Qual o culto que agrada a Deus?
O culto que agrada a Deus é aquele que vem de um coração puro (Sl 15.1-5; I Tm 2.8). Está claro que aquele que habitara no Teu tabernáculo e no Seu santo monte é aquele que anda com as mãos santas no temor de Deus, e não com uma liturgia de atitude criativa que usa a cultura de um povo como padrão. As mãos santas que devem ser levantadas são as de um coração puro e não destes membros da anatomia em quais o pecado habita (Rm 7.18, 23). As mãos que devem ser levantadas em oração são as que são santas. De outra forma Deus não nos ouvirá (Sl 66.18, “Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá”). É melhor orar, e adorar, com um coração puro.
Pureza de coração no temor do Senhor nos levará a fazer tudo para a glória de Deus na igreja (Pv 1.7; Ec 12.13; I Co 10.31; Ef 3.21). O adorador temente a Deus não ousará adicionar qualquer atividade conforme o seu coração, mas se limitará àquela adoração que a bíblia estabeleceu como aceitável no culto da igreja. Uma atitude de temor a Deus desprezará a criatividade oriunda do seu próprio coração naquilo referente à adoração a Deus. Um exemplo disso é o rei Davi. Ele foi criativo em sua forma de adoração, pois quis erguer um templo a Deus. O desejo foi excelente mas a ação foi proibida. A idéia de adorar a Deus foi reprovada por ele ser homem de guerra e ter derramado muito sangue (I Cr 22.8 e 28.3). Nisso entendemos que o culto que agrada Deus não é medido somente por um coração sincero, ou por uma atitude criativa, mas o culto desejado por Deus é aquele baseado no ensino da Palavra de Deus. A emoção não é espiritualidade, mas submissão à Palavra de Deus cria aquele coração puro que é adoração aceitável.
Paulo se refere aos coríntios, como santificados em Cristo Jesus. No entanto ele os escreve relatando os problemas deles. Esses problemas não eram comportamentos adequados de santificados em Cristo Jesus. Ele ensinou-os que o culto a Deus não deve ser com fornicação, desunião ou desordem (I Co 1.1,2; 3-11; 14). Deus não aceita culto, senão aquilo ao nível dos santificados em Cristo Jesus.
Talvez alguém, querendo celebrar louvores, decida fazer de uma forma espetacular a adoração com programação cheia de coreografias, músicas, instrumentos, vestimentas extravagantes, efeitos, etc. Muitos vão gostar e apoiar esses louvores, e, de fato, acabam achando que estão louvando a Deus. Todavia sendo o coração enganoso, poderão estar agradando somente a carne (Jr 17.9; I Jo 2.16). Pode ser que nenhum destes seja conhecido por Deus (Mt 7.21-23).
Não podemos ser guiados por pensamentos criativos ou simplesmente por um coração sincero. Temos que nos limitar ao padrão neotestamentário. A igreja não tem o luxo de legislar, mas somente executar o que Jesus tem mandado (Mt 28.18-20). Fomos criados na imagem de Deus e por isso, contrário aos animais, temos o poder de controlar nossas emoções. Ser racional e controlar as emoções é fundamental quando cultuamos a Deus (I Co 14.32, 40). Deus é tão grande que não temos todo o conhecimento apropriado para adorar a Deus corretamente (Jó 38). Por isso é básico que nos limitamos à Sua Palavra. Se O adoramos sendo guiados somente pelo nosso coração, provavelmente será uma adoração enganosa e perversa (Jr 17.9, “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?”). Não segue seu próprio coração. Segue o que Jesus legislou, a bíblia.
Podemos questionar se as coreografias, louvorzão, etc., agradam a Deus, uma vez que, além de não serem bíblicas, estas não produzem o arrependimento, a mudança de comportamento para a santidade, e nem promovem a edificação nas Escrituras (Ef 4.15-24). Se fossem essas invenções modernas que balancem o corpo e estouram os timpanais e muitas vezes aparentem que tenham origens das profundezas de espiritualidade, se fosse realmente tudo aquilo que aparentam, por que a carne é bem alimentada por elas e somente as emoções são exercitadas por tais produções? Por que tais cultos não levam para maior evangelização ao mundo pecador? Por que não prolifere o culto domestico que inclui a leitura bíblica com a família e oração conjunta pela obra de Deus, os sem Cristo, doentes, etc.? Por que não tais produções espetaculares e talentosas não geram maior crescimento na graça e no conhecimento de Jesus Cristo? Não produzem tais virtudes por não ter o alvo de admoestar ou ensinar doutrina, algo que é primordial para qualquer renovação correta e bíblica (Cl 3.10; I Pd 2.2). Tais virtudes serão realidades exclusivamente pelo ensino profuso de doutrina, cantada ou pregada. Tanto mais profuso, melhor. O Apóstolo Paulo ensinou aos da igreja em Colossos: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração”, Cl 3.16. Portanto, se a adoração não admoesta ou ensina de Jesus Cristo, não é agradável a Deus.
Para provar que não é permitido a cultuar a Deus segundo a nossa “bem-intencionada” imaginação citamos um caso bíblico entre muitos. Aquilo que o rei Davi programou, segundo o seu coração bem intencionado, com todo um show para levar o altar para Jerusalém, foi, para ele, recomendável e bonito. Todavia, para Deus, foi uma terrível imprudência (II Sm 6.1-7). Para provar ainda mais essa tese que não é permitido a Deus poderíamos falar da adoração segundo o coração de Aarão e dos filhos de Israel. Esse show produziu um bezerro de ouro (Êxodo 32). O culto que naturalmente sobe do coração leva à satisfação da carne. Este não é a adoração que agradou Deus. Poderíamos falar da adoração prestada segundo o coração de Gideão em Juizes 8.27, ou da adoração inventiva apresentada pelo povo de Deus com o rei Acaz, uma adoração carnal tal que tinha que ser tirada em II Reis 18.4. Todos destes casos foram do coração e foram prestados com emoção profunda e religiosa. Mas para Deus tudo disso foi enfado. Ele os repugnava! Poderíamos falar também da adoração que emanaria das emoções do Apóstolo João em Apocalipse 19.10; 22.8,9 que eram sinceras, mas levaram o apóstolo João ser repetidamente reprovada. Se Deus desejava criatividade e coisas novas no culto dEle, nenhum desses casos citados teriam trazidos a pesada correção do Senhor.
Por estes exemplos bíblicos entendemos que o culto correto NÃO é uma ATITUDE CRIATIVA feita com o maior esforço do adorador ao Deus que TUDO merece. Por falar de merecimento, Deus não merece o culto inventivo do homem que despreza a Sua única regra de fé e ordem, a Sua Palavra.
Pode ser que o culto que agrada Deus seja antiquado, na opinião de alguns, mas o Espírito Santo ajuda as nossas fracas manifestações de O adorar como Ele nos ensina na Palavra de Deus, e, pelo ministério dEle, a verdadeira adoração chega a Deus (Rm 8.26,27).
Por Deus não mudar (Ml 3.6), o culto que O agradou na Palestina, e na Ásia no primeiro século, agrada Ele completamente neste país sul americana no século XXI.
Qual o louvor que Deus pede?
É explicito e claro que o louvor que Deus pede é louvor espiritual (Jo 4.23,24). Deus é Espírito. Por isso o louvor a Ele deve ser exclusivamente espiritual. O louvor espiritual agradável a Deus tem a sua fonte naquilo que Deus regenerou em Seu povo pela Palavra de Deus, ou seja, no homem novo (I Pd 1.23). É esse espírito, ou homem interior, que deleita-se na lei de Deus (Rm 7.22). É esse espírito, ou homem novo, que canta ao Senhor com graça, admoestação e doutrina em salmos, hinos e cânticos espirituais (Cl 3.10, 16). É este louvor espiritual, oriundo do homem novo, que o apóstolo Paulo instruiu na sua carta aos coríntios: “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.”, 1 Coríntios 14.15. É este o louvor e adoração que Deus pede.
Qualquer tradição que é bíblica não pode ser mudada sem desviar-se da bíblia. Para reforçar o ensino aos Tessalonicenses, o apóstolo Paulo, pela inspiração do Espírito Santo deixou registrado: “Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa.” - II Ts 2.15. O louvor usando os hinos, taxados como liturgia repetitiva, e, portanto, desprezível, por este ministrante batista de louvor, tem que ser afirmado que o hino é um louvor bíblico e, portanto, recomendável e aceitável. O Salmista, o próprio Jesus, e os Apóstolos incluíam os hinos nos louvores deles. Observe os seguintes versículos:
Salmista: “E pós um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR”, Salmos 40.3. Se o Cristão quer louvar o seu Deus corretamente, cantará hinos. Essa musica é nova, não no sentido de moderna, mas no sentido de diferente, diferente daquela anteriormente cantada pelo salmista na sua vida anterior e pecaminosa. Sendo feito uma nova criatura em Cristo, tudo se faz novo (II Co 5.17). O que saiu do homem novo gerado pelo Espírito Santo foi um hino!
Jesus: “E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras.”, Marcos 14.26. Se o seu desejo, ou o desejo da sua igreja é de conformar à imagem de Cristo, cante hinos nos cultos!
Apóstolos: “E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam”, Atos 16.25. Se desejes seguir o exemplo neotestamentário, cante hinos, na aflição ou até em praça pública e lugares onde os ímpios predominam! Hinos ensinam verdades de Deus, de Cristo, da salvação, do arrependimento, da fé verdadeira, da esperança abençoada da vida no porvir, etc.
O Espírito Santo inspirou o ensino da necessidade e dever de usar hinos.
Espírito Santo: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração”, Colossenses 3.16. Se quiser louvar a Deus na maneira que o Espírito Santo ensinou, cante hinos junto com os salmos e cânticos espirituais. Uma observação: Cânticos espirituais não são cânticos emocionais. Cânticos espirituais são a expressão do homem novo com admoestação e doutrina. Apesar do povo latino identificar-se com emoções expressadas com gritaria, abraços apertados, gargalhadas abertas, tudo na maior transparência e inibição, o louvor que Deus pede não é cultural mas do homem novo. Portanto, é espiritual. Este homem novo renova e identifica-se com o conhecimento maior e doutrinário de Cristo Jesus no culto reverente e com a maior ordem.
Deus não muda de cultura em cultura. Ele nunca pede gritaria (Ef 4.31), o levantar das mãos físicas (mas das santas, I Tm 2.8), danças sensuais (Mt 6.24; I Jo 2.16) ou palmas nas igrejas (Hc 2.20).
O louvor que Deus pede não é feita com sentimentos profundos que manifestam-se com giros e gestos corporais ou musica alta e rítmica apenas por ser num lugar religioso (“nem neste monte nem em Jerusalém”, Jo 4.21) O louvor que Deus pede é através aquilo que Deus gerou nos Seus pelo Seu Espírito Santo, ou seja, o espírito regenerado (Ef 2.1-10). Este louvor se expressa com reverencia e ordem na Sua casa (Hc 2.20; I Tm 3.15).
Pode ser que muitos tenham dificuldade ou de adorar Deus em espírito ou de gostar de mortificar a carne na adoração por não possuem tal homem interior que deleita-se na lei de Deus. Na face do desgosto de uns para com o louvor que Deus pede e por ter um gosto daquele louvor que é abominação, só existe uma mensagem: “Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1.15).
Fonte: Pr Calvin Gardner em Palavra Prudente
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