A homenagem foi proposta pelo vereador Carlos Cezar da Silva (PSC), que é pastor da Igreja Quadrangular, justificando que a entrega do título é motivo de ‘honra para a cidade’. A reportagem tentou ouvir o apóstolo, mas sua assessoria informou que desde que saiu da prisão não tem concedido entrevistas. A iniciativa não agradou parte dos vereadores. Na Câmara tramita proposta que modifica os critérios de concessão de títulos de cidadania.
De acordo com o Regimento Interno da Casa, cada parlamentar tem direito a apresentar oito projetos por ano referente à concessão de título de cidadão. O artigo 1.º da resolução 241, de 1995, destaca que a Câmara Municipal poderá conceder o título de “Cidadão Sorocabano” a ser concedido a todas as pessoas de ambos os sexos, que distinguirem pela sua atuação nos diversos campos do saber ou das atividades humanas e que, de qualquer maneira, estejam ligadas à cidade.
Questionado quais os motivos que o levaram a conceder o título ao apóstolo da Renascer, Carlos Cezar argumentou que tal homenagem se deve ao fato de “tudo o que fez por Sorocaba”. “Ele foi o idealizador da Marcha para Jesus no Brasil. A Igreja Renascer tem mais de 20 anos e, em Sorocaba, desenvolve trabalho social, mantendo a Casa Lar Abrigo. Só existe graças ao apóstolo Estevam. São pessoas de Deus”, disse. Sobre as acusações e ao fato de ter sido preso nos EUA, o vereador limitou-se: “nós não podemos julgar as pessoas. Quem julga é a Justiça”.
Na Câmara, parte dos vereadores se manifestou contra a concessão da honraria. Entre eles a bancada do PT. O líder do partido, Francisco França, divulgou nota afirmando que apesar de o projeto ter sido aprovado em 2006, antes dos fatos envolvendo o apóstolo, o título não deveria ser conferido. “Sorocaba, principalmente agora, que está enfrentando uma série de fatos que denigrem sua imagem, precisa agregar como filhos e filhas, pessoas honradas, honestas que buscam enaltecer seu nome com realizações significativas e atitudes dignas”, ressaltou o petista.
Dinheiro escondido
Os fundadores da Renascer vivem hoje nos Estados Unidos e fazem cultos via satélite. Em janeiro de 2007, Sônia e Estevam entraram nos EUA alegando que não portavam mais do que US$ 10 mil em moeda americana. Mas, na bagagem da família, durante uma revista, foram encontrados US$ 56.467 dólares. Parte do dinheiro estava escondida na capa de uma bíblia e num porta CDs. Condenados por conspiração e contrabando de dinheiro, eles cumpriram 140 dias de prisão em regime fechado, seguida de cinco meses de prisão domiciliar.
Fonte: Cruzeiro do Sul / Gospel+Via: Notícias Cristãs