sábado, 10 de dezembro de 2011

Morte, não te orgulhes

Morte, não te orgulhes,
embora alguns te tenham chamado
De poderosa e espantosa,
pois não és tal;
Pois aqueles que
pensas teres vencido,
Não morrem, pobre morte;
e nem podes matar-me.
Do descanso e do sono,
que são apenas tuas figuras,
Vem muito prazer;
então de ti muito mais deve vir;
E logo nossos melhores homens
contigo se vão
Mas isso é repouso para seus ossos,
e livramento da alma!
És escrava da sorte, da chance,
de reis e homens desesperados,
E habitas com o veneno,
a guerra e a enfermidade;
Papoula e encantamentos
podem fazer-nos dormir também,
E são melhores que teu golpe.
Por que te inchas, pois?
Passado um breve sono,
e despertamos eternamente,
E a morte já não existirá:
morte, tu morrerás!


Autor: John Donne
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