"Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.
Nem deis lugar ao diabo" (Efésios 4.26-27).
Quem nunca passou por um momento de grande ira, daqueles que nos faz explodir em reações que certamente nos arrependeremos depois, ou nos faz implodir, causando danos de difícil recuperação em nosso mundo interior? Essa simples e poderosa instrução de Paulo nos faz entender como podemos tratar a ira em nossas vidas.
Reconhecida
Em primeiro lugar, a ira precisa ser reconhecida (irai-vos). Paulo reconhece que todo ser humano pode irar-se. Segundo Dr. H. Norman Wright, "ira é uma forte emoção de desagrado". Ela nasce por termos sido contrariados, agredidos, ou invadidos em nossos limites por pessoas, circunstâncias, ou por nós mesmos. Seja alguém (pessoa) que nos corta no trânsito, uma tempestade (circunstância) que inunda nossa casa, ou alguma atitude inadequada que tivemos (nós mesmos), vivemos sob constante risco de sermos provocados em nossas emoções. O que precisa ser discernido é o motivo pontual pelo qual ficamos irados, no exato momento em que acontece.
Você está irado agora? Por quê? Perguntas simples que, feitas no momento certo, trazem a clareza e lucidez necessárias. Mas, não basta reconhecê-la. Importa não se deixar ser dominado por ela.
Controlada
Por isso, a ira precisa ser controlada (não pequeis). A ira descontrolada induz a atos de loucura (Provérbios 14.17), gera contendas e brigas (Provérbios 15.18), multiplica as transgressões (Provérbios 29.22), é injusta (Tiago 1. 20), indesejável de se estar perto (Provérbios 21.19), podendo se transformar em amargura e proporcionar um terreno fértil para outras tentações (Efésios 4.26-27, 31; Hebreus 12.15), chegando até a contagiar negativamente quem está próximo, como está escrito: "Não se associe com quem vive de mau humor, nem ande em companhia de quem facilmente se ira; do contrário você acabará imitando essa conduta e cairá em armadilha mortal" (Provérbios 22.24-25 - NVI).
Talvez por fazer tanto mal, Jesus tenha comparado a ira descontrolada ao homicídio (Mateus 5.21,22a), como foi o caso de Caim (Gênesis 4.6-7). Essas são razões mais que suficientes para nos levar a concluir que a ira precisa ser controlada. Mas não basta tê-la sob controle. Importa ter a vitória sobre ela.
Vencida
Por último, a ira precisa ser vencida (não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo). A vitória é na esfera da alma e também na esfera espiritual. Para a alma, precisamos conversar com pessoas maduras para nos ajudarem (Colossenses 3.13; 1 Tessalonicenses 5.11; Hebreus 10.24; Tiago 5.16) e aprendermos a expressar, com mansidão, aos outros sobre aquilo que nos desagradou (Mateus 5.5; 11.29). Na esfera espiritual, a oração é a mais poderosa arma para nos dar a vitória. Quer seja apresentando nossa ira a Deus (Salmos 13.1-3; 77.1-6), ou para pedir perdão caso tenhamos excedido em nossas reações (Salmos 25.11, 18; 32.1, 5; 78.38), a oração nos cura e nos liberta.
Em todo tempo, fique atento e não permita que o sentimento de ira se transforme em atitude de ira. Ao contrário, "quando vocês ficarem irados, não pequem; ao deitar-se reflitam nisso, e aquietem-se" (Salmos 4.4 NVI).
Fonte: Rodolfo Garcia Montosa no Instituto Jetro
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