
Os pastores estressados reguladores, estão sempre precisando de folga ou de prorrogação de férias. Isso é sinal de que algo não vai bem no campo da saúde mental do ministro. Nessa hora é necessário sair do pedestal do orgulho de querer ser exemplo perfeito para a igreja, e procurar ajuda profissional.
Muitas igrejas sofrem com as doenças mentais não admitidas de seus pastores. Eu não sou muito certo da cabeça e todo mundo sabe disso, mas também não sou pastor nem tento mostrar uma estabilidade e infalibilidade que não tenho. Quem nos sustenta é Cristo, e não nossa posição ministerial, devemos reconhecer isso humildemente e não nos arvorar no orgulho de não mostrar fragilidade.
Há pastores que dominam suas igrejas, fazem delas seu próprio curral eclesiástico, como uma tentativa de criar, às custas da igreja, a perfeição que idealizam para si. Igrejas onde os pastores agem dessa maneira, não há consenso entre ministros, salvo quando são da própria família, e olhe lá. Geralmente tais ministros controladores tem facilidade para rotular outros irmãos como ameaça à igreja, quando a ameaça está em seu próprio interior.
Conheci um pastor que vez por outra mandava vigiar e regular um irmão ou outro. Ficava sem graça sem saber o que fazer, afinal era o pastor... Mas esses pastores orgulhosos, assim como não assumem suas fraquezas, também não assumem as ordens conflituosas que dão. Geralmente o problema fica na mão dos outros enquanto ele se esquiva procurando se fazer de vítima e conciliador perante a igreja, após o estrago que ele mesmo provocou. Acredite, é melhor abandonar este tipo de ministro mandão, mas nunca abandonar a Cristo.
Mas isso não é incurável. Pastores humildes são bênção para a igreja. Com pastores humildes todos se realizam nos ministérios, a igreja sente-se feliz, ninguém é rotulado de ameaça, e a obra de Deus anda realmente. Igrejas com pastores humildes crescem em excelência, pois seu modelo é Cristo e não "sumidades teológicas".
Para os aparentemente orgulhosos pela saúde mental comprometida existe a ajuda de profissionais que podem ajudá-lo, se for capaz de admitir que precisa de ajuda. Porém, se não é capaz de admitir sua necessidade de ajuda por ter uma personalidade realmente orgulhosa, a igreja sofre sob seu domínio castrador, e ainda sofre por se sentir culpada de fazer seu pastor "sofrer tanto".
Invariavelmente isso vai levar a uma série de licenças e férias esticadas que nunca resolvem o estresse pastoral e que continuam alimentando uma situação parasitária, que não permite que a igreja cresça com autonomia e realização de todas as suas potencialidades, pois sempre estará limitada por uma ética e democracia que não existe.
Fonte: Marco Teles em A Bíblia e você
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