Alarmados com o número de fiéis católicos que abandonam o catolicismo, os bispos alemães decidiram, em conferência realizada em finais de setembro, que os católicos que não pagarem o “imposto religioso” não participam nos sacramentos da Igreja, decisão homologada pelo Tribunal Administrativo Federal, uma das mais altas entidades jurídicas da Alemanha.
Todos os alemães registados como católicos pagam uma taxa de oito por cento sobre o seu rendimento anual. Esta taxa foi introduzida no século XIX para compensar a Igreja pela nacionalização dos seus bens. O “imposto religioso” é um assunto que sempre gerou muita polêmica entre os fiéis católicos na Alemanha.
Um responsável da Igreja Católica daquele país defendeu que, desde 2006, a interpretação da lei era muito clara e que por deixarem a igreja não significa que as pessoas renunciem à sua fé.
Os juízes determinaram que o assunto é da alçada única da Igreja, e que tal afastamento parcial não é possível, argumentando que aqueles que “desejam voluntariamente permanecer na comunidade católica não podem exigir que o Estado restrinja o direito de autodeterminação da Igreja”. “Não percebo a ligação entre religião e solidariedade. Não percebo como podem as pessoas abandonar a igreja para não pagarem imposto, porque penso que devemos contribuir, devemos assumir compromissos”, disse o responsável da Igreja Católica na Alemanha, que preferiu manter-se no anonimato.
A decisão foi anunciada dois dias depois de um decreto da Conferência dos Bispos da Alemanha entrar em vigor, segundo o qual os católicos que se recusarem a pagar a taxa perdem o direito de receber os sacramentos.
Fonte: Jornal de Angola
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