Estará sempre o homem
longe da hora de Deus?
O Céu dispensa calendários
e ponteiros, a colher o infinito.
O homem se perde a cada instante
na imensidão do tempo.
A hora do homem se cansa
entre luzes e noites.
A hora de Deus flutua,
intocada, acima de todas as galáxias.
Se acaso me aflijo ou me aproximo
dos impérios da morte,
Deus acaricia o tremor do meu rosto
com a mais doce palavra.
Assim, me ergue e me restaura.
Canções de vida me visitam.
A hora de Deus não conhece
as amarras do tempo:
traz firmíssimo fulgor
a quantos se estendem
em seus ombros eternos.
A hora do homem: instável e escura.
Sempre e sempre um perigo.
Ensina-me, ó Deus, a acertar
os rumos de meus passos
pelo esplendor de Tua hora.
Autor: Joanyr de Oliveira
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