sábado, 24 de abril de 2010

Polícia investiga pastor que promete cura sexual

O pastor evangélico T.B.S., 56 anos, de uma igreja na região noroeste de Goiânia, foi indiciado pela Polícia Civil em Goiás por abusar sexualmente de pelo menos seis fiéis - todas do sexo feminino e duas delas, com 10 anos de idade. Segundo depoimento das vítimas, ele as abordava oferecendo aconselhamento sexual e curas para relacionamentos infelizes. Ele prestou depoimento na manhã de hoje e disse ser vítima de perseguição.

De acordo com relato das seis vítimas já ouvidas pela polícia, o tratamento durava de 40 minutos a uma hora. Eram usadas técnicas de hipnose. O pastor perguntava detalhes sobre a vida amorosa das fiéis, detalhes sobre a vida sexual de cada uma e se havia algo que as deixava insatisfeitas sexualmente.

"Ele falava que era especialista sexual, que fez curso para isso, perguntava o que elas queriam que os maridos fizessem, mas que não faziam e dizia que ele podia fazer no lugar dos maridos. Durante o suposto tratamento, aproveitava para passar a mão nas partes íntimas das fiéis e tocar seu órgão genital no corpo delas", disse o delegado Valdir Oliveira, titular do 22º DP, onde o caso é investigado.

Ainda segundo a polícia, no final de cada tratamento, o pastor ameaçava as mulheres dizendo que era ex-policial militar e ex-presidiário e que algo de ruim poderia acontecer a elas caso contassem para alguém o que aconteceu durante as sessões. T.B.S. já cumpriu pena por furto. Para os homens, T.B.S. oferecia uma vigília de sete dias para curar crises conjugais e cobrava de R$ 800 a R$ 1 mil por cada tratamento. "Temos o relato de pelo menos um fiel que pagou R$ 800 e não foi curado", disse o delegado.

Os golpes pelos quais o pastor é acusado estariam sendo praticados nos últimos seis meses no Grupo Evangélico Luz para o Mundo, que teria sido fundado por ele há dois anos e hoje se encontra no Bairro Floresta. "Ele tirava proveito que as fiéis estavam em um momento de extrema fragilidade, procuravam ajuda e aconselhamento para seus problemas familiares e explorava elas", diz o delegado.

De acordo com o delegado, T.B.S. vai responder por estelionato e abuso sexual. O pastor teria assinado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por causa de ameaças que teriam sido feitas às vítimas. "Se ele continuar ameaçando elas, vamos entrar com pedido de prisão preventiva", disse Valdir.

Em seu depoimento, o pastor diz que as acusações são uma armação de algumas fiéis que foram expulsas da igreja por ele. Ele confirma que faz um trabalho de aconselhamento conjugal, mas nega que haja sessão de hipnose ou abuso sexual.

Fonte: Terra
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