quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Livro cria polêmica na Espanha ao prometer 'curar' a homossexualidade

O livro "Comprender y sanar la homosexualidad" ("Compreender e curar a homossexualidade", em tradução literal), do psicoterapeuta Richard Cohen, foi retirado da livraria virtual de uma grande cadeia espanhola de lojas de departamento diante da avalanche de protestos.

A Federação Andaluza de Associações LGTB (lésbicas, gays, transexuais e bissexuais) afirmou nesta terça-feira em comunicado que o grupo El Corte Inglés retirou o livro de sua livraria virtual, embora ainda permaneça em suas lojas.

Segundo essa organização, a empresa também pediu desculpas nas redes sociais às pessoas que se sentiram "ofendidas" pelo livro.

Cohen, que diz ter "curado" durante os últimos quinze anos a "milhares" de homens e mulheres que sentiam atração por pessoas do mesmo sexo, escreveu o livro a partir de sua própria experiência pessoal, já que garante que, após ser homossexual "durante décadas", voltou a ser heterossexual.

"Se estamos decididos, contamos com o amor de Deus e o apoio de outras pessoas, a cura é possível", ressalta Cohen em entrevista publicada no site da editora que traduziu o livro para o espanhol.

A decisão de retirar o livro de sua loja virtual foi tomada pelo El Corte Inglés após conhecer os protestos que sua venda suscitou na internet após uma iniciativa da Actuable, uma comunidade online de pessoas e organizações "que unem esforços para lutar contra as injustiças".

Em apenas três horas, segundo informou em comunicado esta plataforma de ativismo, mais de quatro mil pessoas expressaram sua "indignação" pela venda do livro.

Para a Federação Andaluza de Associações LGTB, a retirada do livro é uma "vitória do ativismo".

'Foram de grande ajuda as ferramentas das novas tecnologias da informação e comunicação, que permitiram uma pronta e decisiva atividade por parte dos cidadãos', destacou esta organização em comunicado.

Na opinião da organização, o livro pode provocar "não só a desinformação radical sobre a própria classe LGTB, mas uma clara ameaça para os jovens homossexuais e transexuais e suas famílias baseada nos tão condenados e temidos tratamentos reparadores".

Fonte: EFE
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