No evangelho segundo Marcos 10: 46-52 vemos uma maravilhosa cura de um homem cego, e como se não bastasse, mendigo – alternativa cruel para os que não podiam enxergar. Na minha cidade natal há uma campanha forte para auxílio aos deficientes visuais e o slogan é: “Em Juiz de fora, cego não pede esmola!”, não havia, entretanto, nenhum auxílio para os cegos na época de Jesus; todas as manhãs Bartimeu, o cego, saía de casa ou do lugar onde se abrigava à noite com um objetivo: conseguir uma boa esmola, sabe por que afirmo isso? E aí vai uma lição, nós conseguimos nos acostumar com nossas deficiências, ao passar do tempo elas deixam de ser problemas para nós.Quando Bartimeu ficou cego, ele tinha uma esperança, um desejo de voltar a enxergar, mas com o tempo, com a adaptação o desejo e a esperança vão indo embora e o problema pode não ser mais encarado como um problema, é assim que acontece com a gente.
Lembro-me de quando minha avó começou a perder a visão, toda a família se envolveu em sua tristeza, ela estava estudando e teve que parar, tentava fazer as coisas em casa e constantemente quebrava um prato, um copo; isso era deprimente, nunca um barulho doeu tanto em meus ouvidos e em meu coração como os dos pratos e copos quebrados, mas o tempo tratou de fazer com que nos acostumemos com essa dura realidade, graças a Deus hoje ela conseguiu recuperar uma das vistas.
O problema de se acostumar com a deficiência, e principalmente a espiritual, é o de não tentar mais mudar o quadro. Deixar de orar, deixar de ler a bíblia, deixar de ir à igreja, deixar de amar..., todas estas coisas são deficiências que podem ser tratadas com normalidade, a pessoa está morrendo espiritualmente, mas não consegue visualizar suas deficiências, porque se acostumou com aquele estilo de vida.
Então lá estava o nosso cego Bartimeu, assentado à beira do caminho, marginalizado, acostumado com a sua vidinha, esperando alguém para lhe dar uma boa esmola, e com certeza isso já alegraria seu dia, ele nem ia lembrar que era cego, mas quando ele ouviu “JESUS”, a sua esperança reacende e então clama e Jesus faz então a grande pergunta “o que queres que eu te faça?”, a resposta poderia ser “me dê uma boa esmola”, entretanto, Bartimeu era um cego visionário, ele soube pedir.
A palavra de Deus nos diz em Tiago 4:3 “pedis e não recebeis, por que pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.”. Todos os dias em muitas igrejas Jesus está fazendo a mesma pergunta feita à Bartimeu, “o que queres que eu te faça”, e Ele tem ouvido: Eu quero um carro novo, eu quero uma casa nova, eu quero ganhar mais. Não há nada de errado em pedir isso, mas quando se é cego o que precisamos é enxergar, será que se Bartimeu tivesse pedido um carro 0 km e um casa mobiliada Jesus o teria dado, com certeza não.
Tem pessoas que embora Cristo esteja passando em suas vidas estão saindo com as mãos vazias. Deus é o nosso pai e mesmo pedindo pedra Ele não nos dará, Mateus 7: 9-11. Deus nos abençoará de acordo com sua lista de prioridades, pois Ele sabe o que nós de fato precisamos, têm muitos crentes que não tem nem certeza da salvação, mas querem bênçãos materiais.
A bíblia diz em Provérbios 20: 21 “A posse antecipada de uma herança no fim não será abençoada”, a bênção pode se tornar maldição. Deus fez o povo andar quarenta anos no deserto, pois ainda não era hora deles herdarem a promessa, não havia maturidade naqueles homens, eles precisavam aprender a confiar em Deus e o deserto foi a escola.
Talvez você esteja a anos clamando a Deus por uma bênção, e quem sabe ainda não é o momento de recebê-la, você talvez esteja num deserto aprendendo algo, Deus não vai te dar pedra pra comer, ore a Deus e peça o que de fato é essencial, enxergar.
Talvez você não consiga ver, mas Deus tem muitas bênçãos pra você. Peça a Deus pra encher você com o Espírito Santo, pois Ele é quem nos guia em nossos pedidos a Deus e assim como Jesus respondeu ao clamor do cego ele responderá o nosso clamor, quando dirigido pelo Espírito Santo.
Fonte: Pastor Max Rodrigues no Portal Vida Nova
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