Pedaços do tesouro arqueológico estão sendo comercializados por família palestina; Israel contesta venda do que considera seu patrimônio
Quase 70 anos após a descoberta dos mais antigos fragmentos bíblicos do mundo, a família palestina que vendeu os originais a pesquisadores e universidades está agora silenciosamente comercializando os resquícios - pedaços que a família afirma ter guardado em um cofre suíço por todo esse tempo. Esses restos, em sua maioria, são menores que um selo, e alguns estão em branco. Nos últimos anos, porém, colecionadores cristãos e instituições americanas desembolsaram milhões de dólares por uma fatia desse tesouro arqueológico.
Essa decisão incomoda o governo israelense, cuja autoridade responsável pelas antiguidades - que administra a maior parte dos manuscritos - alega que cada pedaço deveria ser reconhecido como propriedade cultural de Israel, e ameaça confiscar qualquer nova peça que chegar ao mercado.
"Falei a Kando (cuja família mantém a coleção de manuscritos do Mar Morto) há muitos anos que, no que me diz respeito, ele pode morrer com esses manuscritos", afirmou Amir Gando, chefe da autoridade israelense de combate a saques. "O único endereço dos manuscritos é o Estado de Israel."
William Kando garantiu ter oferecido os fragmentos restantes ao departamento que cuida das antiguidades e outras instituições israelenses, porém as autoridades não teriam recursos suficientes. "Se alguém estiver interessado, estamos prontos para vender", afirmou Kando à Associated Press, na loja de antiguidades que herdou do pai. "Estas são as coisas mais importantes do mundo."
Fonte: Terra
-----------