Após publicação da entrevista do polêmico pastor americano Rob Bell pela revista Veja, teólogos e pastores brasileiros não tardaram em publicar seus comentários, a maior parte deles com críticas negativas.
Rob Bell é o autor do polêmico livro “Love Wins” (O Amor Vence), onde faz declarações que defendem uma visão do mundo universalista. Bell tem sido acusado por seus críticos de distorcer a verdade bíblica sobre o julgamento, a ira e o inferno, menosprezando o significado do sacrifício de Jesus.
O renomado teólogo rev. Augustus Nicodemus, chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, escreveu em seu blog nesta quinta-feira que considerou as declarações de Bell contraditórias.
“Então declaro aqui que poucas vezes na minha vida vi uma figura religiosa de prestígio se contradizer tanto em um espaço tão curto”, escreveu o teólogo brasileiro.
Nicodemus repudia Bell por afirmar que não há existência de provas de céu e inferno, criticando as igrejas que pregam a certeza e a convicção sobre o assunto.
Segundo o teólogo, essa linha de pensamento rejeita o ensino de Jesus Cristo nos Evangelhos sobre o inferno e o céu e afirma que há versículos Bíblicos onde Jesus fala sobre a condenação e inferno.
“As referências de Jesus ao inferno, como o castigo eterno dos ímpios, foram reconhecidamente um dos temas dominantes do ensino dele (...).”
Para Augustus, Bell erra em afirmar que Jesus falou muito mais do sofrimento real que as pessoas viveriam neste mundo, rejeitando a existência do sofrimento eterno.
“É claro que o Senhor Jesus se preocupou com o sofrimento presente, mas consistentemente, ele nos avisa que o sofrimento eterno é muito pior.”
O teólogo ainda diz que se espanta com a forma que o pastor americano usa seletivamente as palavras de Jesus, ignorando todas as passagens que faz referência ao inferno.
“Por quê ele ignora uma das maiores ênfases da pregação de Jesus, que foi o castigo eterno preparado para os ímpios?”
“Deus é amor, diz Bell. Por isto, a salvação universal deve ser o ponto de partida. O erro deste raciocínio, evidentemente, é não levar em conta que Deus também é justo, verdadeiro, santo e reto”, comenta Augustus, dizendo que não é possível separar os atributos de Deus.
Apesar de suas críticas, Nicodemus reconhece como declarações não “tão ruins” de Bell, o seu posicionamento contra o aborto e o reconhecimento das limitações do darwinismo para explicar a totalidade da existência.
Augustus Nicodemus também agradece a revista Veja por ter exposto o pensamento do pastor norte-americano ao Brasil e acredita que assim como muitas seitas, muitos o seguirão.
“As suas incoerências, sofismas e as origens de suas ideias estranhas. Como sempre acontece com as seitas, muitos os seguirão. Mas, como nos disse o apóstolo João. ‘Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos. (1Jo 2:19).’”
Fonte: Luana Santiago no The Christian Post
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