Natal tem papai Noel, tem ceias gordas (e magras), tem presentes. Natal tem apelo comercial em tudo, confraternização de empresas, famílias, igrejas, ONGs. Natal tem reconciliação, diversão, recesso, compras frenéticas, trabalho dobrado, bandeira dois...
No natal a gente faz prece, engorda, emagrece, faz fila, sai da fila. No natal a gente encontra amigos que não via há anos, ex-namoradas, ex-paqueras, devedores, cobradores de plantão.
O natal é para refletir, para amar mais, desejar paz, viver dias de descanso e diversão. O natal é para festejar, aproximar, transformar.
Sem natal, o ano parece frio e normal. Sem natal não há clima de cores, tons, sons, sorrisos. Sem natal, ninguém pensa em ninguém, não se faz promessas de prosperidade e felicidade.
O natal nos faz lembrar que a paz é possível, que os homens podem ser solidários, que as nações poderão, um dia, ser irmãs.
Mas, o que de fato é o natal? Qual a sua essência? Será que saímos do foco? Os reis magos esperavam o menino nascer; os pastores desejaram ver a criança da manjedoura. Maria e José não conseguiram conter o riso e o espanto ante tão majestosa dádiva divina.
Era Jesus, não mais um Jesus judeu e pobre, como se fosse algum José de nosso tempo. Era a luz, o menino-rei que, estando entre nós, iria mudar para sempre a história da humanidade.
O natal, então, deveria ser para uma profunda avaliação. Avaliar quem é Jesus em nossos natais, qual sua importância em nossas comemorações, para quem, de fato, deveria ser nosso mais valioso presente.
Natal sem Jesus é natal sem esperança, sem alegria, sem salvação. Natal sem Jesus é terrível frustração. É como se toda a busca humana não fizesse sentido. É como se nossas conquistas diversas fossem meras folhas ao vento.
Sem Jesus, o natal é mórbido, o natal é sórdido, é sem vida. Torna-se tão somente uma festa superficial de sorrisos maquiados e relacionamentos de alô.
Talvez aí, sim, se justifique tamanha ênfase no comércio de tudo alimentado pela força midiática; os presentes caros ou de 1,99 para dar algum sentido a amigo oculto e coisas do gênero; talvez se justifique as luzes e enfeites pendurados em árvores de plástico, ou papai Noel importado da França tomando o lugar do Menino Jesus.
Pense num natal sem Jesus. Como ficam frias e tristes as relações familiares. Como a noite majestosa deixa de ser de sedução e encanto! Natal sem Jesus é treva, é dor, é morte.
Mas, ainda há tempo. Corra, fale com sua alma, dê sentido à sua espiritualidade. Faça vibrar aquela gostosa sensação de noite feliz, dia realizador. Nesse Natal, deixe brotar em seu coração a chama poderosa do menino salvador.
Fonte: Pr Marcos Soares no Jornal Pequeno
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