"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus" - Mateus 7:21.
Atribuem a Nicolau Maquiavel uma desventurada frase que tem estado em alta na sociedade moderna. Trata-se de: "os fins justificam os meios". Também é dele que advém um adjetivo (maquiavélico) e um substantivo (maquiavelismo) sempre associado à idéia de falsidade (perfídia), procedimentos traiçoeiros, astuciosos, etc. Igualmente em alta na presente era.
Por que argumentar sobre isso?
Para trazer a luz, com a ajuda do Senhor, uma diferenciação entre o Evangelho da cruz e o evangelho que é fartamente encontrado em nossa sociedade, portanto, começo um exemplo vivenciado algum tempo atrás: - Uma mulher supostamente evangélica (pois assim se identificou) acabou "perdendo" o namorado (ou noivo - não me lembro exatamente); então ela disse que, após empreender uma busca do "porque", descobriu que fizeram macumba para ela. Até aí, tudo bem, pois, sabemos que nossa luta não é contra sangue e carne, entretanto, a perplexidade veio quando ela disse que estava procurando "outro" centro para fazer uma "contra-macumba" (se é que existe esse termo). Quando a gente ouve algo dessa natureza não tem como explicar o que a gente sente; imagine o Senhor?
Não estamos generalizando o episódio, mas de maneira mais fragmentada encontramos pessoas que se intitulam crentes lançando mão de "qualquer meio" para atingir seus objetivos. Assim, vale lançar mão de práticas, por exemplo: da nova era como florais, cristais, pedras, determinados tipos de massagens e meditações para atender a demanda da vaidade. Procurar "alguém" que faça "alguma coisa" para resolver seus problemas sentimentais. No "louvor" não importa o que se canta e como se canta. O que vale é a vibração. Outros sonegam, defraudam, enganam, emprestam e propositalmente não devolvem. Na área financeira é outra coisa medonha. Procuram a "fast solution" ou "solução imediata" fazendo barganhas aqui e acolá!
Muitos hoje não procuram se tornar cristãos e viver a vida cristã, antes, procuram a resolução de seus problemas e nesse contexto, os fins justificam os meios. Não importa o que deve ser feito... o importante é "eu" ter solução do meu problema, seja ele de ordem sentimental, financeira, social, psicológica, etc. É o chamado EUvangelho!
Jesus disse: "E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem" (Mateus 7:14). Ora, não é só questão de dificuldade em relação à "porta". Absolutamente. Além de a porta ser estreita, depois de entrar por ela, o caminho SERÁ SEMPRE APERTADO!
Não houve, não há e jamais haverá cristianismo sem cruz. Quem se mete a pegar atalho e se desviar do Gólgota, fatalmente chegará ao inferno!
Portanto, nitidamente observamos duas propostas de pregação.
O verdadeiro Evangelho que em suma é assim:
- Aceite a Cristo como Senhor e Salvador pessoal. É difícil aceitá-Lo, pois a porta do Caminho para a vida é estreita, ou seja, você deverá de cara negar-se a si mesmo, tomar sua cruz e o seguir por um caminho apertado que PODE LHE RENDER: desconforto, choro, lágrimas, humilhação; além disso, você deverá ser humilde, paciente, amoroso(a), bondoso(a), longânimo(a), manso(a), temperante... Também, é difícil, mas não impossível e poderá sofrer tribulações, angústias, desesperos, açoites, escárnios, desamparo, aflição, maus tratos... (Leiam Hebreus 11).
Os outros vários e diversos EUvangelhos:
O cerne da suposta pregação carregada de "você pode" e escassa de "pecado, arrependimento, inferno) sempre será: Nós lhe oferecemos um atalho para que você não precise ir até a cruz (como biblicamente está proposto). Lógico que sempre essa "manipulação" é de maneira subliminar com um verniz de Bíblia e uma etiqueta: "la garantia soy yo", ou seja, os próprios líderes e seus movimentos usando o que lhes interessa nas Escrituras e chamando para si a responsabilidade da eficácia dos números que denotam a prosperidade de seus "empreendimentos".
Assim, é salutar que nosso cristianismo seja aferido UNICAMENTE com a Bíblia e instruções nela encontradas de modo sempre precisas como, por exemplo, "Estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem". Especial atenção no "...e POUCOS há que a encontrem".
Sendo o Senhor um Pai santo e justo, nunca os fins justificação.
Fonte: Vilson Ferro Martins em Voz do Trono
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