Um púlpito improvisado numa área de deserto, entre uma praça e um bar que serve biscoitos e cerveja a US$ 3, é o palco pregador Steve Gilbertson, que mantém sua pequena plateia atenta e concentrada na mensagem do Evangelho.
Por trinta anos, Gilbertson foi um pregador formal e tradicional, de terno e gravata, em igrejas dos Estados Unidos. Agora, é fundador da igreja oficialmente chamada “Ecclesia”, mas popularmente conhecida como “Igreja Cowboy”.
A iniciativa surgiu quando seu amigo Larry Wendt, proprietário do salão onde são feitas as reuniões, pediu que Gilbertson fizesse orações às sextas-feiras, antes das reuniões e disputas dos cowboys da região. Wendt havia sido assíduo frequentador da igreja onde Gilbertson ministrava.
-Eu passo toda a semana fazendo os nossos bons vaqueiros e vaqueiras, vendendo-lhes bebidas e muita comida, transformando-os em pecadores. O mínimo que posso fazer é tentar endireitá-los um pouco aos domingos – disse Wendt, preocupado em transmitir a mensagem do Evangelho.
Embora incomum, a estratégia de usar locais de consumo de bebidas como palco da pregação do Evangelho não é nova. Há 30 anos, a Arquidiocese de Chicago iniciou uma série de pregações para jovens adultos chamada “Teologia na Torneira”. Os locais dessas ministrações eram bares e restaurantes. O jornal New York Times relatou ainda outros casos como esse, de igrejas com iniciativas semelhantes, na matéria feita com Steve Gilbertson.
A matéria colheu depoimentos de pessoas que frequentam as reuniões de Gilbertson: “Não é pretensioso, não é uma grande produção, mas amam ao Senhor apenas por si mesmos, que é o mais importante”, declarou uma das presentes.
-É muito legal ter acesso à mensagem bíblica em um ambiente diferente, fora de um edifício regular da igreja – disse outro frequentador. Ao jornal, Gilbertson disse que desde cedo imaginou seu empreendimento como uma oportunidade para “levar a Igreja para o povo”.
Durante o sermão que a reportagem do NY Times acompanhou, Gilbertson falou sobre a história da mulher acusada de adultério e condenada a ser apedrejada até a morte, relatada pela Bíblia: “Se nós formos muito honestos, nós todos seremos condenados por nossos próprios ideais – o amor torna-se ódio, o generoso se torna ganancioso – Porém, assim como a mulher adúltera, cuja vida foi salva por Jesus, todos nós somos culpados, mas não estamos condenados”.
Fonte: Tiago Chagas no Gospel+
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