A ordenação de mulheres para o ministério pastoral está em destaque em algumas denominações e timidamente entre os batistas. A consagração de mulheres para o ministério pastoral não encontra o devido respaldo bíblico. Muitas pessoas estão confusas quanto ao que crer acerca do assunto. Já que não sou favorável à ordenação de mulheres devo explicar sincera e cuidadosamente esta minha posição e procedimento.
O preâmbulo dos meus comentários põe em destaque dois aspectos. Primeiramente, exponho aqui uma convicção pessoal, e não deve ser entendida como uma crítica severa sobre o que outros crêem e praticam. Como tantos outros, eu creio na autonomia da igreja local. Sendo uma assembléia, rege-se por leis que não foram criadas por ela. Jesus Cristo, seu fundador é o legislador. Assim, as igrejas fiéis têm a Bíblia e, com especialidade, o Novo Testamento como regra de fé e prática. É em obediência aos ensinos da Bíblia que as igrejas devem exercer sua autonomia não indiferentes e aleatoriamente. Em segundo lugar, devo dizer que tenho a mais alta consideração pela posição das mulheres no serviço de Deus, tanto agora como através da história. No Antigo Testamento, Débora foi uma profetiza e juíza, só para dar um exemplo bastante. Dois livros no Antigo Testamento distinguem duas mulheres no cenário histórico do povo de Israel - Rute e Ester.
No cenário do Novo Testamento constatamos o privilégio das mulheres de receberem o anúncio tanto do nascimento quanto da ressurreição de Jesus em primeira mão. (Luc. 1: 26 - 31; 24: 1 - 10). Desde o seu ministério na Galiléia mulheres devotas seguiram nosso Senhor e finalmente o sustentaram (Marc. 15: 41; Luc. 8: 2 - 3). É importante notar que essas mulheres permaneceram fiéis a Cristo mesmo quando os apóstolos o abandonaram na sua crucificação (Jo. 12: 25).
Nas igrejas primitivas houve muitas mulheres fiéis, algumas das quais foram até mesmo presas por amor à causa de Cristo. (At. 22: 4). Lídia, uma mulher de negócio, desempenhou o maior papel na fundação da igreja em Filipos (At. 16: 14 - 15). Na casa do diácono Filipe, havia quatro filhas que eram profetizas (At. 21: 8 - 9).
Priscila e Áquila eram um casal - marido e mulher. Eles auxiliaram o jovem e entusiasta pregador, ensinando e instruindo Apolo em como melhor servir a Cristo (At. 18: 24 - 26).
Por que então eu não aceito a ordenação de mulheres para o exercício do ministério pastoral? A resposta é simples: é porque, no Novo Testamento este ofício só foi desempenhado por homem. Jesus só escolheu homens para o apostolado, cujos nomes estão registrados nas Sagradas Escrituras do Novo Testamento.
No livro de Atos dos Apóstolos na substituição de Judas, que era contado entre os doze, o apóstolo Pedro declarou que devia ser escolhido dentre eles "homens” que conviveram com Jesus desde o batismo de João até a sua ascensão (At. 1: 20 - 22). A palavra usada para "homens" neste texto é varões α̉νδρών no original grego; uma palavra que designa somente o lado masculino do ser humano.
É de bom alvitre recordar que é a mesma palavra grega, traduzida por varão que sempre serve para designar o elemento masculino do ser humano e não uma palavra com significação genérica: άνθρωπός - homem que envolve tanto o lado masculino como o feminino do ser humano. Por exemplo: o homem pecou, mas Cristo veio ao mundo para salvar o homem, isto é, o ser humano - masculino e feminino. Aqui o sentido é genérico.
É fácil de entender que pela revelação divina, o Espírito Santo não deixou uma abertura para opção na ordenação de homem ou de mulher. O elemento masculino foi sempre o escolhido para a função do ministério pastoral. E isto vigorou como princípio no governo das igrejas primitivas, desde o tempo de Cristo até os dias mais recentes.
Haveria uma discriminação egoísta, pecaminosa e vergonhosa nesse procedimento? Não, de modo nenhum, é uma questão da economia divina na revelação. Não há dúvida que no Novo Testamento as mulheres ocupavam a função de profetiza, de professora, prestaram serviço social, evangelizavam e edificavam o corpo de Cristo tão eficientemente como desempenhavam os homens e ainda são muito operosas neste campo, hodiernamente.
Somente homens foram chamados por Deus para servirem a Jesus nas igrejas como pastores, bispos e presbíteros. Neste tipo de lugar de autoridade só homens foram designados para desempenhar. Eu só constato o fato, mas não sei o porquê. Deus é soberano e isto nos basta. E tudo o que Deus faz é perfeito e redunda para o nosso bem, e neste caso o bem-estar das suas igrejas também. Por causa disso a Palavra de Deus não deprecia o elemento feminino.
No Novo Testamento não há qualquer diferença entre o homem e a mulher no campo da salvação e na obra redentora. Cristo dignificou a mulher, pois Deus não faz acepção de pessoas. Mesmo considerando isso, só homens foram vocacionados e exerceram o ministério pastoral.
A ordenação para o ministério pastoral é o reconhecimento público da responsabilidade de cuidar da obra de Deus nas igrejas, especialmente.
Nos dias do Antigo Testamento havia muitas nações vizinhas de Israel com sacerdotisas, e nem assim, esta posição de serviço religioso foi praticada em Israel por mulher. Nenhuma mulher do povo de Deus levantou sua voz para reivindicar a posição de sacerdotisa; ou que líder religioso reclamou isto para o elemento feminino quer por questão cultural, quer por elegante imitação aos povos mais avançados na época? Aí é bom lembrar que os pagãos engendravam suas próprias normas de vida religiosa, pois seus deuses eram inertes, mudos e surdos, ao passo que Israel pautava sua prática religiosa em obediência à revelação procedente do Deus verdadeiro. No tempo do Novo Testamento havia necessidade de obreiros pastores, havendo mesmo a exortação da parte de Jesus, para que fizessem disso motivo de oração, para que o Senhor enviasse obreiros para a sua ceara. E não ocorre o nome de mulher mesmo daquelas que serviram no sustento do ministério de Jesus, nem alguém como Lídia e Dorcas aparecem no ministério pastoral.
Devemos ser sempre gratos a Deus pelo devotado serviço de mulheres na Escritura, através da história e no presente. Devemos continuar respeitando e honrando as mulheres no desempenho do dom que Deus lhes tem dado. Não será prudente, contudo, desenvolvermos a idéia da ordenação da mulher para o ministério pastoral, porque isso não expressa fielmente o ensino da Escritura. Mesmo numa interpretação inferencial dos fatos não encontramos lugar para o procedimento da ordenação de mulher para o ministério pastoral, pelo contrário.
Alguns levantam uma questão de valor sentimental, quando a preferência é ser fiel ao ensino ao ensino da Palavra. Dizem eles da hipótese de uma missionária nos lugares mais afastados, onde não há pastores por perto; elas podem fazer tudo, para conseguir a conversão de várias pessoas, mas não podem ministrar-lhes as ordenanças. Julgam que isto é uma injustiça para com essas servas do Senhor e que é até hipocrisia dos que conduzem a denominação, na sua interpretação deste assunto.
Pensando bem, uma mulher bem sintonizada com o ensino bíblico nunca se sentiria vocacionada para o ministério pastoral. Então cabe à missionária nas circunstâncias aventadas acima, doutrinar os novos crentes dizendo-lhes que o batismo não salva; o crente é salvo sem batismo, e que se morrer antes de cumprir esta ordenança do Senhor, estará com ele no céu de luz, como aconteceu com o ladrão que Cristo perdoou na cruz. Assim ajudará os novos crentes a terem paciência ao mesmo tempo que comunicará o fato aos líderes da sua junta missionária, para enviar ao campo, de tempos em tempos, um pastor para efetuar batismo e celebrar a ceia do Senhor. O princípio da fidelidade nunca deve ser atropelado por nada. É um axioma da nossa fé. Vale a pena mantê-lo assim como está na Palavra, sem tirar e nem pôr coisa alguma.
Cabe, aos líderes postos nas igrejas, orientá-las com amor e sabedoria. Sabendo que a autonomia da igreja está sujeita à regra de fé e prática já no bojo da Palavra da Verdade. O que resta mesmo a cada igreja e a cada líder é ser fiel na obediência ao ensino de Jesus. Esta fidelidade é até a morte; sempre firmes sabendo que tal atitude não é vã no Senhor. A recompensa não há de faltar aos fiéis.
Fonte: Pr. José Alves da Silva Bittencourt no Jornal - O Batista Mineiro 1o trimestre de 2006, página 27.
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O preâmbulo dos meus comentários põe em destaque dois aspectos. Primeiramente, exponho aqui uma convicção pessoal, e não deve ser entendida como uma crítica severa sobre o que outros crêem e praticam. Como tantos outros, eu creio na autonomia da igreja local. Sendo uma assembléia, rege-se por leis que não foram criadas por ela. Jesus Cristo, seu fundador é o legislador. Assim, as igrejas fiéis têm a Bíblia e, com especialidade, o Novo Testamento como regra de fé e prática. É em obediência aos ensinos da Bíblia que as igrejas devem exercer sua autonomia não indiferentes e aleatoriamente. Em segundo lugar, devo dizer que tenho a mais alta consideração pela posição das mulheres no serviço de Deus, tanto agora como através da história. No Antigo Testamento, Débora foi uma profetiza e juíza, só para dar um exemplo bastante. Dois livros no Antigo Testamento distinguem duas mulheres no cenário histórico do povo de Israel - Rute e Ester.
No cenário do Novo Testamento constatamos o privilégio das mulheres de receberem o anúncio tanto do nascimento quanto da ressurreição de Jesus em primeira mão. (Luc. 1: 26 - 31; 24: 1 - 10). Desde o seu ministério na Galiléia mulheres devotas seguiram nosso Senhor e finalmente o sustentaram (Marc. 15: 41; Luc. 8: 2 - 3). É importante notar que essas mulheres permaneceram fiéis a Cristo mesmo quando os apóstolos o abandonaram na sua crucificação (Jo. 12: 25).
Nas igrejas primitivas houve muitas mulheres fiéis, algumas das quais foram até mesmo presas por amor à causa de Cristo. (At. 22: 4). Lídia, uma mulher de negócio, desempenhou o maior papel na fundação da igreja em Filipos (At. 16: 14 - 15). Na casa do diácono Filipe, havia quatro filhas que eram profetizas (At. 21: 8 - 9).
Priscila e Áquila eram um casal - marido e mulher. Eles auxiliaram o jovem e entusiasta pregador, ensinando e instruindo Apolo em como melhor servir a Cristo (At. 18: 24 - 26).
Por que então eu não aceito a ordenação de mulheres para o exercício do ministério pastoral? A resposta é simples: é porque, no Novo Testamento este ofício só foi desempenhado por homem. Jesus só escolheu homens para o apostolado, cujos nomes estão registrados nas Sagradas Escrituras do Novo Testamento.
No livro de Atos dos Apóstolos na substituição de Judas, que era contado entre os doze, o apóstolo Pedro declarou que devia ser escolhido dentre eles "homens” que conviveram com Jesus desde o batismo de João até a sua ascensão (At. 1: 20 - 22). A palavra usada para "homens" neste texto é varões α̉νδρών no original grego; uma palavra que designa somente o lado masculino do ser humano.
É de bom alvitre recordar que é a mesma palavra grega, traduzida por varão que sempre serve para designar o elemento masculino do ser humano e não uma palavra com significação genérica: άνθρωπός - homem que envolve tanto o lado masculino como o feminino do ser humano. Por exemplo: o homem pecou, mas Cristo veio ao mundo para salvar o homem, isto é, o ser humano - masculino e feminino. Aqui o sentido é genérico.
É fácil de entender que pela revelação divina, o Espírito Santo não deixou uma abertura para opção na ordenação de homem ou de mulher. O elemento masculino foi sempre o escolhido para a função do ministério pastoral. E isto vigorou como princípio no governo das igrejas primitivas, desde o tempo de Cristo até os dias mais recentes.
Haveria uma discriminação egoísta, pecaminosa e vergonhosa nesse procedimento? Não, de modo nenhum, é uma questão da economia divina na revelação. Não há dúvida que no Novo Testamento as mulheres ocupavam a função de profetiza, de professora, prestaram serviço social, evangelizavam e edificavam o corpo de Cristo tão eficientemente como desempenhavam os homens e ainda são muito operosas neste campo, hodiernamente.
Somente homens foram chamados por Deus para servirem a Jesus nas igrejas como pastores, bispos e presbíteros. Neste tipo de lugar de autoridade só homens foram designados para desempenhar. Eu só constato o fato, mas não sei o porquê. Deus é soberano e isto nos basta. E tudo o que Deus faz é perfeito e redunda para o nosso bem, e neste caso o bem-estar das suas igrejas também. Por causa disso a Palavra de Deus não deprecia o elemento feminino.
No Novo Testamento não há qualquer diferença entre o homem e a mulher no campo da salvação e na obra redentora. Cristo dignificou a mulher, pois Deus não faz acepção de pessoas. Mesmo considerando isso, só homens foram vocacionados e exerceram o ministério pastoral.
A ordenação para o ministério pastoral é o reconhecimento público da responsabilidade de cuidar da obra de Deus nas igrejas, especialmente.
Nos dias do Antigo Testamento havia muitas nações vizinhas de Israel com sacerdotisas, e nem assim, esta posição de serviço religioso foi praticada em Israel por mulher. Nenhuma mulher do povo de Deus levantou sua voz para reivindicar a posição de sacerdotisa; ou que líder religioso reclamou isto para o elemento feminino quer por questão cultural, quer por elegante imitação aos povos mais avançados na época? Aí é bom lembrar que os pagãos engendravam suas próprias normas de vida religiosa, pois seus deuses eram inertes, mudos e surdos, ao passo que Israel pautava sua prática religiosa em obediência à revelação procedente do Deus verdadeiro. No tempo do Novo Testamento havia necessidade de obreiros pastores, havendo mesmo a exortação da parte de Jesus, para que fizessem disso motivo de oração, para que o Senhor enviasse obreiros para a sua ceara. E não ocorre o nome de mulher mesmo daquelas que serviram no sustento do ministério de Jesus, nem alguém como Lídia e Dorcas aparecem no ministério pastoral.
Devemos ser sempre gratos a Deus pelo devotado serviço de mulheres na Escritura, através da história e no presente. Devemos continuar respeitando e honrando as mulheres no desempenho do dom que Deus lhes tem dado. Não será prudente, contudo, desenvolvermos a idéia da ordenação da mulher para o ministério pastoral, porque isso não expressa fielmente o ensino da Escritura. Mesmo numa interpretação inferencial dos fatos não encontramos lugar para o procedimento da ordenação de mulher para o ministério pastoral, pelo contrário.
Alguns levantam uma questão de valor sentimental, quando a preferência é ser fiel ao ensino ao ensino da Palavra. Dizem eles da hipótese de uma missionária nos lugares mais afastados, onde não há pastores por perto; elas podem fazer tudo, para conseguir a conversão de várias pessoas, mas não podem ministrar-lhes as ordenanças. Julgam que isto é uma injustiça para com essas servas do Senhor e que é até hipocrisia dos que conduzem a denominação, na sua interpretação deste assunto.
Pensando bem, uma mulher bem sintonizada com o ensino bíblico nunca se sentiria vocacionada para o ministério pastoral. Então cabe à missionária nas circunstâncias aventadas acima, doutrinar os novos crentes dizendo-lhes que o batismo não salva; o crente é salvo sem batismo, e que se morrer antes de cumprir esta ordenança do Senhor, estará com ele no céu de luz, como aconteceu com o ladrão que Cristo perdoou na cruz. Assim ajudará os novos crentes a terem paciência ao mesmo tempo que comunicará o fato aos líderes da sua junta missionária, para enviar ao campo, de tempos em tempos, um pastor para efetuar batismo e celebrar a ceia do Senhor. O princípio da fidelidade nunca deve ser atropelado por nada. É um axioma da nossa fé. Vale a pena mantê-lo assim como está na Palavra, sem tirar e nem pôr coisa alguma.
Cabe, aos líderes postos nas igrejas, orientá-las com amor e sabedoria. Sabendo que a autonomia da igreja está sujeita à regra de fé e prática já no bojo da Palavra da Verdade. O que resta mesmo a cada igreja e a cada líder é ser fiel na obediência ao ensino de Jesus. Esta fidelidade é até a morte; sempre firmes sabendo que tal atitude não é vã no Senhor. A recompensa não há de faltar aos fiéis.
Fonte: Pr. José Alves da Silva Bittencourt no Jornal - O Batista Mineiro 1o trimestre de 2006, página 27.
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