Um "militante ateu" que deixou imagens explícitas satirizando figuras religiosas em uma sala de orações no aeroporto John Lennon, em Liverpool, foi sentenciado a seis meses de prisão, que serão cumpridos em regime de liberdade condicional.
Harry Taylor, de 59 anos, deixou imagens de figuras religiosas em posições sexuais em três ocasiões durante o ano de 2008. Entre os cartazes que ele deixou estava uma imagem de Jesus Cristo sorrindo, crucificado e, ao lado, uma propaganda de uma cola que dispensa o uso de pregos.
Em outro cartaz, uma imagem mostrava militantes suicidas parados nas portas do paraíso onde outra pessoa fala: "Parem, parem, acabaram as virgens".
Taylor disse durante o julgamento que sofreu abuso sexual de um padre católico quando era jovem. Ele acrescentou que não guarda ressentimentos contra membros de religiões, apenas estava tentando converter as pessoas ao ateísmo.
Mas a corte determinou em março que Taylor é culpado de assédio com agravante religioso e, nesta sexta-feira, ele foi sentenciado.
Além da liberdade de expressão
De acordo com o promotor do caso, Neville Biddle, alguns dos desenhos e cartazes de Taylor iam muito além da liberdade de expressão.
Uma das imagens mostrava um porco excretando salsichas, o que é um insulto ao islamismo, e outros cartazes relacionavam muçulmanos a ataques em aeroportos.
Taylor já tinha sido condenado por acusações semelhantes em 2006.
"Você não apenas não mostrou arrependimento pelo que fez, mas ainda continua afirmando que não fez nada errado e acrescenta que, quando você quiser, vai fazer a mesma coisa no futuro", afirmou o juiz Charles James ao sentenciar Taylor.
Além da sentença de seis meses de prisão, cumpridos em regime de liberdade condicional, Taylor também recebeu uma Ordem de Comportamento Antissocial (Asbo, na sigla em inglês) que deve durar cinco anos e que o proíbe de levar material ofensivo a religiões a um local público.
O britânico também foi condenado a trabalhar por cem horas sem pagamento e também pagar as 250 libras (quase R$ 680) das despesas jurídicas.
F0nte: BBC Brasil
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