"Eu sabia que isso não vinha de Deus"
Em 16 de agosto, a cada ano, admiradores de todo o mundo prestam homenagem a Elvis Presley, no aniversário de sua trágica morte. Na ocasião, a velha pergunta volta: o que levou Elvis a um fim deprimente? A morte de sua mãe? O empresário Tom Parker? A decadência do seu sucesso nos últimos anos de vida? Nada disso. Elvis morreu por outro motivo.
Na sua infância e adolescência, seus pais Vernon e Gladys Presley, evangélicos pentecostais, sempre o levavam aos cultos da Assembléia de Deus, igreja onde congregavam. Foi ouvindo os hinos sacros que Elvis aprendeu a cantar e expressar seus sentimentos através da música.
Adolescente, chegou até a pregar e cantar na igreja. Seus biógrafos contam que ele ficava deslumbrado com o magnestismo e a vibração das pregações, de onde concluiu que a música deveria ser acompanhada de uma performance que prendesse a atenção do público. O que fortaleceu sua idéia foi a dmiração que tinha pelo animado louvor realizado pelas igrejas de negros, as quais visitava.
Em 1953, seu talento foi descoberto, e ele foi contratado como cantor de estúdio. Um dia, foi visto cantando That's Alright, pulando pelo estúdio e batendo no violão. Pediram que repetisse o ato, gravaram e a canção chegou a ser tocada em rádio. Foi um sucesso. A música de Elvis era o rhythm and blues, ritmo de origem negra bastante usado nos cânticos das igrejas, e que daria origem ao rock'n'roll. Por ser o único branco que realmente cantava com o sentimento de um negro, foi chamado "O rei do rock'n'roll".
Ainda nos anos 50, Elvis explodiu como sucesso e se afastou totalmente de Deus. Tornou-se o branco bem-apessoado, galã de cinema, que cantava, dançava e se vestia como um negro, e chocava a sociedade de então balançando o quadris e gemendo, sugerindo o próprio ato sexual. Milhões de jovens em todo o mundo apaixonaram-se por ele e aderiram a sua energia, transformando Elvis no símbolo de sua rebeldia.
No livro Starway to Heaven, publicado pela Ballantines Book de Nova Iorque, há o registro da seguinte confissão do cantor: "Quando aquele espírito me move, é vão resistir; quando esse estranho feeling descia sobre mim, eu era capaz de correr sobre as teclas daquele piano como jamais o fizera. Até parecia que uma força de fora me tomava e carregava meu corpo. Tive a sensação de estar ungido pelo demônio. Não sei como descrever isso, pois era completamente diferente de tudo quanto experimentara na vida. Eu sabia que isso não vinha de Deus". Ele tinha consciência, mas o apego à fama o fez permanecer no erro.
Em 1958, Elvis prestou serviço militar. Tempos depois, sua mãe, que sempre dizia para ele retornar a Deus, morre. Começa, então, a pior fase de sua vida. Ao saber da morte da mãe, ele entra em depressão. Quando volta do serviço militar, o público está avido por suas interpretações, mas Elvis muda radicalmente seu estilo. Passa a cantar gospel e músicas consideradas pela crítica "inofensivas" e perde público. Antes de entrar no palco, cantava hinos e fazia orações. Porém, não havia realmente se arrependido. Só havia remorso. Quando se sentia deprimido, interrompia os músicos para cantar hinos de sua infância, e só conseguia dormir à noite depois de cantar How Great Thou Art (Quão Grande é tu!). Nik Cohn, em artigo publicado na revista Carta Capital de 21 de agosto de 2001, afirma: "Elvis amava o gospel mais que tudo. Uma das suas fantasias era largar a música pop e dedicar sua vida a louvar ao Senhor".
Elvis dizia que "não existe nada mais belo que um grupo vocal em harmonia cantando um hino". Ele chegou até a criar, no jardim de sua mansão, um lugar para meditar e orar, onde hoje está seu túmulo, mas continuava afastado de Deus. Ele não queria deixar o pecado, por isso entrou em um processo de deterioração. Passou a tomar drogas, divorciou-se duas vezes. Finalmente, em 16 de agosto de 1977, foi encontrado morto em sua casa. A necrópsia revelou a ingestão de mais de oito drogas. Morreu lendo The Scientific for The Face of Jesus (A Procura Científica pela Face de Jesus).
Elvis morreu tragicamente porque abandonou Deus, a quem aprendeu a amar com seus pais naquela pequena igreja de sua infância e adolescência.
Fonte: CPAD