sábado, 21 de novembro de 2009

Max Lucado: O “papa” da autoajuda evangélica

Se você está desempregado, o amor da sua vida deu no pé e as dívidas se avolumam, saiba que esta é a hora em que o pastor americano Max Lucado gosta de entrar em cena.

Recentemente esteve no Brasil para lançar seu novo livro, ‘Sem medo de viver’, pela Editora Thomas Nelson, no qual prega a virtude da coragem. Tempo de crise mundial, aliás, é o melhor momento para ele ganhar mais almas e leitores. Seus 58 títulos já venderam 70 milhões de exemplares.

Lucado é campeão de vendas em um segmento que faz sucesso no Brasil: o de livros motivacionais e de autoajuda. No caso dele, inspirado na fé cristã.

O autor é uma espécie de Paulo Coelho evangélico. Conta histórias, prende a atenção e encerra com uma lição.

Livros do pastor já entraram na lista dos mais vendidos do ‘New York Times’ e do ‘USA Today’. Ganhou 3 vezes o prêmio de Livro do Ano da Associação de Editoras Evangélicas Cristãs com ‘Quando Deus sussurra seu nome’ (1995), ‘Nas Garras da Graça’ (1997) e ‘Simplesmente como Jesus’ (1999).

O pastor começou a escrever no Rio, onde morou com a mulher, Denalyn, entre 1983 e 1987. Era missionário em igreja na Praça Sans Peña, na Tijuca, e colaborava em estudos bíblicos em Jacarepaguá, Niterói e em favela da Zona Norte. De dia estudava Português. “Era muito cansativo aprender outra língua. À noite, descansava e escrevia sobre a vida de Cristo”, explica ele, que hoje mora em San Antonio, no Texas. Lucado tem três filhos.

O sucesso não o afastou do púlpito. Lucado é ministro de pregação na Igreja de Oak Hills, em San Antonio. Para atrair admiradores e fiéis, desenvolveu a arte de contar histórias: “O mais importante em uma história é ter conflito. Alguma coisa tem que acontecer para pegar a nossa atenção e o coração. No fim, o conflito tem de ser resolvido”.

Parte do lucro dos livros vai para missões espalhadas pelo mundo. “Tenho uma fundação que ajuda viúvas e órfãos”, afirma. Na volta ao Rio, Lucado se surpreendeu com o avanço evangélico. Mas ele busca leitores em outros credos: “Tem muitas pessoas que não são religiosas e gostam dos meus livros. Apresento Cristo como salvador e professor”.

TRECHO:

‘Pergunta para a beira do desfiladeiro’

“Como passou a noite?”, perguntou a enfermeira. Os olhos cansados do jovem responderam à pergunta antes que seus lábios o fizessem. Ela fora longa e difícil. As vigílias sempre são. Mas ainda mais quando passadas com seu próprio pai.

“Ele não acordou.” O filho sentou-se junto ao leito e pegou na mão ossuda que tantas vezes segurara a sua. Ele tinha medo de largá-la por temer que fazendo isso o homem que amava tanto pudesse passar para o outro lado.

Ele a segurou a noite inteira enquanto os dois ficavam à beira do desfiladeiro, cientes de que o passo final estava apenas algumas horas à sua frente. (…) “Sei que tem de acontecer”, disse o filho, olhando para o rosto acinzentado do pai: “Só não sei a razão”.

O desfiladeiro da morte: é um lugar desolado. (…). Você já esteve ali? Já foi chamado para ficar junto à linha fina que separa os vivos dos mortos? Já observou a doença corroendo e atrofiando o corpo de um amigo? Já permaneceu no cemitério muito tempo depois que os outros partiram?
O fato de ficar à beira do desfiladeiro coloca toda a nossa vida em perspectiva. (…) Na beirada do desfiladeiro ninguém se preocupa com salários ou posições. (…) A medida que os humanos que envelhecem ficam junto a esse abismo eterno, todos os jogos e disfarces da vida parecem tristemente tolos. (Max Lucado, do livro ‘Deus chegou mais perto’).

Fonte: O Dia Online