sábado, 5 de março de 2011

Ratos de Igreja

A Bíblia diz que o bispo (pastor) deve ser irrepreensível. (1 Timóteo 3:1) Quero destacar aqui uma das exigências de Deus para o líder (à maneira de Cristo) ser irrepreensível: "Não averento." (1 Timóteo 3:3)

Posso pensar? Não sou contra o pastor receber um salário da igreja. Trata-se de uma provisão amorosa cuidar dele, de sua esposa e de seus filhos. (2 Coríntios 11:8) Todavia, lamento haver pastores em nosso meio que só pensam em dinheiro. Sei de igrejas que cortaram sustento a missionários porque o pastor precisou ser reajustado. Numa dessas igrejas, o salário do pastor era de 25.000 Reais, enquanto que até hoje seminaristas em dificuldades para pagar seu curso de teologia aguardam por uma prometida ajuda, e missionários deixaram de receber seu salário devido ao orçamento da igreja estar comprometido com os honorários pastorais.

Sei também daqueles que mais falam sobre dízimos do que de Jesus Cristo. Mais interessante é a forma como enganam súditos, prometendo-lhes riquezas da parte de Deus em troca do dízimo, de ofertas, de ofertas especiais, e de muito, mas muito mais especiais ainda.

Ouvem-se em programas de rádio e televisão pastores oferecendo bênçãos divinas em troca de dinheiro. "O sangue da igreja de Cristo é o dinheiro dos fiéis", "Ou dá ou desce!", "Quanto mais para Deus, mais para você!" já me fizeram perder momentos de sono. Ratos malditos! E são criativos também! Usam sua inteligência para roubar o povo, vendendo água do Rio Jordão, pedras do Monte Sinai, sal, rosas-de-Sarom. Roubam sem que as pessoas percebam.

Tive o desprazer de conviver um pouco com um suposto pastor que vendia seus cursos de teologia. Para isso, ele contratava pessoas não-cristãs. Estas montavam suas equipes de telemarketing para vender esses produtos. A maioria dos compradores não recebia os produtos. Quando questionei o pastor e presidente desse "ministério", ele me respondeu: "O importante é que o dinheiro está entrando. O envio desses produtos não é problema meu."

Soube de um famosão, que ao receber uma oferta de 200,00 Reais, após sua pregação, exclamou: "Só isso! Se eu soubesse que seria pouco não teria vindo." Posso falar só mais um? Outro pastor de São Paulo foi convidado a ir a Santos pregar. Ele disse: "Eu não desço a serra de Santos por menos de 700 Reais." Isso que eu chamo de "serrar o povo". Diante disso, o povo de Deus, explorado, sofre nas garras desses ratos esfomeados. Isso me deixa triste. Tantos missionários poderiam ser ajudados com milhões de Reais se estes não fosem mal direcionados!

Louvo a Deus que ainda há pastores sérios que usam até dos seus recursos para investir em pessoas comprometidas com o evangelismo e com missões. Lembro-me de um que doou 30% de seu salário para um jovem que passava dificuldades, de outro que pagou o curso de teologia de um missionário, e sei de tantos outros que olham para o dinheiro com visão de Reino de Deus. De fato, acumulam para si riquezas nos céus, não em suas contas bancárias.

Como é sinal dos tempos (2 Timóteo 3:2), não há armadilha que os detenha. Roubarão pela fé, usando de má fé, abusando da boa fé. Mas terão o seu dim dim na volta de Cristo.


Autor: Fernando Galli no Instituto Apologético Cristo Salva
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