Nessas semanas, o assunto que vem explodindo nas redes sociais entre os cristãos é o pastorado feminino. Devido ao acontecimento do último dia 22 de Janeiro, alguns tem se dividido: a OPBB (Ordem dos Pastores Batistas do Brasil) levantou esse tema ao tratar da entrada de pastoras no seu rol de membros, que até então, só era formado por homens. Essa decisão vem gerando divisões não só de opiniões, mas de congregações inteiras. Então, qual dos dois lados está correto? A ordenação feminina é considerada um avanço? Existem algumas respostas para essas perguntas, que dividimos sob o ponto de vista cultural e sob o ponto de vista bíblico.
Com o avanço da civilização, com o uso da livre expressão, houve reivindicações por igualdade independente de raça, cor ou sexo. E conseguiram, tornaram isso uma grande conquista! Os que, em muitas situações, eram explorados e esquecidos, agora passaram a ser reconhecidos de outra forma pela sociedade. Desde então, as mulheres começaram a se destacar, a ocupar cargos estratégicos e subir cada vez mais no status da sociedade. Hoje temos grandes mulheres como diretoras, empresárias e gerentes. As mulheres já estão ocupando o lugar dos homens academicamente. Até em cargos que eram caracterizados por serem “masculinos” elas entraram: são militares, motoristas de caminhão e componentes da arbitragem do futebol. Não esquecendo também da nossa primeira Presidenta da República.
Tudo isso foi realmente um enorme passo. Mas a prioridade que a mulher começou a dar ao trabalho e a essa igualdade exagerada, trouxeram inversões de papéis dentro da própria família e que, consequentemente, está se estendendo para dentro da igreja. Culturalmente, esse é um grande avanço para o meio cristão, nada mais correto que levar à igreja esse reconhecimento de igualdade! Muito bem, culturalmente.
Mas as Escrituras também nos dão respostas simples e claras para essa questão. Princípios bíblicos e teológicos, não culturais, são o que devemos analisar. O homem e a mulher são iguais e diferentes segundo a Palavra de Deus:
1. A igualdade se dá pelo fato de ambos terem sido criados imagem e semelhança do Senhor (Gn 1.26-27) e porque são tratados como filhos dEle, sem fazer diferença de sexo, posição, influencia ou qualquer outro fator, sendo um eleito do Senhor, guiado pelo Espírito (Rm 2:11, 8:14, 9:8). Com isso, todos devem amar ao próximo, evangelizar, honrar pai e mãe, dizimar, etc. Sem distinção para esses papéis.
2. Existem também diferenças (muito mais que semelhanças): além dos dois serem diferentes biologicamente, existe o inicial fato de terem sido criados de formas e para funções diferentes (Gn 2, 1 Co 11:8). A diferença de funções também é colocada nas Escrituras quando Paulo diz que o homem deve ser a cabeça da mulher e ela deve ser submissa a ele (1 Co 11:3, Ef 5:22-24). O Senhor coloca também a mulher como vaso mais fraco (1 Pe 3:1-7). A liderança é sempre atribuída ao homem em todas as passagens. Um dos propósitos de Deus é claro: as diferenças foram feitas para um completar o outro e glorificarem a Ele com isso.
As distinções também continuam nas funções desempenhadas pelos dois dentro de uma comunidade cristã. Acreditando que a liderança foi entregue por Jesus e por homens qualificados para isso, a Bíblia não dá opções para o pastoreio feminino. Inicialmente, no Novo Testamento, o próprio Jesus escolheu 12 homens para serem apóstolos (Lc 6), apesar de ter perto dEle grandes mulheres tementes (Lc 10:38, Marta, Maria e Maria Madalena). Para as diversas outras situações bíblicas que necessitavam de liderança, foram escolhidos homens para o exercício dessa função específica (At 6:1-7). Nas quatro principais traduções usadas, as palavras “presbítero, diácono, apóstolo, bispo” quando para liderança foram usadas apenas para homens (At 20:17, 1Tm 3:2, 3:12, 5:17, Tg 5:14, 1, Tt 1:6, Pe 5:1-3, 3 Jo 1:1). Paulo em uma de suas cartas fala claramente sobre isso:
“A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, no amor e na santificação.” (1 Timóteo 2:11-15)
Existiram mulheres que se destacaram nas Escrituras (Débora, Priscila, Febe e outras), o Senhor as usou, as deu destaque, mas a ordenação não foi dada a nenhuma delas. No capítulo 16 do livro de Romanos, duas dessas são citadas e é certo que exerciam cargos de liderança na igreja, como também é certo que nenhuma delas tinha qualquer autoridade relacionada ao ensino público (Tt 1:9), à igreja e aos homens (1 Co 14:34-35). O trabalho delas provavelmente seria no Ministério Feminino (Tt 2:3-5) ou no auxílio de necessitados, doentes e pobres. Nós nunca fomos, nem somos inferiores aos homens, mas papéis distintos foram criados, determinados por Deus (Cl 3:18-19, Ef 5:22-25). Antigas ideias erradas sobre a inferioridade da mulher devem ser corrigidas segundo as Escrituras pois, como foi dito anteriormente, o homem e a mulher são iguais para o Senhor. Mas usar um erro para corrigir o outro, continua um erro. Na há avanços quando a via é na contra mão bíblica.
No Corpo de Cristo existe lugar para cada pessoa dar sua contribuição para o Reino. Nada impede que nós sirvamos dentro da congregação, evangelizemos, auxiliemos os outros irmãos, ensinemos as mais novas e sejamos benção para o povo de Deus. Nós não precisamos de uma ordenação para que o nosso valor e necessidade dentro da igreja sejam mostrados. Nós somos melhores que os homens em muitas áreas, mas o pastorado feminino não foi algo estabelecido pelo Senhor para nós. Ele soberanamente o estabeleceu para ser exclusivamente masculino. E quem somos nós para questionar isso? Ele nos fez importantes para a sociedade, para a congregação, para a família e para o homem. Nós somos colocadas como auxiliadoras, como necessárias! O valor disso é tremendo porque quem o determinou foi o próprio Deus.
Diante disso, desejo que usemos nossas habilidades dentro das possibilidades bíblicas existentes. Que o nosso apego as Escrituras seja maior do que a cultura. A nossa missão já nos foi dada! Devemos cumpri-la com amor e obediência!
Sola Scriptura!
Fonte: Evangelho Urbano
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