sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

"Feto não é gente", diz hospital católico acusado de negligência

Acusado de negligência por causa da morte de uma paciente grávida, sem que fosse feita uma cesariana para salvar os bebês da gestação, o hospital católico St. Thomas More, de Canon City, Colorado (EUA), argumentou na Justiça, em sua defesa, que fetos não são pessoas, o que contraria a doutrina contra o aborto da Igreja.

A notícia está tendo forte repercussão nos Estados Unidos porque, segundos alguns, seria uma prova da hipocrisia da Igreja Católica.  Além disso, os bispos têm criticado duramente o presidente Barack Obama por querer obrigar todos os hospitais, o que inclui os católicos, a dar assistência às mulheres que necessitem de contraceptivos. 

No dia do ano novo de 2006, Lori Stodghill, 31, grávida de sete meses de gêmeos, chegou ao St. Thomas More com falta de ar e vomitando. Uma hora depois, ela morreu de um ataque cardíaco porque, segundo acusação de sua família, os médicos não desentupiram uma artéria. Os bebês em gestação morreram em seu ventre. 

O guarda de prisão Stodghill de Jeremy, marido de Lori, em seu nome e no de uma filha de dois anos, moveu uma ação contra o hospital porque, segundo ele, os médicos, quando perceberam não ser possível salvá-la, deveriam ter feito uma cesariana. Foi então que, para não ser condenado, o hospital argumentou que feto não é gente. 

O St. Thomas More é uma das 170 unidades de saúde espalhadas por 17 Estados de uma organização católica, que no ano passado declarou ativos de US$ 15 bilhões. 

Em seu material promocional, a organização afirma que, por praticar “o ministério de cura da Igreja Católica”, segue com “fidelidade o Evangelho”, o que significa, entre outras coisas, ser contra o aborto e o controle de natalidade. 



Fonte: Blog do Paulopes
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