
O monsenhor, junto com os padres Raimundo Gomes e Edílson Duarte, são acusados de abuso e exploração sexual de menores. O julgamento foi retomado nesta terça-feira, às 9h20, no Juizado da Infância de Arapiraca. Eles são acusados de abusar sexualmente de Cícero Flávio Vieira Barbosa, Fabiano Ferreira da Silva e Anderson Farias da Silva durante vários anos, enquanto os rapazes eram coroinhas em suas paróquias.
Neste terceiro dia do julgamento, o primeiro a ser ouvido foi Daniel Fernandes, que foi advogado do monsenhor Luiz Marques no caso. Ele, convocado pela defesa, não pode comparecer a audiência anterior realizada no último dia 22.
Daniel intermediou um acordo financeiro entre o padre e os três ex-coroinhas. Segundo documentos guardados pelo advogado, o padre pagou R$ 32.250,00 aos rapazes para que o vídeo onde ele aparece fazendo sexo com Fabiano nunca viesse a público. O documento constitui prova da extorsão que o religioso sofria.
Esta tese é contestada pela Defensoria Pública, que atua como assistente do Ministério Público na acusação. Segundo a Defensoria, os rapazes produziram o vídeo apenas para fazer com que monsenhor Luiz parasse com as investidas sexuais contra eles, ou o vídeo viria a público. No entanto, como os rapazes passavam por dificuldades financeiras, aceitaram o dinheiro oferecido pelo religioso para que o caso fosse abafado. A denúncia chegou a ser investigada, mas o inquérito foi arquivado quando foi comprovado que não houve crime de extorsão.
Os depoimentos
Raimundo Gomes foi interrogado durante uma hora e 45 minutos sobre os supostoso abusos sexuais que teria cometido contra o ex-coroinha Anderson Farias da Silva quando o rapaz tinhas 12 anos de idade. Após ser ouvido, ele saiu do Juizado da Infãncia de Arapiraca acompanhado por duas de suas paroquianas.
O advogado de Raimundo Gomes e do também monsenhor Luiz Marques, Edson Maia, considerou os depoimentos dos clientes positivos e que tudo está indo conforme o planejado. Luiz Marques depôs por quase três horas.
Resta agora o padre Edílson Duarte, que já está sendo interrogado pelo juiz João Azevedo Lessa. Padre Edílson enfenta uma situação mais delicada, já que confessou os abusos durante a CPI da Pedofilia, realizada em Arapiraca em abril de 2010, mas agora alega inoc¿ncia.
Seu advogado, Thiago Mota, disse que o padre só confessou durante a CPI porque foi coagido e que aquelas declarações não têm impacto formal no julgamento. "As informações colhidas durante o inquérito policial e a CPI apenas servem para embasar a denúncia, a única declaração que tem valor formal é esta dada aqui, em juízo".
Fonte: Último Segundo
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