"Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças" (Filipenses 4.6).
A ansiedade é uma preocupação descontrolada com aquilo que poderá vir a acontecer no futuro. É um sentimento perturbador que, além de não resolver o problema do amanhã, rouba-nos a força para enfrentarmos o hoje. Ela está impregnada na história da humanidade e presente em todas as culturas, razão pela qual o sábio, há muitos séculos, declarou: "A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra" (Provérbios 12.25).
Ao escrever aos filipenses, Paulo ensinou que a oração é uma importante estratégia para vencer a ansiedade. Isso mesmo, ele diz que, ao invés de andarmos ansiosos, devemos orar a Deus. Na visão do apóstolo a oração é um antídoto contra o veneno da ansiedade, um remédio que nos cura na alma. Mas, preste atenção, não é qualquer tipo de oração.
A oração que nos liberta da ansiedade é do tipo abrangente (coisa alguma ... em tudo).
Alguns assuntos de nossa vida simplesmente não apresentamos em oração. Algumas vezes pode ser que pensemos que não devemos incomodar a Deus com isso ou aquilo. Outras vezes pode ser que agimos como quem sabe dar conta do recado e que essa área só depende de nós. Outras, ainda, pode ser simplesmente por inconsciência, desconhecimento ou esquecimento. Aí, quando menos esperamos, aquilo que era pequeno, torna-se um grande problema, ou um grande desafio. Devemos desenvolver o hábito de orar os detalhes de nosso dia, agenda, decisões, enfim, de nossa vida. Isso ampliará a consciência do quanto dependemos e precisamos do Senhor. Jesus mesmo insistiu para não andarmos ansiosos quanto ao que comer, vestir ou qualquer outra coisa (Mateus 6.25ss).
A oração que nos liberta da ansiedade é do tipo direcionada (diante de Deus).
Parece tão óbvio, afinal a quem mais dirigiríamos nossa oração? Na prática, contudo, nossa ansiedade é lançada em muitas direções que não na presença de Deus. Pais lançam suas ansiedades sobre filhos, filhos sobre pais, patrões sobre empregados, empregados sobre seus chefes. Quer seja nas relações comerciais, familiares, de amizade, pode acontecer de vomitarmos no outro o peso de nossos dramas. Compartilhar faz parte da comunhão desenhada por Deus, desde que o destino final seja a presença de Deus. Devemos nos incentivar mutuamente a apresentar nossas petições diretamente ao Pai. Somos filhos, e entre nós e o nosso Pai Celestial não podem existir intermediários e mediadores.
A oração que nos liberta da ansiedade é do tipo intensa (com súplica).
Estamos falando daquela oração que vem das entranhas, insistente, persistente, humilde. Isso envolve tempo e profundidade, clareza e determinação. Muitas vezes será feita com lágrimas nos olhos, batendo no peito, "rasgando as vestes". O apóstolo Pedro reforça isso dizendo: "Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (1 Pedro 5.6-7). Até quando orar? Até o extremo de "lançar". Quando alcançarmos essa posição de lançar, mesmo que não tenhamos mudado o futuro, certamente nosso coração terá sido mudado em relação ao futuro.
De fato, a presença de Deus é o ambiente que dissipa toda a ansiedade. Veja os exemplos de: Ana (1 Samuel 1.10), Daniel (Daniel 6.10), Jesus (Lucas 22.44) e de tantos heróis da fé, e saiba que, seguindo esses princípios da Palavra, "a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus" (Filipenses 4.7).
A oração que nos liberta da ansiedade é do tipo confiante (com ações de graças).
Quando alcançamos o estágio de lançarmos totalmente nossa ansiedade diante do Senhor, nosso coração é transformado ao ponto de ter a atitude de gratidão. Ele me ouviu! Ele tem poder! A situação está em suas mãos! Esse tipo de pensamento brota de maneira profunda e verdadeira. Não como um jargão artificial a ser proferido como palavras mágicas, mas uma com convicção e confiança profunda no amor do Senhor. Afinal, ele tem cuidado de mim!
Fonte: Rodolfo Garcia Montosa no Instituto Jetro
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