é difícil falar de saudade: doloroso é vivê-la. Difícil é amá-la quando dilacera o coração e o deixa em pedaços.

Acho que encontrei uma explicação pela qual ela parece tão insuportável quando ficamos muito tempo longe das pessoas que amamos:

como o coração é apenas do tamanho de uma mão fechada e a saudade algo que cresce a cada dia, cada minuto que passa ela vai ocupando mais espaço e o coração se sentindo cada vez mais apertado. Sem o outro ele se sente sem ar.

Por isso essa sensação de se sentir sufocado e a impressão que o coração vai explodir dentro do peito. Por isso os olhos ardem e as palavras desmancham-se dentro de nós.

Mas a saudade é deliciosa!!!

É ela quem nos mostra aqueles que contam realmente na nossa alma, os que escreveram para sempre seus nomes nas paredes do nosso coração e, aconteça o que acontecer, permanecerão lá, intactos.

É dela que não queremos nos desprender, a qual nos agarramos como uma tábua de salvação que nos conduzirá à outra margem...

onde encontraremos aqueles que vencem as distâncias e os infinitos e continuam do nosso lado ignorando as barreiras do impossível e do invisível.

Sabemos que amamos quando a saudade bate à nossa porta e não encontramos forças para não deixá-la entrar. Nos entregamos.

A saudade é a doce arte de saber misturar o amor, a dor e a esperança. É a herança dos que abriram o coração para amar...




Autor: Letícia Thompson
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