segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A relevância da adoração e louvor na Igreja contemporânea

Começo com uma pergunta: Louvor e Adoração são a mesma coisa?

Acredito na impossibilidade de falar de louvor e adoração sem que antes façamos uma diferenciação. Em muitos momentos, seja ele no culto ou fora dele, é possível ver pessoas fazendo uma mistura entre as duas definições. O dicionário define louvor como um ato de aplauso, de elogio. Nesse sentido, podemos entender que louvor é um reconhecimento dos atributos, ou qualidades possuídas por um individuo. Uma definição bem simples que sempre temos ouvido é que o louvor a Deus se dá em gratidão às coisas que ele faz por nós. Essa expressão não está de todo errada, pois quando louvamos alguém o fazemos por um ato realizado, ato este que é digno de aplauso.

Existe um autor, Rubem Amorese, que faz uma definição de quando o louvor se dirige a Deus, nesse sentido ele separa a palavra em duas formas: elogio ou prática litúrgica. Dessa maneira o louvor é uma expressão particular ou coletiva do que Deus é e faz.

Este é um ato em que nosso coração mergulha nas grandes misericórdias alcançadas em Deus, é como se colocássemos para fora tudo aquilo que Deus realizou por nós e em nós em um ato de gratidão, de aplauso e de elogio. Nesse sentido, todos possuem algo a devotar em gratidão a Deus. Geralmente ouvimos os ministros de louvor fazer alguns pedidos à igreja, e entre esses pedidos há o famoso “glorifique a Deus irmão”, “louve a Deus com seus lábios”. Não quero aqui dizer que essas expressões estejam erradas, porém preciso afirmar que esse tipo de reação deveriam ser sempre espontâneo. Ou seja, diante de tudo o que Cristo conquistou na cruz por nós só nos resta louvá-lo. O seu ato de amor é algo que beneficiou a nós, por essa razão, muito antes de alguém solicitar que o façamos, deveríamos fazê-lo como reconhecimento em nosso próprio viver, esses são os seus grandes feitos, louvai-o.

A adoração segue uma outra conotação em toda a Escritura. Em outras palavras, a adoração tende a não seguir uma forma. Ou seja, ela não é influenciada por reações exteriores. Adoração seria todo o meu ser prostrado diante de “Alguém” infinitamente maior do que eu. Nas palavras de Deus ao profeta Isaías ele deixou claro que o coração do povo estava longe dele, ainda que todas as formas litúrgicas estivessem corretas. Não posso entender outra coisa a não ser a adoração como algo que vem do nosso ser, é de dentro para fora e não o contrário. Na adoração verdadeira o exterior é apenas um reflexo daquilo que está no interior.

O sentido da palavra adoração é o de se prostrar, se curvar em reverência e submissão. Adoração é quando nos curvamos em reconhecimento de que estamos diante de alguém muito maior do que nós. Tomando por esse ponto de partida, posso afirmar que diante de Deus nada mais podemos fazer a não ser curvar-nos diante dele. O sentimento de adoração deve ser algo claro na nossa mente, nós adoramos a Deus porque Ele está acima de tudo e de todos, porque com o seu poder Ele criou todas as coisas, e é por ele que tudo é sustentado. Não há como não adorar a Deus, a sua própria natureza reivindica para Si adoração.

Deus deve ser adorado, simplesmente pelo fato de ser Ele Deus. Será que temos a firme certeza de quem é que está presente no culto? Se Deus está presente no culto, a reação de todos os seus servos deve ser a de se prostrar, curvar diante do Todo Poderoso Deus.

Parafraseando um pouco Rubem Amorese e concordando com ele, creio que é hora de revisar tudo que aconteceu na história, pensando nas falhas e nos bons momentos, mas sempre tentando perceber as coisas da perspectiva do Pai.

De uma coisa podemos ter certeza: nosso culto a Deus jamais será perfeito. Somos todos, na melhor das hipóteses, meros amadores, pois o que conta é o coração.




Fonte: Fernando Henrique Heise em Ultimato
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