segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Ex-jogador de futebol Roberto Brum se dedica a pregação da palavra de Deus

Após encerrar a carreira em 2012 e até se aventurar rapidamente como treinador, o ex-jogador Roberto Brum, 34, optou por dar continuidade nos seus ideais religiosos e em outros projetos paralelos do que a chance de voltar a jogar.

O ex-volante de Fluminense, Santos e Coritiba chegou a receber propostas de clubes como Brasiliense-DF e CRB-AL, com salários de aproximadamente R$ 20 mil. Mas preferiu ficar em sua cidade natal, São Gonçalo (RJ), onde é pastor e faz vários trabalhos sociais ligados à religião.

A agenda do ex-atleta é vasta durante todos os dias da semana, entre cultos na igreja, reunião com jovens e até com uma tribo indígena da região, além de ensaios musicais. Também há um dia reservado para o futebol, nomeado por ele como “futebol evangelista”.

“Toda segunda-feira tem futebol evangelista. E não ria, não! Juntamos alguns ex-jogadores e usamos o futebol para evangelizar. Isso virou um braço da igreja. Fiz disso um entretenimento para pessoas que não são da igreja e não são evangélicos. Juntamos todo esse grupo e podemos jogar futebol, pregar a palavra de Deus e fazer um evangelismo, pregar pra quem não conhece. Coletamos também cestas básicas e ajudamos as pessoas carentes que participam”, explicou.

Brum tem ainda planos futuros de ser treinador de futebol. Enquanto isso, tenta participar de outra maneira do esporte. Lançará em breve um DVD infantil para ensinar crianças a jogar futebol. A produção tem a parceria do ex-jogador Sérgio Manoel, ex-Santos e Botafogo, entre outros.

De acordo com o atleta, parte do que for arrecadado será destinado aos projetos sociais que tem se dedicado desde que encerrou a carreira, em 2012.

“Investimos R$ 140 mil para ensinar crianças a jogar futebol com princípios educacionais e incentivá-las a obedecer os pais. E também ajuda a discipliná-las. É bem animado. Uma parte dela será doada comunidades carentes, e outra para arrecadar fundos para outros projetos”, explicou.

Brum disse viver atualmente de verbas provenientes de alguns imóveis que adquiriu durante a carreira de atleta. Fez um bom pé de meia e hoje apenas administra o que conseguiu. Mas não descarta voltar ao futebol como treinador ou em um cargo de gestor.

“Estou estudando a possibilidade de comprar um clube com a ajuda de alguns investidores. Se isso acontecer, posso tentar exercer a função de treinador ou gestor”, falou.

Lado fanfarrão

O jeito descontraído e contador de histórias de Roberto Brum o transformaram em um verdadeiro personagem nos tempos de Santos. Por várias vezes o atleta contou causos, fez narração de gols e até cantou hit criado pelos atletas em coletivas.

Passou a ser visto como um animador. “Tinha vezes que o cara chegava pra mim e falava ´conta uma piada aí, Brum´. Eu falava que não era assim. Tinha que falar do jogo, de tática, me perguntar de futebol. Mas ainda tenho saudades disso tudo”, contou.

Brum lembrou uma história que envolve o gol que, segundo ele, é o mais importante de sua vida. Foi em uma vitória do Coritiba por 3 a 2 sobre o São Paulo, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro de 2004, que rendeu a frase sobre um “triângulo amoroso” e chegou a deixar os jornalistas confusos após o jogo.

O ex-volante ficou um tempo separado de sua atual mulher em um momento de turbulência no relacionamento entre o casal. Momento que se deixou levar por algumas tentações do futebol como o dinheiro, vida noturna e mulheres.

Pouco tempo depois reataram e, então, Brum passou a se dedicar à religião. E a mulher fez o pedido para que ele fizesse um gol no São Paulo, no Morumbi, como forma de homenageá-la. Ele refugou logo de cara. “Eu falei que eu não era de fazer gols, não tinha feito gols na minha carreira. Que eu jogava em uma posição difícil de marcar gols. Mas ela dizia que ainda queria que fosse de fora da área”, lembrou.

Fato é que foi convencido pela mulher de que teria que dar o presente de aniversário. Brum diz que foi convencido de que poderia fazer o que não acreditava se confiasse em si, o que virou uma de suas inspirações para a religiosidade. “Você não tem fé não?”, questionou a mulher. Ele então colocou então na cabeça que faria o gol. E acabou marcando, de cobertura.

“Esse gol representou muito pra mim. Minha esposa foi muito especial na minha vida. Pois quando estávamos separados, ela não desistiu de mim. Ela orava por mim e tinha persistência. E acho que essa coisa dela me gerou a fé de achar que poderia fazer o gol”, falou.

Logo na saída de campo, o jogador estava visivelmente emocionado. E falava para os microfones que o gol era fruto de um triângulo amoroso. “Eu gritava ´esse gol é pra minha esposa,  porque vivemos um triângulo amoroso”, falou. Depois, ao ver que poderia ser mal interpretado, se explicou. “Falei: ´calma gente, calma gente. O triângulo amoroso é o seguinte: eu, minha esposa e Deus”, falou, aos risos.



Fonte: Esporte UOL
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