O delegado do 1º Distrito Policial de Rio Preto Júlio Cezar Simões Pesquero pediu à Justiça a quebra do sigilo bancário da Igreja Assembleia de Deus Ministério Rio Preto e de seis membros da entidade entre os meses de julho de 2008 a dezembro de 2009. O pedido consta do inquérito número 241/2009, que investiga suposto crime de falsidade ideológica cometido pelo atual presidente da igreja, pastor Wanderley Melo. Com a morte do pastor José Perozin em 2009, foi deflagrada uma disputa interna pelo comando da entidade em Rio Preto que incluiu falsificação de documentos e distribuição de presentes a aliados.
Além da igreja e Melo, o inquérito - que tramita sob sigilo na Justiça local - pede a quebra do sigilo das contas bancárias dos pastores Osório Guson, João Nilton de Melo, Devair Garutti, além da esposa do pastor morto, Claudete de Jesus Perozin, e do ex-gerente administrativo financeiro da entidade André Faustino Machado. O inquérito foi instaurado após suspeita de que declaração assinada pelo pastor morto passando a presidência da igreja a Melo ser considerada falsa. Duas perícias comprovaram que a assinatura de Perozin é falsa.
Pesquero decidiu pedir a quebra de sigilo bancário para apurar a denúncia de que Wanderley Melo estaria “esbanjando” dinheiro da igreja para tentar “comprar e agradar muitos para se manter no cargo” após a descoberta da farsa da assinatura. De acordo com a representação encaminhada à Justiça, o delegado disse que membros da entidade teriam recebido “brindes” e “presentes” caros. Melo assumiu o comando da igreja em janeiro de 2009, poucos dias após a morte de Perozin.
Na lista apresentada por Pesquero à Justiça consta que Wilson Luiz da Silva teria recebido um carro Corsa placas CQN - 4405 de Potirendaba; Osório Guson teria ganho um veículo modelo Honda Civic placas EFT - 5950, de Guapiaçu; João Newton de Melo, irmão do presidente da igreja e tesoureiro da entidade teria recebido um carro modelo Renault Mégane, placas MDQ - 9864 de Joinville (Santa Catarina); Devair Garutti teria ganho um carro Renault Sandero, placas ENJ - 6776, de Rio Preto e André Faustino teria recebido um Corsa, placas DIQ - 1253, de Rio Preto. Além disso, Claudete teria recebido uma “polpuda” pensão vitalícia da igreja para não se opor à presidência de Melo.
“Considerando a possibilidade da existência de várias outras contas correntes, nas diversas instituições financeiras fiscalizadas pelo Banco Central em nome de cada uma das pessoas apontadas, solicito à Vossa Excelência que interceda junto ao Banco Central para que seja realizado rastreamento para identificação de tais contas correntes, instando, cada instituição financeira a enviar extratos das referidas contas correntes no período compreendido entre os meses de julho de 2008 a dezembro de 2009”, consta em trecho do pedido assinado por Pesquero em 4 de fevereiro de 2011 que o Diário teve acesso com exclusividade.
Para o delegado, as suspeitas são graves e precisam ser apuradas à exaustão. O pedido será analisado pelo Ministério Público e, posteriormente, a Justiça irá decidir se decreta a quebra do sigilo das contas bancárias dos integrantes da igreja. Se for confirmado o crime de falsidade ideológica, os envolvidos podem ser condenados pela Justiça à reclusão de um a três anos.
Ferdinando Ramos
Quebra de sigilo foi pedida pelo delegado do 1º DP Júlio Pesquero
O outro lado
Único localizado pela reportagem para comentar o caso, o vice-presidente da igreja, pastor Osório Guson, disse que todos os membros da igreja compraram seus carros e, inclusive, pagam financiamento. “Não ganhei nada dele (Melo)”, disse. Guson acusou o pastor Aparecido Perozin, que disputa com Melo o comando da entidade, de “inventar” acusações envolvendo os membros da igreja. Guson afirmou que iria tentar entrar em contato com os outros envolvidos na investigação para falar com a reportagem ontem. Até o fechamento desta edição, os investigados não foram localizados para comentar o assunto.
Morte deflagrou guerra interna
Com a morte do pastor José Perozin, o pastor Wanderley Melo assumiu a direção da Igreja Assembleia de Deus Ministério Rio Preto após apresentar aos membros da entidade declaração supostamente assinada pelo pastor morto em 15 de julho de 2007. A disputa pelo comando da igreja, porém, levantou a suspeita que o documento era falso, conforme foi confirmado pelo exame grafotécnico realizado pelo Instituto de Criminalística (IC) de Rio Preto e pelo perito Jorge Paulete Varrell.
“A assinatura constante da declaração descrita não se identifica com aquelas constantes dos documentos enviados para padrões de confronto e, portanto, não proveio do punho de José Perozin”, consta no laudo 12.663/09 emitido pelo IC.
O inquérito policial número 241/09 foi instaurado para apurar suposto crime de falsidade ideológica. De acordo com o pedido apresentado à Justiça consta que “paralelamente ao velório do pastor José Perozin, grupo de pessoas teria se dirigido ao cartório de notas, onde reconheceu firma da declaração como sendo a do pastor morto, documento este, datado de 15 de julho de 2007, indicando como seu sucessor o pastor Wanderley Melo”, diz o inquérito do delegado Julio Pesquero.
O caso foi parar na Justiça. O irmão de João Perozin, Aparecido Perozin, disputa com Melo o comando da igreja que teria cerca de 30 mil fiéis distribuídos em aproximadamente 200 congregações dentro e fora do Estado de São Paulo abertas a partir do ministério da Assembleia de Deus em Rio Preto. A igreja teria hoje uma dívida de até R$ 800 mil, segundo inquérito. A igreja nega a dívida.
Fonte: Diário Web
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Além da igreja e Melo, o inquérito - que tramita sob sigilo na Justiça local - pede a quebra do sigilo das contas bancárias dos pastores Osório Guson, João Nilton de Melo, Devair Garutti, além da esposa do pastor morto, Claudete de Jesus Perozin, e do ex-gerente administrativo financeiro da entidade André Faustino Machado. O inquérito foi instaurado após suspeita de que declaração assinada pelo pastor morto passando a presidência da igreja a Melo ser considerada falsa. Duas perícias comprovaram que a assinatura de Perozin é falsa.
Pesquero decidiu pedir a quebra de sigilo bancário para apurar a denúncia de que Wanderley Melo estaria “esbanjando” dinheiro da igreja para tentar “comprar e agradar muitos para se manter no cargo” após a descoberta da farsa da assinatura. De acordo com a representação encaminhada à Justiça, o delegado disse que membros da entidade teriam recebido “brindes” e “presentes” caros. Melo assumiu o comando da igreja em janeiro de 2009, poucos dias após a morte de Perozin.
Na lista apresentada por Pesquero à Justiça consta que Wilson Luiz da Silva teria recebido um carro Corsa placas CQN - 4405 de Potirendaba; Osório Guson teria ganho um veículo modelo Honda Civic placas EFT - 5950, de Guapiaçu; João Newton de Melo, irmão do presidente da igreja e tesoureiro da entidade teria recebido um carro modelo Renault Mégane, placas MDQ - 9864 de Joinville (Santa Catarina); Devair Garutti teria ganho um carro Renault Sandero, placas ENJ - 6776, de Rio Preto e André Faustino teria recebido um Corsa, placas DIQ - 1253, de Rio Preto. Além disso, Claudete teria recebido uma “polpuda” pensão vitalícia da igreja para não se opor à presidência de Melo.
“Considerando a possibilidade da existência de várias outras contas correntes, nas diversas instituições financeiras fiscalizadas pelo Banco Central em nome de cada uma das pessoas apontadas, solicito à Vossa Excelência que interceda junto ao Banco Central para que seja realizado rastreamento para identificação de tais contas correntes, instando, cada instituição financeira a enviar extratos das referidas contas correntes no período compreendido entre os meses de julho de 2008 a dezembro de 2009”, consta em trecho do pedido assinado por Pesquero em 4 de fevereiro de 2011 que o Diário teve acesso com exclusividade.
Para o delegado, as suspeitas são graves e precisam ser apuradas à exaustão. O pedido será analisado pelo Ministério Público e, posteriormente, a Justiça irá decidir se decreta a quebra do sigilo das contas bancárias dos integrantes da igreja. Se for confirmado o crime de falsidade ideológica, os envolvidos podem ser condenados pela Justiça à reclusão de um a três anos.
Ferdinando Ramos
Quebra de sigilo foi pedida pelo delegado do 1º DP Júlio Pesquero
O outro lado
Único localizado pela reportagem para comentar o caso, o vice-presidente da igreja, pastor Osório Guson, disse que todos os membros da igreja compraram seus carros e, inclusive, pagam financiamento. “Não ganhei nada dele (Melo)”, disse. Guson acusou o pastor Aparecido Perozin, que disputa com Melo o comando da entidade, de “inventar” acusações envolvendo os membros da igreja. Guson afirmou que iria tentar entrar em contato com os outros envolvidos na investigação para falar com a reportagem ontem. Até o fechamento desta edição, os investigados não foram localizados para comentar o assunto.
Morte deflagrou guerra interna
Com a morte do pastor José Perozin, o pastor Wanderley Melo assumiu a direção da Igreja Assembleia de Deus Ministério Rio Preto após apresentar aos membros da entidade declaração supostamente assinada pelo pastor morto em 15 de julho de 2007. A disputa pelo comando da igreja, porém, levantou a suspeita que o documento era falso, conforme foi confirmado pelo exame grafotécnico realizado pelo Instituto de Criminalística (IC) de Rio Preto e pelo perito Jorge Paulete Varrell.
“A assinatura constante da declaração descrita não se identifica com aquelas constantes dos documentos enviados para padrões de confronto e, portanto, não proveio do punho de José Perozin”, consta no laudo 12.663/09 emitido pelo IC.
O inquérito policial número 241/09 foi instaurado para apurar suposto crime de falsidade ideológica. De acordo com o pedido apresentado à Justiça consta que “paralelamente ao velório do pastor José Perozin, grupo de pessoas teria se dirigido ao cartório de notas, onde reconheceu firma da declaração como sendo a do pastor morto, documento este, datado de 15 de julho de 2007, indicando como seu sucessor o pastor Wanderley Melo”, diz o inquérito do delegado Julio Pesquero.
O caso foi parar na Justiça. O irmão de João Perozin, Aparecido Perozin, disputa com Melo o comando da igreja que teria cerca de 30 mil fiéis distribuídos em aproximadamente 200 congregações dentro e fora do Estado de São Paulo abertas a partir do ministério da Assembleia de Deus em Rio Preto. A igreja teria hoje uma dívida de até R$ 800 mil, segundo inquérito. A igreja nega a dívida.
Fonte: Diário Web
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