sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Pastor espancado por manter a fé

Um pastor que tentava visitar o Estado autônomo da Somalilândia, localizado no nordeste da Somália, na África, foi agredido por funcionários do serviço de imigração por carregar a Bíblia e outras literaturas de conteúdo cristão. Abdi Welli Ahmed, ex-muçulmano e pastor da Igreja Pentecostal do leste da África, no Quênia, viajou primeiramente para Adis Abeba, capital da vizinha Etiópia. Quando chegou de carro à fronteira, em Wajaale, com toda a documentação legal, teve problemas inesperados. “Eu fui espancado por estar de posse de material cristão”, disse Abdi à agência de notícias Compass Direct. “Eles ameaçaram me matar se eu não renunciasse minha fé, mas eu recusei a fazer isso. Eles foram desumanos.”

Abdi disse que o chefe do serviço de fronteira em Wajaale, a quem ele só conseguiu identificar pelo sobrenome de Jama, encarregou-se da maior parte da tortura. Abdi disse que era ameaçado friamente enquanto eles lutavam para subjugá-lo, com Jama e outros funcionários dizendo que tinham matado dois cristãos somalis e fariam o mesmo com ele.

Seus apelos de que era um queniano cuja fé era respeitada em seu país, segundo ele, não foram ouvidos. “Fui ofendido e eles também ofenderam minha fé como sendo uma religião para pagãos, dizendo que ela é inaceitável em sua região”, disse o pastor. “Eu lhes disse que sou nascido e criado no Quênia e que minha fé cristã é respeitada e reconhecida em Garissa.”

Jama determinou a prisão de Abdi e ele ficou trancado em uma cela da imigração por nove horas. Os funcionários pegaram três CD de sua bolsa que continha suas credenciais pessoais e literatura cristã. Eles também pegaram sua Bíblia em inglês, dois livros cristãos e US$400,00, disse ele.
Abdi disse que foi liberado com a ajuda de um amigo etíope anônimo. “Eles me alertaram para nunca ousar pisar ou pensar em ir novamente para Somalilândia”, disse Abdi que trabalha em uma equipe de resgate e com serviços comunitários.

Quando voltou ao seu país, ele enviou cartas de reclamação para funcionários do governo etíope, queniano e, ao que tudo indica, para os menos simpáticos funcionários de Somalilândia. Nenhum deles demonstrou quaisquer sinais de busca por justiça, disse ele.

Abdi se converteu ao cristianismo em 1990. Logo após seu batismo, em 1995, Abdi foi ameaçado por muçulmanos e fugiu para Níger, em 1996, onde se casou. Ele e sua esposa retornaram ao Quênia em 2000, disse Abdi, e, desde então, ele tem recebido uma torrente de ameaças por parte de muçulmanos em Garissa. Em várias ocasiões, ele foi forçado a sair de Garissa por meses seguidos, disse ele, esperando que as tensões se acalmassem.

Fonte: Portas Abertas