domingo, 23 de fevereiro de 2014

Grupo evangélico exige garantias de Dilma sobre aborto e casamento gay

Em troca de apoio à reeleição da presidenta, religiosos exigem compromisso de que ela não apoiará a flexibilização da lei sobre aborto nem dará 'privilégios' aos homossexuais

A Confederação dos Conselhos de Pastores Evangélicos do Brasil (Concepab) começou a elaborar uma pauta unificada e um calendário de reuniões com os pré-candidatos à Presidência para iniciar um diálogo sobre temas polêmicos, como o aborto. Ao final, discutirá um eventual apoio nas eleições. Um grupo de líderes evangélicos garante ter feito a diferença na vitória de Dilma nas eleições de 2010.

Às vésperas do primeiro turno, a petista caiu nas pesquisas, em razão de comentários espalhados nos templos de que ela aprovaria o aborto e o casamento gay. Entraram em ação religiosos como os senadores Marcelo Crivela (PRB-RJ), da Igreja Universal; Magno Malta (PR-ES) e Walter Pinheiro (PT-BA), da Igreja Batista; e o então deputado e bispo Robson Rodovalho (PR-DF), da Sara Nossa Terra.

Eles atraíram também a Assembleia de Deus, do ramo Madureira (o outro, Belém, apoiava o tucano José Serra). Dilma assinou um compromisso, selou sua aliança com os evangélicos e venceu. Agora, esse mesmo grupo, atuante junto às bancadas evangélicas da Câmara e do Senado, mostra-se disposto a caminhar ao lado da petista, mas quer garantias de que ela não apoiará a flexibilização na legislação sobre o aborto nem dará “privilégios” aos homossexuais. No final do ano passado, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, orientou os governistas a barrarem o projeto sobre a criminalização da homofobia. Pediu para votar a proposta somente depois das eleições. A razão: temor de prejuízos à campanha de Dilma. “Eleição é correção de rota. É um momento para avaliar ganhos e perdas”, observa Rodovalho, ligado à confederação dos conselhos de pastores evangélicos.



Fonte: IG
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