Perdoar significa deixar livre, soltar, libertar, despedir, mandar embora, atribuir um favor incondicional àquele que nos feriu. É não levar em conta o mal causado; é não reter a mágoa ou ferida; é agir como se o incidente nunca houvesse acontecido.
No início do casamento, é fácil perdoar o cônjuge. Mas, depois de perdoá-lo várias vezes, começamos a pensar se não o estamos incentivando com nossa aparente tolerância. Às vezes, hesitamos em perdoar por temer que, ao fazer isso, estejamos permitindo que o mesmo erro ocorra novamente. Existe, porém, uma linha clara entre permitir e perdoar. Em outras palavras, podemos continuar a pedir ao cônjuge que mude seu modo de ser, e oramos para que isso ocorra, mas, se ele não mudar, recusamo-nos a deixar isso nos consumir e a nos tornar pessoas amargas. Perdoar não significa dar ao ofensor um passe livre para voltar a cometer os mesmos erros. O perdão não torna a outra pessoa certa; nos torna livres.
Perdoar é uma decisão que tomamos, e sabemos se perdoamos ou não. Não perdoamos alguém acidentalmente, sem perceber. Mas é possível não perdoar sem perceber. Achamos que perdoamos, mas não é verdade.
Perdoar é uma escolha que precisamos fazer todos os dias. E a escolha deve ser viver em perdão. Isso se aplica principalmente ao casamento. Além de amar seu cônjuge, a atitude mais importante que você deve tomar no casamento é perdoá-lo.
Até nos casamentos bem-sucedidos, o perdão é sempre necessário. Mesmo que duas pessoas completamente diferentes vivam juntas e em harmonia, sempre haverá decepções, mal-entendidos e mágoas. Precisamos sempre suportar um ao ouro e perdoar um ao outro. “Não fiquem irritados uns com os outros e perdoem uns aos outros, caso alguém tenha alguma queixa contra outra pessoa. Assim como o Senhor perdoou vocês, perdoem uns aos outros” (Cl 3.13). Não podemos esperar o momento em que o cônjuge mereça ser perdoado ou nos peça perdão. A falta de perdão é assassina. Mata o casamento. Mata a saúde. Mata a alegria. E ainda nos impede de caminhar perto de Deus.
Então é preciso entender que os integrantes de uma família devem ter harmonia, buscar o amor, a compreensão e o perdão sempre. Os cônjuges precisam trabalhar em cima do perdão para que as feridas do passado possam ser cicatrizadas. Um casamento não pode subsistir sem perdão, pois invariavelmente os cônjuges irão errar uns com os outros.
A verdade é que no relacionamento familiar nós experimentamos ofensas: um amigo que nos trai, um filho ingrato, a parcialidade dos pais, uma palavra áspera, uma acusação falsa, uma data pessoal esquecida, a indiferença para conosco de alguém que nos é importante. O perdão é a possibilidade da convivência. O perdão é um indicador de nossa compreensão do amor de Deus por nós. Todos nós perante a ofensa exercemos a escolha. Podemos perdoar ou tornar-nos ressentidos, amar ou odiar, estabelecer relacionamentos ou rompê-los. A primeira escolha leva-nos à liberdade constante, uma vida de sinceridade e opções. A segunda escolha, inevitavelmente, leva-nos a uma escravidão dentro de nós mesmos. A primeira resulta em crescimento espiritual, a segunda, em amargura.
Que possamos aprender que a melhor maneira de viver um casamento em liberdade é decidir antes ser uma pessoa que perdoa. A pressão diminui, porque não haverá necessidade de tomar essa decisão todas as vezes que alguém nos ofender e precisarmos nos livrar da decepção, da mágoa ou da própria ira, por que o perdão cura e liberta.
Pelo perdão, abrimos o caminho para Deus trazer à nossa alma, a cura e a restauração. Andar em perdão é andar em vitória. Andando em perdão, não há como o inimigo conseguir penetrar em nossa alma, ferir nosso relacionamento e macular a nossa família.
Fonte: Família, nosso Legado
------------------------