Entendendo que o termo pornografia deriva do grego πόρνη (pórne) “prostituta” e γραφή (grafé), representação, podemos enxergar que esta expressão pode e deve ser usada para denominar diversas atitudes que se tornaram comum no meio cristão evangélico. Quando me passava pela cabeça o termo “pornografia evangélica”, naturalmente pensei nos livros, pregações e artigos que a igreja contemporânea tem publicado defendendo seu lado “prostituta” de ser.
Só os olhos de Cristo para nos chamar (igreja) de PURA, SANTA E VERDADEIRA. Porém quando estou quase convencido de que já produzimos toda sorte de prostituição e heresias, eis que encontramos “irmãos” (se é que ainda podemos de fato os considerar como parte da família da fé) reinventando velhas práticas. Como se por pior que a situação esteja, ainda faltassem pequenos detalhes neste grande quadro em que estamos sendo retratados, chamado Babilônia.
Após fazer um estudo sobre pessoas que foram excomungadas da igreja nos seus primeiros 300 anos de existência devido à disseminação de doutrinas contrárias ao evangelho, fiquei muito surpreso em constatar que não criamos nada de novo nos últimos 100 anos. Tudo parece ser uma versão atualizada daquilo que já foi pensado anteriormente. E agora não é diferente.
Recebi um ensaio defendendo a produção de filmes pornográficos cristãos. É. Desta vez é sério. Desde que me converti cito a possibilidade de fazer tais filmes como uma piada ridícula e sem graça. Mas pelo jeito alguém está levando esta idéia mais a sério do que deveria. Defendendo argumentos superficiais como “podemos ilustrar como as práticas sexuais e sensuais devem ser”, pessoas estão dedicando sua vida à produção de filmes eróticos para o público evangélico.
Você também sente vergonha de ser evangélico ou sou só eu?
Para que uma mentira seja realmente uma boa mentira, ela precisa de uma fundamentação retórica básica que a disfarce em verdade. Pois os produtores destes filmes pornográficos criaram diretrizes para amenizar o peso da consciência dos cristãos que ainda se sentem culpados por consumir este tipo de material. Criaram regras. Como por exemplo exigir que os casais utilizados nos filmes sejam casados. E só poderão manter relações sexuais entre si, com exceção (ah… sempre tem que haver uma exceção!) de cenas com o intuito de mostrar como não vale a pena se envolver em uma relação extra-conjugal.
Toda vez que tentamos metrificar a fé, inevitavelmente cometemos grandes erros. Se já não bastasse as tentativas de criar doutrinas e práticas que sirvam como termômetro de nossa espiritualidade, agora também iremos permitir que materiais de cunho pornográfico metrifiquem o que vem a ser modelos sexuais e sensuais SAUDÁVEIS. Não basta mais desejar ter o carro que o super-crente tem. Agora queremos padronizar as coisas mais íntimas e pessoais que Deus criou. Deturpando cada vez mais o conceito do que vem a ser sexualidade. Deixando no esquecimento o entendimento de que a sensualidade pode erroneamente ser confundida com “intimidade”. Parece que estamos preferindo ignorar que sensualidade é igual crack: não existem quantidades consideradas seguras para o consumo.
Ou levamos a sério esta proposta de evangelho integral, ou mais uma vez permitiremos que a fé cristã seja diluída. Ou quebramos os tabus para abordarmos a sexualidade do indivíduo dentro das igrejas, ou estaremos condenados a tolerar o convívio com pessoas que inundarão o mundo com pensamentos liberais extremistas.
Me consola saber que depois da próxima curva, talvez eu encontre a linha de chegada. Mas o que me assusta, é que talvez esta corrida seja mais longa do que eu esperava. De qualquer forma, estendo meus temores a quem mais se sente angustiado por conta das práticas que se tornam cada dia mais comuns neste mundo.
O que VOCÊ vai fazer para vacinar as pessoas contra esta proposta mentirosa de confundir sexualidade com sensualidade?
“Eu lhes dei a tua palavra; e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. Eles não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviarei ao mundo.” (João 17:14-18)
Fonte: Pr Ariovaldo Jr em seu blog
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