Um tribunal inglês rejeitou um recurso interposto pelo terapeuta Gary McFarlane (foto), que em 2008 foi demitido pela empresa Relate, por se recusar a prestar serviços a casais do mesmo sexo. McFarlane alegou que a obrigação de responder aos casais homossexuais entra em conflito com suas crenças cristãs e violam sua liberdade religiosa. O juiz da Corte de Apelações negou o recurso, alegando que McFarlane tem todo o direito do mundo de ter suas crenças religiosas, mas em qualquer caso, a aplicação da lei está acima delas. A legislação do Reino Unido é clara: recusar prestar serviço por motivos de orientação sexual é discriminação.
O juiz disse ainda que oferecer proteção a uma religião em detrimento de outra é a melhor maneira de avançar para um "regime teocrático". Assim, todos os cidadãos têm o direito de crença religiosa, mas na frente de um tribunal, essas crenças são de pouca utilidade.
Gary McFarlane foi apoiado, entre outros, por George Carey, arcebispo de Canterbury (líder espiritual anglicano). Carey, que atuou como testemunha no julgamento, disse.
"Decisões como essa não auxiliam em nada o relacionamento e são, sim, discriminatórias contra os cristãos".
Mas a lei não considera este argumento e o juiz disse na setença: "não vivemos em uma sociedade onde todos têm as mesmas crenças religiosas. Nenhuma religião pode estar acima da lei".
Segundo o jornal The Times "a decisão do juiz poderia provocar uma barreira religiosa nos processos de recrutamento, em que os cristãos poderiam ser banidos para exercer funções de conselheiros, professores, assistentes sociais ou impedidos de trabalhar em agências de adoção".
Fonte: Minuto Digital
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